Jornalismo

Recomendo ler a matéria do New York Times sobre o making of do jogo que a gente publicou no Link há duas semanas, hein. Olha um trecho:

“Estamos no precipício de uma mudança cultural que diz respeito à forma como o mercado de massas consome música”, diz Alexis Rigopulos. Aos 39 anos, ele é cofundador e o principal executivo da Harmonix Music Systems, que desenvolveu o Rock Band dos Beatles e criou o Rock Band e o Guitar Hero originais, jogos que hoje são suas fundações.

Apesar de videogames serem mais associados a armas do que a guitarras, os jogos de música já são a segunda categoria de games mais populares do mercado, tendo ultrapassado os jogos de esportes e sem estar muito distante da tradicional categoria de games de ação. O primeiro Guitar Hero é de 2005. Dois anos depois, a Harmonix, que foi comprada pela MTV, apresentou o Rock Band.

Juntos, Guitar Hero e Rock Band (que hoje são franquias compradas por empresas concorrentes) mudaram a forma como os fãs se relacionam com a música – e já faturaram mais de US$ 3 bilhões. O dinheiro não vem apenas das vendas iniciais mas também de um fluxo contínuo de novas faixas que podem ser baixadas ao preço de US$ 2 por música.

O catálogo do Rock Band tem mais de 800 músicas de bandas tão diferentes quanto Grateful Dead e Megadeth. Desde o início, os artistas perceberam que as pessoas estavam descobrindo músicas nos games para depois comprá-las em outro lugar. No iTunes, os downloads de uma música de 1978 do Cheap Trick – Surrender – triplicaram depois que a faixa apareceu no Guitar Hero 2, e as vendas de uma canção de 1994 do Weezer foram multiplicadas por dez. E cada vez mais os games tornam-se uma plataforma para vender música.

Hoje são as empresas de jogos que definem que música será vendida e há um gargalo de gravadoras querendo empurrar seus artistas para esses games. Mas no final do mês passado, a Harmonix anunciou que vai licenciar ferramentas de software e disponibilizar treinamento para quem quiser criar e distribuir versões jogáveis de músicas na rede social do Rock Band, o que irá aumentar drasticamente a quantidade e a variedade de canções disponíveis. A gravadora Sub Pop, que lançou o primeiro disco do Nirvana, já anunciou que tem planos de tornar todo seu catálogo – atual e futuro – disponível.

A Rock Band Network tem um potencial tão grande que a Harmonix manteve por muito tempo seu desenvolvimento em absoluto segredo, incluindo batizá-lo com o nome de trabalho Rock Band Nickelback, na esperança de que o nome de uma banda de rock essencialmente genérica dispersasse eventuais curiosidades.

Depois de um aceno educado rumo à modéstia, Rigopulos prevê: “Nós iremos explodir isso a ponto de nos tornarmos a nova indústria fonográfica”. Ele afirma que gente que nunca jogou videogame irá comprar Beatles Rock Band e que quando fizer isso passará a querer canções interativas de outros artistas. “Por mais que Guitar Hero e Rock Band tenham sido enormes nos últimos anos, eu acho que estamos vendo a pequena rachadura que vai se tornar uma falha geológica”, ele confirma, “porque os Beatles têm um alcance e um poder que nenhuma outra banda tem”.

A reportagem ainda fala com Dhani Harrison, Giles Martin, Yoko Ono, Ringo Starr e Paul McCartney, acompanhando-os no dia do anúncio do jogo na E3 deste ano, durante a masterização em Abbey Road (os originais dos Beatles não tinham backup!) e no escritório da Harmonix.

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A Tati me ligou hoje cedo pra falar que um dos melhores blogs de música brasileira na rede, o Um Que Tenha, foi notificado e sairia do ar. E, antes mesmo de eu pensar em dar o OK, ela já tinha conversado com o Fulano Sicrano, o autor anônimo do site:

“Sempre houve vários blogs de música brasileira, uns vêm e outros vão. Sempre que há uma espécie de caça às bruxas, alguns são retirados do ar, espontânea ou compulsoriamente, mas novos blogs surgem e cobrem a lacuna deixada pelos que saem do ar.

Em dezembro passado, dei uma entrevista para o Caderno 2 da “Gazeta do Espírito Santo”. Na época, a ameaça era da Biscoito Fino. Olha o que eu disse: ‘Temo que o blog seja compulsoriamente fechado. É uma luta na qual a chance de vitória é praticamente nula’. No meio do ano, recebi uma mensagem de um gerente da Biscoito Fino para que retirasse vários álbuns do blog. Atendi prontamente e sem questionamento.

O mesmo e-mail seguiu para pelo menos mais dois blogs de que tenho conhecimento, um deles o Som Barato. No mês passado, recebi três notificações de que o blog disponibiliza material protegido pela lei de copyright americana. Esse foi o motivo pelo qual o blog Som Barato foi retirado do ar, em setembro passado.

Sei de outros que receberam semelhantes notificações e saíram do ar, espontânea ou compulsoriamente. Sei de outros, como o UQT, que igualmente receberam tais notificações, mas permanecem também no ar. Nada é garantido, pode ser que hoje mesmo o blog seja repentina e definitivamente extinto.”

O outro Link

E por falar nisso, toda segunda eu posto aqui no Sujo as notícias da edição de segunda-feira do Link, caderno que edito no Estadão. Mas não consigo linkar tudo que é produzido no site, não: a velocidade e agilidade de publicação da minha equipe superam as minhas e resta-me sugerir acompanhar a leitura do Blog do Link, uma metralhadora de informação sobre cultura digital (de onde saiu, por exemplo, a ilustração acima, que mostra como seriam alguns sites se eles fossem pessoas – e a Ana aproveita para perguntar-se como seria o 4chan. Hmmmm…). O novo site não tem nem quatro meses de idade e – sem modéstia (até mesmo porque não sou disso) – tá bem fodão. E vai melhorar.

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Nesse trailer, o cara incluiu as imagens de “With a Little Help from my Friends” e “Birthday”, que vazaram essa semana, no trailer oficial.

Vai ser foda. E se eu fosse você, compraria o Estadão de segunda-feira só pra ler a materiaça da capa do Link.

Com a correria da viagem, esqueci de postar o Link de segunda aqui.

Uma semana com Mark ZuckerbergFotografando direito com uma câmera simplesEm baixa, fotografia aposta em novidades para reagirCelulares provam que qualidade não é tudo na hora da fotoNo Brasil, Migux tem mais usuários do que o FacebookO conflito que travou o TwitterVida Digital: Judão

Mark Zuckerberg chegou no Brasil pra dar uma geral nessa semana e fui entrevistá-lo com o Rodrigo e o Etevaldo. Demos uma boa geral sobre o crescimento do Facebook no Brasil há menos de um mês lá no Link e iremos acompanhar a visita do sujeito no Brasil durante toda a semana lá no site. A entrevista mesmo, só na edição da semana que vem do Link.

Mark Zuckerberg fala sobre a vinda do Facebook ao Brasil: ”É um momento estratégico”

Em São Paulo, o dono da maior rede social do mundo conversa com o Link sobre a chegada da rede ao Brasil

Mark Zuckerberg não chama atenção. Quem nunca tivesse visto sua foto num jornal ou revista não iria imaginar que é praticamente dono de um país. Virtual, mas um país. Vestindo tênis, calça jeans e camiseta, o rapaz de 25 chega para a entrevista com o Link. Sorridente, o criador do Facebook, a maior rede social do mundo, com 250 milhões de usuários, não tem a menor cara de executivo. E também não age como tal. Na entrevista exclusiva para o Estado feita hoje no restaurante do hotel Unique, na hora do almoço, ele conta que ainda não teve tempo de ter muitas impressões sobre o Brasil, pois chegou no domingo à noite – e pediu uma pizza de picanha. Hein?

“É muito colorida”, riu, quando o prato chegou. “Me recomendaram tanto essa pizza que não posso deixar de comê-la”, disse, depois de explicar que o único gostinho do Brasil que teve até então foi numa churrascaria, para onde o levaram no domingo à noite, pouco depois de chegar ao País.

Mas não foi para comer que Mark aterrissou por aqui. Não é a primeira vez dele na América do Sul – já passou férias na Argentina e acabou de sair de uma viagem de uma semana no Peru. Mas a visita ao Brasil não foi turística: Mark veio a negócios – sua vinda se deve ao crescimento acelerado do site por aqui, como fez questão de afirmar. Somente neste ano, foi de 133%.

“Quero visitar o país para explicarmos o que somos e o que fazemos”, explicou. “É um momento estratégico. Sabemos que somos menores agora do que a maior rede social do Brasil”, afirma, sem nunca citar nominalmente o Orkut. “Se quisermos fazer sucesso em todos os países grandes, temos de fazer sucesso no Brasil”, explicou, além de adiantar que está buscando empresas parceiras para usar o Facebook Connect, ferramenta de sua rede que permite acessar conteúdo postado no Facebook a partir de qualquer site. O único parceiro fechado até agora foi o portal Terra.

E essa semana ele segue sua maratona de compromissos até o fim da semana, quando volta aos EUA. Hoje, logo após a entrevista ao Link, que foi realizada pelo repórter Rodrigo Martins, o editor Alexandre Matias e pelo colunista do Estado Etevaldo Siqueira, ele se reuniu com blogueiros para tentar entender o que acha do Brasil. Amanhã, às 11h, falará aos alunos da Fundação Getúlio Vargas, inclusive com transmissão ao vivo. Às 17h, fará um encontro com desenvolvedores, que também deve ser transmitido via web. “Queremos ensinar as pessoas a desenvolver coisas para a nossa plataforma.”

Durante toda esta semana, o Link irá acompanhar Mark e contar aqui no site tudo sobre a sua visita ao Brasil. Na segunda, trazemos a entrevista completa no caderno impresso do encontro que tivemos hoje com o executivo.