E esse infográfico que fizemos na edição de hoje do Link, hein? Clica pra ampliar.
Tou falando: se eu fosse você, comprava o Estadão às segundas.
• A década do videogame • A década dos games • Não faça ‘fail’ neste Natal • Celular acaba com aliança entre Google e Apple • O que você sempre quis saber, mas tinha medo de perguntar • Viaje nas férias com o mapa atualizado • Nova Marginal no GPS está longe • Imprensa livre é internet livre • James Cameron quer superar George Lucas • Vida Digital: Paulo Fonseca, morador de rua • Vontade, disposição e R$ 250 de custos •
• 80 produtos testados • Veja o videozinho da ceia de Natal em HD • Faça bonito e presenteie fotógrafos • Ano novo, celular novo, operadora e plano novos? • Falta de ideia não pode ser desculpa • De mini netbook a desktop grandalhão • Brinquedos para nativos digitais • Games para quem precisa de games •
• A “era iPod” (2001-2009) • Calma, o iPod só morreu como símbolo • Com a ‘cloud music’, streaming já é, hoje, o rádio do futuro • Depois da música, é a vez dos filmes e livros • Porque a indústria prefere o streaming ao download • Dá para usar Hulu, iTunes e Netflix no Brasil? • Ter ou não ter? Eis a questão que o digital propõe • Do YouTube para Hollywood • As ameças à hegemonia do Google, o cão de um truque só • Futuro do livro já é uma página virada • Brasileiro, Yahoo Meme será lançado em todo o mundo • Redes sociais podem salvar aqueles noites que parecem perdidas • Localização guia criação de aplicativo para celular • Dicionário Google já reúne 27 línguas • Nova PontoCom agita o mercado • Lei quer proibir games violentos • Google quer deixar a internet mais rápida • Guloseimas em rede social • Ativistas protestam por liberdade na web • E-mails de um idiota • Editar pode ser fácil • Caia na noite via rede social • Escreva tudo que quiser jogar no Nintendo DS • Convenção de humor no MIT? • Vida Digital: Ben Huh, do I Can Haz a Cheezburger•
E sim, o Nassif, que comenta a coluna que o Doria escreveu nesta segunda no Link, em que este último dizia que o Google seria um “cão de um truque só”. Antes de contra-argumentar Pedro (na verdade, o argumento é do Steve Ballmer, da Microsoft), Nassif gentilmente comenta o que acha do trabalho que faço diariamente com a minha equipe:
O Link é, de longe, o melhor caderno de informática do país – incluindo as revistas para micreiros.
Acho engraçado esses termos (“informática”, “micreiro”, parece o meu pai falando), mas agradeço o raro elogio. Sabe como é, jornalista é uma raça que não especialmente conhecida por reconhecer o trabalho de seus pares. E, em tempo, também discordei do Pedro quando ele veio me apresentar o tema de sua coluna, na semana passada. Mas é uma boa polêmica.
• Internet no trabalho: liberdade até que ponto? • Navegação livre pode aumentar a produtividade, diz pesquisa • Site de torrent se ajusta às leis antipirataria • Games, navegador Opera, celulares e um site 2.0 • Seattle: uma década de ativismo 2.0 • A Batalha de Seattle ainda não terminou• O mentor secreto de todos no Vale do Silício• Saiba como usar o Skype no celular• O que o cérebro ensina às máquinas• Como o computador e a web estão alterando a nossa mente• Um terno robótico para voltar a andar• W3C reúne pensadores para discutir os rumos da web• Vida DIgital: Nicholas Carr •
• O processo • Prêmio Sergio Motta valoriza portfólio • LabMIS: um laboratório público de mídias digitais • Locast, projeto do MIT com PUC-RS, fomenta mídias cidadãs • Google lança código-fonte de seu sistema operacional • Para Tim O’Reilly, ganha quem compartilha • Do Napster à eleição iraniana, Webby Awards escolhe seu top 10 • Festival leva ‘cinema ao vivo’ ao Sesc Pompeia • Romances escritos no celular provocam mudanças no japonês • Escrita digital também muda o português • Sem estoque de e-readers • Fórum da Cultura Digital reúne 600 participantes em quatro dias em SP • Censura, jornais, blogs e liberdade de expressão • ‘Call of Duty: Modern Warfare 2’ bate recordes e vira fenômeno da cultura pop • Apple inventa nova alternativa para o mercado de games • De alumínio, Dell Adamo é luxo para poucos mortais • Regretsy: Artesanato de gosto duvidoso • Myna edita sons no seu navegador • Picnik dá um tapa na foto na nuvem • Aparelho coloca HDTV no monitor • Ozzy e Jack Black se encontram depois da morte em ‘Brutal Legend’ • Tudo sobre pendrives • Vida Digital: Nós 3 •
• 94% dos brasileiros não têm banda larga • Falta de cobertura e preço impedem popularização • Acesso à web móvel é mais caro e mais lento • Entrevista: Cezar Alvarez, Coordenador dos programas de inclusão digital do governo federal • Banda Larga, cara e lenta • Mobilidade dá pistas de como será o futuro da rede • TEDxSP reflete sobre tecnologia e soluções criativas • O momento Napster do cinema • Como a TV sob demanda está ressuscitando a audiência • Lei pode autorizar remix e cópias • Billboard e os novos tempos da música • Grooveshark traz músicas do mundo • Sony Ericsson Satio é quase uma câmera digital completa • Como eu matei Steve Jobs • ‘Tudo certo para a foto?’ Não! • Simulador de exercício Wii Fit Plus é bacana • A pílula certa é a azul: Matrix em Blu-ray • ‘Som na caixa’, até no apagão • Pendrive faz PC passar novela • Batman merecia um jogo como Arkham Asylum • Preço ofusca os benefícios do i5 • Para ressuscitar o celular na hora H • Vida Digital: Yoani Sánchez •
Entrevistei o Clay Shirky para a edição desta semana do Link. Se liga:
Foto: Joi
Um dos principais pensadores da era digital acredita que a internet vai mudar ainda mais as pessoas
“O poder de organizar sem organizações”. O subtítulo da principal obra do jornalista e acadêmico Clay Shirky – Here Comes Everybody (ainda não publicado no Brasil) – anuncia não apenas seu tema como explica, em poucas palavras, o conceito de crowdsourcing. O termo junta as expressões “multidão” e “fonte” em inglês para designar a produção coletiva de conhecimento na era digital e é o mote para decifrar o que o autor considera como sendo a principal transformação que estamos vendo hoje: como a cultura humana está às vésperas de uma mudança tão – ou talvez mais – radical do que a da invenção da cultura impressa. Falando sem parar com a clareza de um bom professor, ele conversou com o Link sobre estas mudanças e o papel do Brasil neste cenário.
Como diferenciar a cultura tradicional da cultura da era digital?
Quando terminei de escrever meu livro Here Comes Everybody (Aí vem todo mundo, em inglês), tinha a impressão de que o comportamento determinava aquilo a que chamamos de cultura. Mas “comportamento” pode ser traduzido como motivação filtrada pela oportunidade. O que a cultura digital faz é pegar motivações ancestrais – “quero estar conectado a pessoas de que gosto”, “quero ter mais autoconfiança”, “quero ser autônomo”– e apresentar a elas um monte de novas oportunidades.
Tanto a ascensão da Wikipedia ou da comunidade de software livre oferecem uma oportunidade da criação coletiva. Ninguém está no comando e ninguém tem a garantia de que sua contribuição será aceita, mas em algum lugar entre esses dois polos há uma cultura de compartilhamento, de combinação e de progresso. A pergunta a ser feita é: “Qual valor conseguimos extrair destas oportunidades?” ou “como temos que mudar a cultura para ter vantagem com isso?”.
Dá para comparar as mudanças que vemos hoje com alguma outra mudança histórica?
Sim, com a invenção da cultura impressa, outro período em que o enorme acesso à informação mudou tudo. E quando ela apareceu, havia o temor de que ela centralizaria a cultura. A nova tecnologia permitiria que todos pudessem ter acesso a livros, mas sempre aos mesmos títulos, e a noção de cultura se tornaria mais massiva, ainda mais porque era controlada a pela Igreja Católica. O que aconteceu foi o contrário – e até hoje eu fico impressionado como a Elizabeth Einseinstein fala bem sobre essas mudanças sociais em seu livro A Revolução da Cultura Impressa (Ática, 1998).
Em vez de um mesmo livro ser lido por milhares de pessoas, uma pessoa podia ler milhares de livros. E o choque da diversidade – de formas de pensar e viver – virou o mundo de cabeça para baixo. A internet é uma ferramenta para acessar informação, isso é óbvio, mas é uma ferramenta muito mais importante para conectar uns aos outros. E a variedade de formas de pensar e viver está apenas começando a crescer porque, de repente, a idéia de nicho – você achava que era a única pessoa do mundo que gostava de determinada coisa ou que fazia uma atividade de um jeito diferente – pode ser expressa socialmente. Antes da consolidação da internet assistimos a diferentes movimentos – como a questão ambiental, a luta pelos direitos civis ou os direitos do consumidor – que começaram localizados e se tornaram globais.
Essa mudança poderia acontecer sem a invenção da internet?
Perceba o seguinte: embora a revolução científica não fosse possível sem a invenção da cultura impressa, ela não foi a causa da revolução científica. O que vemos com a internet é a ascensão de uma plataforma que permite o pensamento global numa época de problemas de escala global.
Esse foi o ponto da revolução científica: não foi que os cientistas descobriram que havia a mídia impressa em que eles poderiam publicar suas descobertas, mas o fato de eles perceberem que precisavam de uma cultura em que uns lessem o que os outros estavam fazendo e em que pudessem se desafiar uns aos outros. O foco agora deve ir para essas normas culturais que podem mudar a forma como usamos a internet.
Há algo semelhante à revolução científica em andamento hoje?
A mudança política vai ser a revolução científica desta geração. Precisamos pensar em um conjunto de normas culturais que nos permita lidar com questões que afetam todo o planeta. Não temos isso ainda.
Transformar o mundo inteiro em um só país com um único governo não é a forma correta de lidar com isso, pois é um retrocesso colocar o controle do mundo na mão de um grupo de líderes, mas os modelos que temos hoje também não são apropriados. Temos que pensar em formas de lidar com o engajamento político global.
Algumas das principais transformações hoje são em países em desenvolvimento. Marshall McLuhan dizia que a cultura digital é mais próxima da oral do que da escrita. Você não acha que essa mudança está redefinindo o que é sucesso?
Eu não iria tão longe. Para a maioria das pessoas, o sucesso diz respeito ao impacto que você tem em relação aos outros. Eu posso ser um integrante bem sucedido da minha comunidade a partir do momento em que fiz algo que interesse aos integrantes desta comunidade. Dentro disso, concordo que estamos vendo uma ampla mudança no que chamamos de sucesso, que permite que eu seja recompensado por ser generoso com a minha comunidade e vice-versa. E essa mudança – a habilidade de encontrar grupos ue se importam com as mesmas coisas que você, de forma que você possa ser bem sucedido – vai fazer que a amplitude de formas pelas quais podemos nos conectar uns aos outros aumente ainda mais.
Países menos alfabetizados têm mais facilidade de compreender a cultura digital?
Precisamos que as possibilidades de participação coletiva que vivenciamos principalmente online tornem-se disponíveis não de forma escrita, mas através da voz; não através de computadores, mas de telefones. O telefone é o principal dispositivo de contato para a maior parte do planeta; 4,5 bilhões de pessoas usam o telefone, enquanto outros 3 bilhões usam celulares. Vivemos num mundo em que é muito comum acessar a rede global. O que essas pessoas fazem na internet – se escrevem, leem, tiram fotos ou fazem filmes – é o de menos. A oportunidade e o desafio é como iremos fazer que a motivação social da internet esteja disponível para qualquer um que tenha um telefone – e não só para quem tem computador. E tem coisas que você pode fazer no telefone que não dá para fazer na web – e não estou falando de um iPhone, mas de aparelhos que façam apenas telefonemas e enviem SMS. Acho que é um grande desafio pensar nesses sistemas de organização social.
Você acha que o Brasil é um agente desta mudança?
Claramente. O Brasil é o primeiro país a se alinhar inteiramente a um modelo de compartilhamento como forma de progresso econômico, cultural e social. E isso aparece em diferentes níveis, desde o mais baixo – como a cultura do funk de favela, que pressupõe o compartilhamento em sua essência – até o mais alto, com o presidente Lula dizendo que prefere soluções open source para os problemas do País. Há outros países que estão se desenvolvendo desta forma, mas nenhum outro está tão à frente quanto o Brasil. E é por isso que eu acho que o Brasil é um dos países mais importantes do mundo hoje.
E o resto do mundo percebe isso?
O mundo não percebe isso como um todo, apenas como exemplos que se desenvolvem isolados uns dos outros. Não há a consciência de que essas iniciativas façam parte de um todo, mas que há, de fato, uma cultura brasileira que está sendo desenvolvida ao redor desses modelos. E isso é a coisa mais importante – não só em relação ao País, mas à forma como encaramos cultura digital no planeta.
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