Um Vida Fodona gravado na praia…
Symmetry – “Uptown Rain”
Hail Social – “R U Still There?”
Shirley Ann Lee – “I Shall Not be Moved”
Alan Parsons Project- “Eye in the Sky”
Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários – “Declaração”
Fool’s Gold – “I’m In Love (Poolside Remix)”
Escort – “If You Say So”
Eunice Collins – “At the Hotel”
Elis Regina – “Cobra Criada”
Criolo – “Fermento pra Massa”
Karina Buhr – “Canto de Osanha”
Bonobo – “Cirrus”
Cardigans – “Lovefool”
Marina – “Fullgás”
Belle & Sebastian – “Legal Man”
Brian Eno – “St. Elmo’s Fire”
Na minha segunda coluna na Caros Amigos eu falei do projeto Goma Laca, cuja edição de 2014 teve Letieres Leite comandando disco e show com Lucas Santtana, Karina Buhr, Juçara Marçal e outros recuperando pérolas esquecidas da música brasileira registradas em discos de 78 rotações. Fiz uns vídeos desse show:
MP3 em 78 rotações
Projeto Goma Laca resgata canções da primeira metade do século passado nas vozes de novos nomes da música brasileira
Quem chegasse no Centro Cultural São Paulo (CCSP), próximo à Estação Vergueiro do metrô paulistano, no início da noite do dia 23 de agosto poderia achar que a nova música brasileira estivesse celebrando João Donato. Numa banda comandada pelo maestro Letieres Leite, o mago baiano dono da Orkestra Rumpilezz, Lucas Santtana, Duani e Karina Buhr repetiam os versos de “Cala a Boca, Menino” que Donato eternizou em seu clássico Quem é Quem, de 1973.
Mas “Cala a Boca, Menino”, embora tenha sido popularizada por João, não é nem de Dorival Caymmi, cujo crédito estampa o rótulo do velho vinil. Na verdade suas origens remontam à capoeira do início do século passado e o primeiro registro musical desta canção não apareceu sequer em vinil. A faixa foi registrada pelo mítico Almirante em 1938, na mesma época em que o sambista levou pela primeira vez ao rádio um instrumento “rudimentar e bárbaro” (palavras da época) chamado berimbau.
A faixa foi regravada na terceira edição do projeto Goma-Laca, núcleo de pesquisas sobre a música brasileira da primeira metade do século 20 desenvolvido pelo jornalista Ronaldo Evangelista e pela pesquisadora Biancamaria Binazzi. Desde 2009 a dupla fuça velhas bolachas que rodam a 78 RPM e desenterra pérolas para serem regravadas por novos nomes da música nacional.
A pesquisa é feita principalmente na discoteca Oneyda Alvarenga, do próprio CCSP, que conta com um acervo de mais de 44 mil discos brasileiros e uma das maiores coleções de discos em 78 rotações do Brasil. “Chamamos a discoteca de ‘Casa do Goma-Laca’, não só pelo acervo mais por seu conceito”, explica Biancamaria. “Ela foi criada em 1935 pelo Mário de Andrade, quando ele era diretor do departamento de cultura de São Paulo e a ideia dele era criar um espaço para músicos, que permitisse acesso à música ‘estranha aos ouvidos’. Ele queria promover o acesso à música regional do Brasil e à musica de concerto contemporanea, ir muito além do que tocava no rádio, o que de certa forma é o que fazemos com o Goma Laca. Como dizia o próprio Mário: ‘buscar fazer coisa nova, desencavando passados’”.
A edição de 2014 além da gravação e único show também se materializou em disco (as outras edições só foram disponibilizadas em MP3) e focou especificamente no que eles rotulam de “afrobrasilidades”. O disco reuniu Karina Buhr, Lucas Santtana, Russo Passapusso (que não pode comparecer ao show e foi substituído pelo carismático Duani) e Juçara Marçal para que eles pudessem reviver músicas com títulos como “Minervina”, “Babaô Miloquê”, “Guriatã” e “Passarinho Bateu Aza” (com ‘z’ mesmo), tudo sob a batuta – a flauta, no caso – suingada do maestro compenetrado e possuído que é Letieres Leite, que releu as velhas e ingênuas canções com um groove denso e ancestral, mas sem perder o vínculo com a tradição.
O disco pode ser comprado pelo site www.goma-laca.com, que ainda conta com as faixas das edições anteriores em MP3 para quem quiser apenas ouvi-las – além das versões originais imortalizadas em discos prensados numa mistura de cera de carnaúba com pó de goma laca. O núcleo de pesquisas segue à toda: “A ideia é continuar fazendo shows, rodas de escuta, programas de rádio, discos e o que pintar relacionado a esse universo setenteônico”, conclui Biancamaria.
Antes de uma pausa estratégica no finde, um VF só com música brasileira.
Marcelo D2 – “Fazendo Efeito”
Paulinho da Viola – “Roendo as Unhas (Victor Hugo Mafra Edit)”
Céu – “O Morro Não Tem Vez”
João Donato – “Nana das Águas”
Elis Regina – “Tereza Sabe Sambar”
Di Melo – “A Vida Em Seus Metodos Diz Calma”
Rica Amabis + Bonsucesso Samba Clube – “Na Ladeira”
Jair Rodrigues – “Coisas do Mundo Minha Nega”
Tom Zé – “Ma”
Chico Science & Nação Zumbi – “Amor de Muito (Mario Caldato Mix)”
Mombojó – “Tem Mais Samba”
Luiz Bonfá – “Don Quixote”
Milton Banana Trio – “Vou Deitar e Rolar”
Karina Buhr – “A Pessoa Morre”
Bárbara Eugênia – “O Peso dos Erros”
Cartola – “Minha”
Marcelo Jeneci + Marcelo Camelo – “Doce Solidão”
Lucas Santtana – “Alguém Assopra Ela”
Sérgio Sampaio – “Não Tenha Medo Não! (Rua Moreira, 64)”
O sábado tá bonito!
Clancy Eccles – “Fatty Fatty”
Smith – “Baby It’s You”
Of Montreal – “Jaques Lamure”
Ney Matogrosso – “Incêndio”
Kevin Ayers – “Connie On A Rubber Band”
Arcade Fire – “Flashbulb Eyes”
Brigitte Bardot – “Contact”
Phoenix – “Trying To Be Cool (Breakbot Remix)”
Friendly Fires – “Paris (Aeroplane Remix)”
Peter Schilling – “Major Tom”
Warpaint – “Son”
Lana Del Rey – “Pretty When You Cry”
Karina Buhr – “A Pessoa Morre”
Silva – “Maré”
Metronomy – “The Upsetter”
Hail Social – “Cherry Cola Funk”
Haim – “If I Could Change Your Mind”
Holy Ghost – “Bridge and Tunnel”
O primeiro curso Trabalho Sujo no Espaço Cult, na Vila Madalena, começa na próxima segunda e as inscrições podem ser feitas até o domingo. No curso, reuni velhos conhecidos e nomes de peso do cenário cultural brasileiro para conversar sobre as mudanças que estão acontecendo no mercado musical nos últimos anos. Em todas as aulas, mediarei um papo sobre diferentes facetas deste cenário, dissecando ao lado de nomes que lidam diretamente com áreas codependentes como as transformações da era digital estão mudando nossa relação com a música. Mais detalhes no site do Espaço Cult, que mudou de endereço e agora fica na Rua Aspicuelta, número 99. O time reunido é de primeira: João Marcello Bôscoli, Pablo Miyazawa, Evandro Fióti, Roberta Martinelli, Airton Valadão Jr., Tulipa Ruiz, Karina Buhr, Maurício Tagliari, Carlos Eduardo Miranda, Ronaldo Evangelista, Fabiana Batistela, Marcos Boffa, Patrícia Palumbo, Lucio Ribeiro, Ricardo Alexandre e André Forastieri.
Estão abertas as inscrições para o curso O Ecossistema da Música em 2014, que coordeno no final de agosto lá no Espaço Cult na Vila Madalena. Reuni uma turma boa pra participar de dez encontros em que discutirei como a música vem se transformando como negócio nos últimos anos e em que pé estamos no ano em que estamos. Abaixo segue a descrição do curso e quem quiser se inscrever pode acessar este link e seguir as coordenadas.
Criado para celebrar as lojas de discos, o Record Store Day acontece todo ano no terceiro sábado de abril e aos poucos está se tornando mais uma celebração do velho disco, em especial o vinil, já que todo ano algumas dezenas de lançamentos inéditos, limitados e exclusivos são marcados para coincidir com a data. No Brasil a data é comemorada ainda de forma tímida (eu mesmo discotequei na celebração de 2011, na Locomotiva Discos, ainda com o formato Gente Bonita), mas aos poucos vem crescendo. Um ótimo exemplo deste crescimento é a série de atividades que a loja Tangerina Records, que funciona no Espaço Cult, na Vila Madalena (Rua Inácio Pereira da Rocha, 400), em São Paulo, programou para o dia de hoje. Além de discotecagens em vinil (inclusive de um DJ de dez anos de idade!) e show da banda O Terno, o evento começa com um debate em que eu, Karina Buhr e o produtor Eduardo Bid falamos sobre a ascensão do vinil nos últimos anos. Aproveitando a deixa, O Terno descolou uma das músicas do EP que irá vender e autografar às 19h, quando encerram o evento. “Tic Tac” é uma das músicas do novo EP do trio paulista, uma das mais promissoras bandas da cidade. Nos vemos lá?
Vamos começar março celebrando?
Metronomy – “Boy Racers”
Asiko Rock Group – “Lagos City”
Elba Ramalho – “No Som da Sanfona”
Eddie – “O Baile Betinha”
Karine Buhr – “The War’s Dancing Floor”
Clash – “Straight to Hell”
Fall – “Living Too Late”
Broken Bells – “After the Disco”
Stephen Malkmus & the Jicks – “Shibboleth”
Juçara Marçal – “Velho Amarelo”
Rapture – “Never Die Again”
Todd Terje – “Delorean Dynamite”
Caxabaxa – “Torre de Quinta”
Chromeo – “Jealous (I Ain’t With It)”
Mogwai – “Master Card”
Eis que surge mais um vídeo da incrível série de shows 73 Rotações organizada pelos caras do Radiola Urbana. Dessa vez, vemos a diva Karina Buhr reencarnar os Secos e Molhados ao lado de um time de feras composto nada menos por três cidadãos instigados (Clayton Martin na bateria e Fernando Catatau e Régis Damasceno nas guitarras), o jovem mestre Guizado no trompete, Mau no baixo e Xuxa Levy nos teclados. Sente o drama que ficou “Primavera nos Dentes”:
Quer mais? Há outros vídeos capturados durante o show que eu compilei logo abaixo, formando a íntegra do disco homenageado:
Hoje começa o 73 Rotações do Radiola Urbana no Sesc Santana – e quem abre o evento é Karina Buhr tocando Secos & Molhados. Os ingressos já estão esgotados, mas a Karina postou uma palhinha do que dá pra esperar da noite de hoje, tocando um trecho da fantástica “Primavera nos Dentes“:
Promete!