TV Serge Gainsbourg – Parte 12


Gainsbourg incitando o público de um show em Strasbourg a cantar o hino nacional francês, “La Marseillaise”, em 1980

Em sua última década de vida, Serge Gainsbourgh abraçou mais uma nova mudança – após tornar-se um dos maiores ícones da música pop francesa, decidiu-se inconscientemente ir além da música e ser apenas pop. Para isso, remodelou sua própria personalidade para uma mídia perfeita para essa transformação: a televisão. Tornou-se um dos nomes mais conhecidos – e festejados – pelo público francês em programas vespertinos sobre futilidades, assumindo o papel de misógino, bêbado e inconseqüente que haviam lhe impingido. Reinventou até o próprio nome, surgindo como Gainsbarre – nome que tem origem num trocadilho em francês de sua música “Ecce Homo” -, um artista estritamente midiático. Este novo personagem deu origem a momentos incríveis da história do pop francês, que iam desde piadas grosseiras sendo contadas em programas familiares (vale ver o vídeo nem que você não entenda francês – só o constrangimento do apresentador já vale)…

…ou queimando dinheiro na TV para reclamar dos impostos que o governo lhe cobrava…

…ou dizendo, em inglês, que queria trepar com Whitney Houston, na cara dela…

…ou aparecendo num leilão para comprar o manuscrito original do hino francês (e provar que não estava difamando a peça ao cantar “Aux arms etc.” – comprou o original para mostrar que o “etc.” estava na primeira versão da letra).

…ou brigando com outros convidados em programas de TV…

…ou fazendo o papel do pai insuportável num clipe pop adolescente qualquer…


Julien Clerc – “Coeur de rocker”

…ou num comercial de TV (único exemplar que encontrei no YouTube – Gainsbourg fez inúmeros comerciais durante os anos 80).


Propaganda da Konica

On the Run 11: Justice XMasMix

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Você já deve ter ouvido essa: a casa noturna londrina Fabric tem uma série de CDs (Fabriclive) que já lançou mixes de grandes nomes da cena eletrônica desta década (James Murphy, Kraft Kuts, Spank Rock, Herbaliser, Diplo, Freestylers, Glimmers e os Plump DJs já lançaram discos pela série) convidou o Justice pra fazer seu disco – e devolveu o disco depois de ouvi-lo. A desculpa oficial é que a dupla francesa fez um mix de 44 minutos, menor do que eles esperavam. Mas fala-se que, na verdade, a casa não topou o set da banda porque lida com músicas… brega. É o elitismo cool, que se criou junto com a eletrônica nos anos 90 e que tem no minimal e no eletro suas piores caricaturas, sendo pego com a mão na massa. No meio do set dos caras (que começa com a fantástica faixa de reapresentação do Sparks ao público no final dos anos 70, com Giorgio Moroder) há momentos deliciosos e cafonas, como o tema de Os Embalos de Sábado à Noite Continuam (do irmão do Stallone, o Frank), quase no final, além de referências aos samples usados por eles mesmos (a música original do Goblin que virou “Phantom“, o teclado que inspirou o remix para “As Above So Below” do Klaxons). Felizmente, o “não” do clube não foi o suficiente para pará-los – e o mix virou o Justice XmasMix ou (FabricMix), mandado só para alguns amigos da banda em forma de CD que, durante este mês de janeiro, ganhou a internet.

Ei-lo: Justice XMasMix

E o set:

“Tryouts For The Human Race” – Sparks
“La Serenissima” – Rondo Veneziano
“Tenebrae” – Goblin
“Ouverture” – Daft Punk
“Next Of Kin” – Institubes
“Love Juice” – Symbolone
“Everybodys Gotta Learn Sometimes” – Korgis
“Ending Of An Era” – Mindight Juggernauts
“In Love With You” – The Paradise Ft Romauld
“TTHHEE PPAARRTTYY (Acapella)” – Justice
“Everybody Dance” – Chic
“Who Loves You” – Frankie Valli
“Underground” – Das Pop
“Quand Je Joue” – Julien Clerc
“Vivre Ou Survivre” – Daniel Balavoine
“Reality” – Richard Sanderson
“Grey Day” – Zoot Woman
“Thor Is Like Immortal” – Fucking Champs
“Mother” – The Rave
“You Never Know” – Fancy
“Far From Over” – Frank Stallone
“Misery”- Sheila
“International Feel” – Todd Rundgren