Alessandra Leão e Rafa Barreto encerraram a minitemporada de retorno de sua banda Punhal de Ferro, que celebra os clássicos da psicodelia nordestina dos anos 70, em uma noite mágica nesta terça-feira no Centro da Terra. Não bastasse revisitar no formato guitarra e voz (ou rabeca e voz) músicas de nomes como Ave Sangria, Alceu Valença, Zé Ramalho, Cátia de França e Geraldo Azevedo, os dois ainda contaram com as presenças esotéricas de Siba e Josyara, que diviram canções épicas como “Molhado de Suor”, “Coito das Araras” e “Sol e Chuva”. E Alessandra encerrou filosofando sobre o estado de experimentação do teatro: “Semana passada a gente tava conversando depois do show e eu disse que o Centro da Terra é um lugar que a gente faz um pacto, que a gente pode cair que ninguém quebra os dentes, ninguém se machuca”, contou. “Mas é um pacto que não só entre quem tá aqui no palco e quem tá aqui trabalhando, mas também com quem vem assistir também.” Bem sabemos 🙂
Nas últimas duas terças-feiras de abril, Alessandra Leão retoma a dupla que fazia com o guitarrista Rafa Barreto para afiá-la com convidados muito especiais no Centro da Terra. Quase dez anos depois de criar esta apresentação em que saúdam grandes nomes da psicodelia pernambucana como Alceu Valença, Cátia de França e Ave Sangria, os dois músicos visitam a programação original com a interferência de nomes de novos parceiros: Fernando Catatau, Bella e Thiago Nassif os acompanham neste dia 18, seguidos por Siba e Josyara, os convidados do dia 25, em apresentações inéditas que prometem deixar todos em ponto de bala. Os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados aqui.
Que delícia a terceira apresentação de Big Buraco, a temporada que Jadsa está fazendo durante este mês no Centro da Terra, quando reuniu as duas cantoras que fazem backing vocals em seu show – Marina Melo e Marcelle – a uma de suas principais inspirações musicais – a conterrânea Josyara. Dividindo a apresentação para mostrar o trabalho de cada uma de suas convidadas, ela começou sozinha cantando as duas “big” composições que inventou para conduzir este salto no vazio, depois apresentou músicas de Marina e Marcelle para finalmente receber Josy em um dos momentos mais bonitos desta safra de shows. As duas também tiveram seu próprio momento sozinhas no palco, quando visitaram “Run, Baby”, a música do primeiro disco de Jadsa que sua conterrânea faz parte. Muitos sentimentos inflamados por este buraco que não acaba.
Quem toma conta das noites de segunda-feira no Centro da Terra é a baiana Jadsa, que completa dois anos de lançamento de seu disco de estreia, o lírico-paulistânico Olho de Vidro, olhando para o que construiu neste início de carreira e como isso misturou-se com o nefasto período pandêmico. Ela reúne a velhos e novos compadres e comadres para revisitar o disco em encontros que prometem ser históricos. No primeiro deles, dia 3 de abril, ela convida o conterrâneo Giovani Cidreira para mergulhar em seu passado comum. Na segunda que vem, dia 10, é a vez de se encontrar com o guitarrista Kiko Dinucci. Na semana seguinte, dia 17, ela junta-se às cantoras e compositoras Marcelle, Josyara e Marina Melo, e termina a temporada, chamada de Big Buraco, no dia 24, quando recebe, na mesma noite, Alessandra Leão e Juçara Marçal. Vai ser lindo e intenso, como só Jadsa sabe fazer. Os espetáculos começam sempre pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente neste link.
Prontos pro mês de abril no Centro da Terra? Porque nem a gente tá acreditando. A temporada das segundas-feiras fica por conta da Jadsa, que agitou essa seleção chamada Big Buraco em que revê sua obra recente a partir dos pontos de vistas de convidados muito especiais: na primeira segunda, dia 3, ela convida Giovani Cidreira; na semana seguinte, dia 10, ela vem com Kiko Dinucci; depois, no dia 17, ela chama Marcelle, Marina Melo e Josyara; para, finalmente, encerrar com Alessandra Leão e Juçara Marçal! Tá achando muito? Pois a primeira terça-feira, dia 4, é o dia em que o Guaxe, dupla formada pelo eterno supercorda Bonifrate e pelo boogarinho Dinho Almeida, estreia nos palcos pela primeira vez. Na semana seguinte, dia 11, vem o Guizado apresentar-se com uma nova formação, chamada A Realeza. E nas duas últimas terças do mês, dias 18 e 25, Alessandra Leão vem acompanhada de Rafa Barreto para apresentar seu Punhal de Prata, com convidados-surpresa. Tá achando muito? Pois lembre-se que toda quarta nosso teatro agora exibe documentários sobre música brasileira em parceria com o festival In Edit – e em abril a programação traz Paulo César Pinheiro – Letra e Alma (dia 5), O Piano Que Conversa (12), Toada para José Siqueira (19) e O Fabuloso Zé Rodrix (26). Os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda online, não deixa pra comprar em cima da hora porque tem show que já tá se esgotando…
(Foto: Elisa Mendes/divulgação)
Passou o carnaval mas não o calor no coração: ou pelo menos assim atesta o primeiro single que une vozes e violões de Josyara e Juliana Linhares, duas das grandes revelações dos últimos anos, em visita a um clássico do grupo Asa de Águia. “Muitas vezes a gente vê os estilos sendo associados a um momento do ano e o mercado tenta enquadrar a música em épocas nas quais ela ‘deve’ ser tocada: forró é junho e toca no São João, axé é carnaval”, explica Juliana sobre lançar uma axé music após a semana da folia, que esse ano durou meses. “‘Não Tem Lua’ faz parte da nossa memória afetiva adolescente e não é necessariamente só carnavalesca; lembramos que música é atemporal e pode atravessar gerações”, ela continua. A música será lançada nesta sexta-feira mas seu clipe pode ser visto em primeira mão aqui no Trabalho Sujo.
O ano está quase no fim mas ainda dá tempo de anunciar os indicados em quatro categorias relacionadas à música brasileira em 2022 segundo o júri de música popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), do qual faço parte ao lado de Adriana de Barros (editora do site da TV Cultura e colunista do Terra), José Norberto Flesch (que tem seu canal no YouTube), Marcelo Costa (do site Scream & Yell), Pedro Antunes (do vlog Tem Um Gato na Minha Vitrola) e Roberta Martinelli (dos programas Sol a Pino e Cultura Livre). Milton Nascimento, Juçara Marçal, Anelis Assumpção, Josyara, Don L, Gloria Groove, Rachel Reis, Maglore, Curumin, Zé Nigro e Lucas Martins, Bruno Morais, Urias, Ana Canas, Bala Desejo, Liniker, Pelados, Planet Hemp, Ratos de Porão, Bebé e Letieres Leite dividem as indicações de artista do ano, revelação, produção musical e show do ano. O resultado final da premiação acontece no início de 2023 e abaixo seguem os cinco indicados em cada categoria.
Eis a lista com os 50 melhores álbuns de 2022 de acordo com o júri de música popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte, do qual faço parte. A seleção reflete o quanto a produção musical brasileira ficou represada nos últimos anos e esta seleção saiu de uma lista de mais de 300 discos mencionados por mim e pelos integrantes do júri, Adriana de Barros (editora do site da TV Cultura e colunista do Terra), José Norberto Flesch (que tem seu canal no YouTube), Marcelo Costa (do site Scream & Yell), Pedro Antunes (do vlog Tem Um Gato na Minha Vitrola) e Roberta Martinelli (dos programas Sol a Pino e Cultura Livre). Eis a lista completa abaixo: