Jornalismo

Luz Negra: Axioma

Nesta terça-feira, 18 de março, temos o prazer de receber o coletivo afrodiaspórico Luz Negra, idealizado e dirigido pelo encontro do trumpetista Rômulo Alexis com a cantora Anaïs Sylla. O grupo trabalha composição e improviso em diferentes frentes e embora parta do encontro musical, também trabalha com poesia, audiovisual e elementos cênicos, inspirado nas vanguardas experimentais afrodiaspóricas das décadas de 50 e 60, organizado de forma horizontal em arranjos colaborativos que expandem os limites entre o individual e o coletivo. Além de Rômulo e Anaïs, o grupo ainda conta com Daisy Serena, Marcela Reis, Henrique Kehde, Monaju, Giba Fluxus, Ana Dan, Belle Neri, Cris Cunha, Du Kiddy Artivista, Minarê, Beatriz França e Lucas Brandino e prega que “a política não é apenas tema, mas prática e cada interação reflete a potência das trocas afetivas e a construção de uma práxis afrodiaspórica”. O espetáculo, batizado de Axioma, começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados no site do Centro da Terra.

#luznegranocentrodaterra #luznegra #centrodaterra #centrodaterra2025

Acontece nesta quarta-feira a primeira apresentação do trio Mocofaia – formado pelos baianos Luizinho do Jêje, percussionista do coletivo Aguidavi do Jêje, e Marcelo Galter, pianista e compositor, e pelo poeta e compositor carioca Sylvio Fraga – em São Paulo, quando tocam no Bona com a participação do pernambucano Zé Manoel. O trio surgiu sob a benção do saudoso maestro baiano Letieres Leite e Fraga, idealizador da gravadora Rocinante, que lançou o primeiro disco do trio no ano passado, escreve para o Trabalho Sujo sobre o nascimento deste projeto. Os ingressos para a apresentação, que começa às 20h, podem ser comprados neste link. Leia abaixo: Continue

Muitos podem não saber, mas a hoje clássica dupla de barulho extremo Test começou a despontar quando fazia shows espontâneos – principalmente nas entradas de shows internacionais de heavy metal. O guitarrista e vocalista João parava sua Kombi, que vinha equipada com amplificadores e a bateria do monstruoso Barata, e os dois arregaçavam como sempre fazem aumentando sua base de fãs com um público que nem sequer sabia da existência da banda pouco antes de vê-los ao vivo, tocando no chão. A Kombi da dupla, que eles também usam como veículo em turnês e é o ganha-pão de João para além da banda, que também trabalha fazendo carretos, sofreu um literal golpe pesado graças à tempestade da quarta passada, quando uma das inúmeras árvores que tombaram no temporal, caiu em cima dela – isso às vésperas de mais uma turnê que os dois estão fazendo ao lado do Deafkids, com quem dividiram a noite naquela quarta-feira. Calhou da viagem dessa vez não ser feita na própria Kombi e sim de ônibus, o que não atrasou os planos da banda, mas João passou o chapéu virtual pedindo pedindo pix para os amigos. “A sorte é que eu não estava na Kombi, estacionei e fui passar o som”, lembra o guitarrista, que comemorou a adesão dos amigos à campanha. “A reação das pessoas foi foda, fico até emocionado, muita gente tem conexão com a Kombi, já fiz e continuo fazendo muito carreto pra galera que me conhece”. Ele conta que aparentemente o estrago foi só na lataria, mas o carro ainda não foi para o mecânico para saber se houve outro tipo de problema. “A gente saiu em turnê e a prefeitura nem tinha tirado a árvore”, lamentou, explicando que deixou tudo com um amigo. Quem pudesse fortalecer com a banda doar o que puder, esse é o pix do Test pixjoaokombi@gmail.com. Porque essa Kombi tem história…

E na segunda noite de sua temporada Quem Vê, Pensa os quatro Fonsecas se dedicaram a celebrar artistas contemporâneo na primeira apresentação que só fizeram versões e não tocaram nenhuma música própria. O grosso da apresentação foi de artistas brasileiros da cena independente e eles saudaram tanto seus ídolos que, como eles mesmos, também trabalham com jogos de palavras, mudanças de tempo e a fonética das letras como Negro Leo (“Absolutíssimo Lacrador”), Vovô Bebê (“Jão Mininu”) e Karina Buhr (“Cara Palavra”), quanto seus contemporâneos de cena dos anos 20 (cantando duas da saudosa John Filme – “Sexo em Chamas” e “Carnaval” -, uma inédita dos Tangolo Mangos – “Armadura Armadilha” – e uma do Mundo Vídeo – “Festa no Além”). Como na primeira apresentação, preferiram fazer as músicas quase emendadas entre si, com pouca conversa com o público (o que combinou com a iluminação meio na penumbra da dupla Ana Zumpano e Beeau Gomez), e surpreenderam todos ao pinçar duas pérolas gringas deste século – a o transe instrumental “Jeremy’s Storm” do primeiro disco do Tame Impala e a grudenta “Obsessed” do primeiro disco de Olivia Rodrigo, quando Thalin saiu da bateria (deixando-a na mão de Quico Dramma, da dupla Kim & Dramma) para se jogar nos vocais de uma versão punk do hit de 2023. Excelente!

#osfonsecasnocentrodaterra #osfonsecas #centrodaterra #centrodaterra2025 #trabalhosujo2025shows 039

Dua Lipa ♥ AC/DC

E a Dua Lipa que começou a turnê de seu disco Radical Optimism nesta segunda-feira em Melbourne, na Austrália, chutando a porta ao homenagear os heróis locais AC/DC numa versão bem foda de “Highway to Hell”? Se ela continuar nesse rumo, essa turnê vai render mais que o disco… Assista abaixo: Continue

Neste ano, Djonga retomou sua tradição de lançar discos no dia 13 de março (iniciada em 2017 e interrompida em 2021) quando pintou com Quanto Mais Eu Como, Mais Fome Eu Sinto!, que entre suas doze faixas traz parcerias com Samuel Rosa, Dora Morelenbaum, Coyote Beatz, Rapaz do Dread e sample de Los Hermanos (“Último Romance” abre “Melhor que Ontem”), mas a joia da coroa do novo álbum do rapper belorizontino é a participação do sumo pontífice da mineirice Milton Nascimento, que canta o refrão de “Demoro a Dormir”, música que ainda cita o filme Ainda Estou Aqui:

“Tipo, assisti e achei triste Ainda Estou Aqui
Mas não fiquei surpreso com Ainda Estou Aqui
Já que se eu olho da janela ainda tão ali
E ces tão daí jurando que eles não tão mais aqui”

Muito bom.

Ouça a faixa abaixo: Continue

Chamou chamou? Neste sábado tem mais uma Desaniversário pra gente se acabar de dançar ali no Bubu. Mais uma vez, eu, Clarice, Claudinho e Camila nos reunimos para outra festa daquelas que a gente nem vê o tempo passar enquanto clássicos de todas as épocas – inclusive os de agora – transformando o restaurante do Pacaembu na nossa pista afetiva – que sempre começa cedo, às 19h, para acabar lá pela meia-noite e todo mundo voltar pra casa são e salvo. O Bubu fica na marquise do estádio do Pacaembu (Praça Charles Miller, s/nº) e a festa começa a aquecer logo cedo… Vem dançar com a gente!

Nesta sexta-feira teve mais um Inferninho Trabalho Sujo no Redoma e as bandas que compareceram desta vez são ainda mais novas que as que frequentam os palcos nesses quase dois anos de festa para revelar novos talentos que venho fazendo desde 2023. A Sinko, que abriu a noite, por exemplo, aproveitou a oportunidade para lançar a nova identidade, abandonando o antigo nome Maçonaria do Samba, e apesar da pouca idade mostraram que não brincam em serviço, misturando rock pesado e música brasileira com desenvoltura de palco que o quinteto formado por Alê Kodama na guitarra, Leon no baixo, Frede Kipnis na guitarra, Jão Mantovas na bateria e Maria Antônia nos vocais. O ataque da banda pode ser resumido nas duas versões que puxaram depois que o público pediu bis, subindo novamente no palco para cantar “Dê um Rolê” dos Novos Baianos e “Killing in the Name” do Rage Against the Machine. Tem futuro!

Depois do Sinko foi a vez do Saravá subir no palco do Inferninho Trabalho Sujo dessa sexta-feira, no Redoma, e o trio formado por Joni (guitarra e vocal), Roberth Nelson (baixo e vocal) e Antonio Ito (bateria) está prontinho para se tornar a próxima grande banda da cena de São Paulo. Nitidamente influenciados pela fase clássica d’O Terno (antes do trio liderado por Tim Bernardes virar MPB), eles conseguem expandir ainda o espectro do indie rock paulistano para a nova década, mesclando os elementos clássicos (como psicodelia, rock tropicalista e rock clássico) com outras referências musicais menos sessentistas. E além de convidar a irmã do vocalista Joni para participar de uma música, encerraram com um bis atropelado por um problema de cabos (que o grupo tirou de letra) em que voltaram a uma de suas músicas mais antigas. A próxima geração tá vindo!

#inferninhotrabalhosujo #sarava #sinko #redoma #noitestrabalhosujo #trabalhosujo2025shows 037 e 038

Agora que o ano começou, que tal puxar um Inferninho Trabalho Sujo com bandas novíssimas? É o que acontece nessa sexta-feira, dia 14, quando mais uma vez trago a festa para o Redoma Club ali no Bixiga (Rua Treze de Maio, 825A), quando reúno as bandas Saravá e Sinko, que estão começando a despontar aqui em São Paulo, misturando rock clássico, indie rock e música brasileira reforçando a tendência característica das novas bandas desta década. E eu discoteco antes, entre e depois dos shows. Comprando antes o ingresso o preço é mais barato, vamos lá?

Thiago ressuscitou seu podcast Sabe Som?, que agora está hospedado na rede Brasil de Fato, e me convidou para participar mais uma vez do programa, fazendo um balanço do que aconteceu na música de 2020 pra cá e me pedindo para levantar os discos que considero os mais importantes lançados neste período. Abaixo deixo tanto o link pra quem quiser ouvir o programa no Spotify – em breve deve ter uma versão no YouTube – quanto ler a matéria que escreveram no site sobre a minha participação no programa. Continue