Vida Fodona #672: Festa-Solo (31.8.2020)

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O último Festa-Solo de agosto está aqui  – e nesta segunda rola o primeiro de setembro lá no twitch.tv/trabalhosujo, a partir das às 21h.

Stranglers – “Golden Brown”
Washed Out – “Too Late”
Boogarins – “Água”
Cut Copy – “Like Breaking Glass”
Ladyhawke – “Paris is Burning”
Kaytranada + Kali Uchis – “10%”
Prince – “1999”
LCD Soundsystem – “One Touch”
Knife – “We Share Our Mother’s Health”
Tame Impala – “Nothing That Has Happened So Far Has Been Anything We Could Control”
Doors – “Horse Latitudes” / “Moonlight Drive”
Mutantes – “Caminhante Noturno”
Sérgio Sampaio – “Não Tenha Medo Não (Rua Moreira 64)”
Ana Frango Elétrico – “Promessas e Previsões”
Negro Leo – “Eu Lacrei”
Billie Eilish – “My Future”
Daft Punk – “Giorgio by Moroder”
Evinha – “Esperar pra Ver (Poolside & Fatnotronic Edit)”
Can – “Vitamin C”
Stereolab – “Metronomic Underground”
Kavinsky + Lovefoxxx – “Nightcall”
Mahmundi – “Nova TV”
Pelados – “O Fim”
Pedro Pastoriz – “Janela”
Tatá Aeroplano – “Deusa de 67”
Tika + Kika + João Leão + Igor Caracas – “Astronauta”
Bob Dylan – “Black Rider”
Jenny Lee – “I’m So Tired”
Michael Stipe + Big Red Machine – “No Time For Love Like Now”
Whitest Boy Alive – “Serious”
Michael Jackson – “Rock With You”
Madonna – “Lucky Star”
Marcos Valle – “Estelar”
Marina Lima – “Fullgás”
Lana Del Rey – “Blues Jeans (Penguin Prison Remix)”
Lipps Inc. – “Funkytown”
Lincoln Olivetti & Robson Jorge – “Eva”
Autoramas – “Garotos II”
Sharon Van Etten + Josh Homme – “(Whats So Funny Bout) Peace, Love and Understanding”

Vida Fodona #649: Arqueologia recente

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Previously, on Trabalho Sujo

PJ Harvey – “Sheela-Na-Gig (Demo)”
Burt Bacharach + Daniel Tashian – “Bells of St. Augustine”
Crime Caqui – “Your Forehead”
Sharon Van Etten + Josh Homme – “(What’s So Funny Bout) Peace, Love and Understanding”
Michael Stipe + Big Red Machine – “No Time For Love Like Now”
Jarv Is – “Save the Whale”
Àiyé – “Pulmão”
Jair Naves – “Irrompe (é quase um milagre que você exista)”
Gang of Four – “Forever Starts Now”
Flaming Lips – “Flowers of Neptune 6”
Tika + Kika + João Leão + Igor Caracas – “Astronauta”
Zé Manoel – “História Antiga”
Cat Power – “Toop Toop (A Tribute to Zdar)”
Mano Mago – “Estrelas Mortas”
Angel Olsen – “New Love Cassette (Mark Ronson Remix)”
Chromeo – “6 Feet Away”
Poolside -“Around The Sun (Body Music Remix)”
Kassin – “Relax (DJ Memê Remix)”
Guilherme Held + Letieres Leite – “Sorongo”
Hatchie + The Pains of Being Pure at Heart – “Sometimes Always”
Elvis Costello – “No Flag”
Bob Mould – “American Crisis”
Black Pantera – “I Can’t Breathe”
Stooges – “T.V. Eye (Radio Edit)”

Sharon Van Etten + Josh Homme ♥ Elvis Costello

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Quando Sharon Van Etten juntou-se a Josh Homme para regravar uma versão lindíssima para “(What’s So Funny ‘Bout) Peace, Love and Understanding?”, do Elvis Costello, este lado do planeta ainda não estava cogitando entrar em quarentena e o isolamento social não era nem um futuro próximo. Mas como tudo mudou em poucos meses, os dois viram-se forçados a lançar a colaboração com um clipe gravado à distância, filmado com celulares, flagrando cada um em sua casa, ao redor dos filhos, dando uma conotação completamente diferente à canção original.

A colaboração também foi uma forma que Sharon achou para divulgar a live que fará nesta sexta-feira, tocando seu primeiro álbum, Because I Was in Love, só com seu violão. A transmissão será paga e realizada pelo site Seated e a arrecadação do evento irá para a banda e a equipe técnica da cantora, além de ajudar à National Independent Venue Association (como o nome diz, uma associação norte-americana de casas de shows independentes). Boa, Sharon!

As 75 Melhores Músicas de 2016 – 48) Iggy Pop – “Gardenia”

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“There’s always a catch in the darkness when you when you turn the lights on”

E, de repente, no finzinho do show dos Arctic Monkeys em Los Angeles…

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…aparece o Josh Homme.

O Queen of the Stone Age é padrinho dessa excelente fase da banda inglesa – natural que aparecesse para saudá-los em algum momento, como aconteceu no show da quarta passada, no Wiltern, em Los Angeles.

A foto é do tumblr Spiders and Vinegaroons.

Será que os Arctic Monkeys lançaram o melhor disco de 2013?

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Esse A.M. só melhora a cada nova audição, é impressionante… Soa como música de cabaré, blues revisitado, R&B do século 21, Black Sabbath, timbres de country music, stoner rock, rock californiano dos anos 70, gangsta rap, mas sem nunca deixar de soar essencialmente inglês. Faz o rock voltar a fazer sentido em pleno 2013, com letras que passeiam na chuva, de madrugada, depois de tomar um pé na bunda e encher a cara do que estiver à mão. Se eu fosse o Alex Turner não saía debaixo da sombra do Josh Homme, essa reverência já tinha sido formidável em Humbug, agora em A.M. atinge uma maturidade impressionante – e colocar os Monkeys nesse rumo talvez tenha sido a melhor coisa que o dono do Queens of the Stone Age fez em sua carreira.

Arctic Monkeys + Josh Homme

Foi no mês passado, mas ainda dá pra colar aqui o showzinho em que os Arctic Monkeys chamaram o produtor de seu ótimo Humbug, o Josh Homme do Queens of the Stone Age, para fazer uma ponta. Vi lá no Move that Jukebox.

A Era do Gelo

Aos poucos 2009 vai assumindo suas cores: um preto e branco desfocado, entre o sonho lúcido e o cinema vérité, em que as barreiras entre gêneros e personalidades vêm desmoronando umas atrás das outras, criando uma paisagem desolada propícia para começar a próxima década. E o terceiro disco dos Arctic Monkeys, “Humbug” têm as qualidades necessárias para demolir, sozinho, algumas boas paredes. A começar pela produção de Josh Homme que, por mais que tenha ressaltado qualidades que glorifica em suas bandas (tente ouvir a passagem em que Alex Turner canta “Yours is the only ocean” em “Potion Approaching” e tente não lembrar do Queens of Stone Age), prefere ajudar o grupo a se distanciar do apelo adolescente do primeiro disco, obsessão do líder da banda, Alex. E por mais que o grupo tente emular o Black Sabbath, o que se ouve é uma versão rock do que Turner já havia nos mostrado ano passado, com seu projeto acústico Last Shadow Puppets. Há, sim, uma clara fixação em soar mais adulto do que divertido, mas o casamento da banda com o produtor torna tudo muito fluido e natural – e talvez não seja exagero imaginar que, com seu terceiro disco, os Monkeys consolidam uma nova fase no rock do Reino Unido. Essencialmente britânicos, eles se distanciam do internacionalismo pop dos escoceses Franz Ferdinand e mostram o que parece ser uma espécie de britpop ainda mais radical que o original. Se o gênero dos anos 90 glorificava a Swinging London, este pop inglês do novo disco dos Monkeys vê os anos 60 como o fim do Império Britânico que um dia mandou no mundo (não estranhem se eles não saírem por aí tocando “Victoria”, dos Kinks e regravada pelo Fall, em algum show do futuro). Coeso e redondo, Humbug já é um dos melhores discos de 2009 – e melhora a cada audição.


Arctic Monkeys – “My Propeller

Arctic Monkeys stoner?

É o que os caras do Pitchfork tão cogitando ao revelar a capa do próximo disco da banda, lembrando que eles tão trabalhando com o Josh Homme. Pode ser uma ótima tanto pra banda quanto pro gênero – afinal de contas, o que hoje chama-se de “stoner rock” também pode ser chamado de “imitadores de Josh Homme” – e os Monkeys com certeza vão além desse formato. E o Terron disse que eles querem vir ao Brasil ano que vem.