Sexta-feira surreal com dois trios instrumentais da pesada no palco do Inferninho Trabalho Sujo, que desta vez aconteceu no Picles. A noite começou com o trio Jovita, em que o guitarrista João Faria cria texturas sonoras entre a surf music, a psicodelia clássica e o shoegaze, enquanto o baixista Nicolas “Bigode” Farias cavalga riffs que acompanham a bateria forte de Guilherme Ramalho, mostrando músicas ainda inéditas, citando um discurso do Pepe Mujica antes de uma delas e criando longas trips quase instrumentais (como boa parte do repertório da banda, que ocasionalmente ganha vocais cantarolados sem letra por João), uma delas começando com uma citação ao afrossamba “Iemanjá”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Pesado!
Depois do Jovita foi a vez do trio de Ponta Grossa Hoovaranas mostrar sua força, transformando o Picles em uma zona de saturação de eletricidade e ritmo, hipnotizando todos os presentes com sua sinergia assustadora. Sem usar a voz – a não ser para conversar com o público – o trio é um colosso instrumental em que a guitarra de Rehael Martins (que sola quase o tempo todo) é acompanhada do baixo absurdo de Jorge Bahls (jogando o tempo todo com a microfonia a seu favor, enquanto cria muralhas em forma de linhas de baixo) e da bateria estarrecedora de Eric Santana (quase sempre entre o groove circular do Sonic Youth e os tempos quebrados do free jazz), formando uma unidade sonora que seus integrantes sequer precisam trocar olhares para seguir em sincronia. Uma bordoada sonora que deixou todos os presentes de queixo caído. Depois eu e a Pérola soltamos aqueles hits que derretem a pista, só pra terminar a madrugada num inevitável São João. E o Inferninho desliga suas baterias este mês para voltar apenas em julho, quando comemoramos dois anos da festa numa festa foda que anuncio em breve.
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Nessa sexta-feira temos mais uma edição do Inferninho Trabalho Sujo no Picles, quando reunimos duas bandas instrumentais psicodélicas que estão despontando na cena brasileira. Quem abre a noite é o trio da Zona Leste Jovina, que já tocou na festa mas estreia no palco do Picles, seguido pelos festejados Hoovaranas, que vêm de Ponta Grossa para tocar pela primeira vez na festa. Depois dos shows, que começam às 22h, quem segura a noite madrugada adentro sou eu e minha comadre Pérola Mathias, que está se segurando para não transformar a pista do Picles numa quadrilha de São João. E quem garantir o ingresso antecipado e chegar antes das 21h30 não paga pra entrar. Vamos?