Joyce diz adeus à mulher idealizada em “Amélia”

, por Alexandre Matias

“Eu lhe dou força na necessidade, mas sombra e água fresca não dou não / Dizem que Amélia é mulher de verdade, mas eu sou de outra opinião / Eu não lhe dou facilidade, eu não lhe dou satisfação / Eu boto é lenha na fogueira pra acender seu coração”: assim a mestra Joyce Moreno fecha a tampa da bravata que aplaudia o machismo na clássica mas infame “Ai! Que Saudade Da Amélia” escrita por Ataulfo Alves e Mario Lago em 1942. Com uma carreira marcada por posicionamentos feministas em meio à sua reverência à bossa nova e ao jazz brasileiro, Joyce volta ao tema do samba para dizer-lhe adeus em seu novo single, “Adeus, Amélia”, que anuncia o lançamento de seu novo álbum, O Mar é Mulher, seu primeiro disco com músicas inéditas desde Brasileiras canções, de 2022. Como antecipou Mauro Ferreira em seu blog no G1, o disco sai no dia 12 de junho e traz parcerias de Joyce com Zé Renato, Paulo César Pinheiro, Ronaldo Bastos, João Donato, Donatinho e Jards Macalé (esta última com a letra que fez para a antes instrumental “Um Abraço do João“, parte de um causo hilário que Jards conta em seus shows pós-pandêmicos, que os dois registraram ainda no ano passado). O disco ainda traz cinco músicas apenas da musa, uma delas justamente o jazz “Adeus, Amélia”, em que é acompanhada por Hélio Alves ao piano, Rodolfo Stroeter no baixo e Tutty Moreno, o grande amor de sua vida, à bateria, além de metais tocados por Rafael Rocha (trombonista, que escreveu o belo arranjo), Jessé Sadoc (trompete) e Marcelo Martins (sax). Ave, Joyce!

Ouça abaixo:

Tags: ,