“Esse filme é o corpo do Rubens (Paiva), que nunca voltou”, diz Selton Mello em entrevista após a premiação do Oscar segunda passada. Em seguida, deixo um áudio recuperado pela Empresa Brasileira de Comunicação e que mostra o então deputado reagindo em cadeia nacional ao golpe de 1964. Ainda Estou Aqui pode ser mais importante do que a gente pensa… Veja abaixo: Continue
E o primeiro ministro canadense Justin Trudeau resolveu mesmo engrossar o tom contra os Estados Unidos ao postar em sua conta no Twitter uma nova versão de um velho comercial em seu país que falava do orgulho de ser daquele país e dos elementos de sua identidade cultural, só que com um texto adequado para este momento Trump 2 da história. “Bom te ver de volta”, escreveu o líder daquele país ao receber o novo discurso, mais uma vez lido pelo ator Jeff Douglas. Veja as duas versões abaixo: Continue
Ninguém segura a pequena skatista brasileira, que agora foi anunciada como parte da novo videogame da franquia do mestre Tony Hawk. A nova versão, chamada de Tony Hawk’s Pro Skater 3+4, foi anunciada na terça passada. Com duas medalhas olímpicas, duas medalhas de ouro nos X Games, duas medalhas de ouro no World Skate, outro ouro nos Jogos Pan-Americanos em 2023 e tricampeã do maior campeonato do mundo, o Street League, Rayssa Leal não precisa provar mais nada para ninguém e já é, mesmo aos 17 anos, um dos maiores nomes desse esporte. Aparecer no game mais conhecido do mundo nesta área (e na mesma semana em que Ainda Estou Aqui ganha o Oscar de melhor filme estrangeiro) é só mais um trunfo da jovem atleta, que ainda colocou o Brasil como um dos cenários do jogo. Nada mal.
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Já viu o filme sobre o Dylan? Um Completo Desconhecido ainda vai ecoar por algum tempo, mas talvez já estejamos na hora de falar de um filme sobre a Joni Mitchell? Porque olha aí embaixo essa Amanda Seyfried tocando dulcimer no programa do Jimmy Fallon… Continue
Inescapável a ideia de assistir a um showzinho uma vez em Brasília, mas quis o destino que a primeira quinta-feira do ano me brindasse com um evento candango de proporções épicas – como de praxe – ao saber que veria uma apresentação do quinteto Satanique Samba Trio, um dos grupos musicais mais importantes da história da minha cidade-natal e uma avis rara no mapa musical da história do Brasil, que abriria a noite na Infinu, principal casa de shows de médio porte da cidade. É muito fácil colocá-los no guarda-chuva pós-punk que mistura grupos como Pére Ubu, Swell Maps, Gun Club, Half Japanese, Arrigo Barnabé, Primus, Minutemen e Premeditando o Breque, mas suas referências vão muito além disso – e mesmo se ampliássemos o leque para incluir Captain Beefheart, Frank Zappa e todo o povo do krautrock ainda seria limitá-los demais. Subindo ao palco todos com o mesmo uniforme – ecoando outras referências óbvias, como Residents e Devo -, o grupo liderado pelo lendário Munha da 7 é uma espécime raríssima por criar suas canções tortas a partir de células rítmicas essencialmente brasileiras (daí o nome do grupo), misturando lambada, choro, samba, xote e frevo às suas desventuras polifônicas, que viajam pelos cavalos de pau dados pela música erudita contemporânea e pelo jazz atonal, misturando levadas quebradas e mudanças bruscas de ritmo e tempo ao mesmo tempo em que… fazem dançar (!?). O grupo também sobressai-se pela guitarra ficar em segundo plano, transformando-se num instrumento bissexto que perde o protagonismo quando o cavaco de Jota Ferreira, o sax e a flauta de Chico Oswald, o clarinete e os teclados do DJ Beep Dee, a bateria de Lupa Marques (que num dado momento vem pra frente da banda tocar caixa de fósforos) e, óbvio, o baixo de Munha se atropelam num acontecimento único na história do Brasil. O Satanique poderia estar fazendo shows em conjunto com Hermeto Pascoal e Tom Zé que se sentiriam tão à vontade quando tocando este último show antes da turnê europeia que encaram ainda este mês. Podiam rodar mais o Brasil pra deixar todo mundo de cabelos em pé e quadris rebolando em compassos ímpares. Que privilégio.
Depois do Satanique Samba Trio foi a vez da dupla belga Lander & Adriaan, que montou seu set no meio da Infinu, fazendo o público circular ao redor como se estivessem ao redor de um DJ no Boiler Room. E não era de se estranhar, porque por mais que o baterista Lander Gyselinck e o tecladista Adriaan Van de Velde tenham uma formação jazzística, eles trabalham no território da música eletrônica, levantando a bandeira de um estranho rótulo chamado rave jazz. Estranho, mas que, ao vivo, faz todo o sentido: ecoando house, techno e drum’n’bass a dupla hipnotizou o público que já estava chapado depois do show do Satanique e só não foi além porque era uma quinta-feira – se fosse uma sexta o sábado, teriam levado o público aos píncaros da chapação frita. Impressionante – agora dá pra dizer que 2025 começou!
#sataniquesambatrio #landerenadriaan #infinu #infinubsb #trabalhosujo2025shows 033 e 034
A primeira foi um sucesso e estou voltando pra Brasília (“neste país lugar melhor não há…”) para fazer mais uma Trabalho Sujo DJs de novo no Culto Rock Bar (CLN 312 bloco A loja 30) no dia 7 de março, na próxima sexta-feira, quando me reúno novamente com o compadre Ivan Bicudo e trago a novata Isa Lugosi para nos acompanhar numa noite que não vai deixar pedra sobre pedra… Por isso, se você estiver em Brasília na próxima semana, guarde energia porque essa noite promete ser épica! Quem foi na primeira sabe bem… A festa começa às 21h e vai até altas na madrugada!
Roy Ayers, que nos deixou nesta terça-feira aos 84 anos, era mais importante que sua fama fazia parecer. Mais conhecido pelo hit “Everybody Loves the Sunshine”, lançado no álbum de mesmo nome em 1976, o vibrafonista, compositor e cantor teve um papel importante na consolidação de um novo gênero que começa a surgir no meio dos anos 70 e que misturava jazz com a variação soul mais pesada que surgia naquele mesmo período, o funk. Ayers, nascido em Los Angeles mas que fez fama em Nova York, pegava o amálgama que era base de gêneros como jazz funk e hard bop e trazia para um terreno musical ao mesmo tempo sofisticado e leve a partir de sua big band Roy Ayers Ubiquity, que plantaria as sementes para o que na década seguinte, com a ascensão da música eletrônica, se chamaria de acid house e, neste século, o neo-soul, gênero que era considerado o padrinho. Foi sampleado por artistas como Dr. Dre, Mary J. Blige e Common, além de ter sido regravado por D’Angelo, Jamie Cullum e Robert Glasper e colaborado com Fela Kuti, Erykah Badu e Pharrell Willams. Sua morte foi confirmada pela família em um post no Facebook nesta quarta-feira.
Marcelo Costa manda avisar que já sabe das datas do Jon Spencer na América do Sul em abril, quando ele passa por Buenos Aires (dia 1°, no Niceto Club), São Paulo (dias 2 e 3, no Sesc Avenida Paulista), Jundiaí (dia 4, no Sesc Jundiaí) e em Santiago (dia 6, no Blondie). Em breve novidades sobre as datas das vendas de ingressos por aqui. Os ingressos começam a ser vendidos online a partir do dia 25 de março, neste link.
Mais um documentário sobre Neil Young à vista, mais uma vez dirigido por sua esposa, a atriz Darryl Hannah, que começou a dirigir filmes registrando os passos do marido. Coastal é o quarto longa em que Hannah flagra um momento específico da carreira do mestre canadense, desta vez acompanhando-o na volta aos palcos no período pós-pandêmico e além de trechos de shows, em que Neil toca músicas que não visitava há décadas, ainda traz entrevistas com as impressões do bardo sobre a vida no século 21. O filme estreia em cinemas de todo o mundo no dia 17 de abril, mas não há previsão se vai passar por aqui. Quem sabe num certo festival de documentários…
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Enquanto Pavements, o ótimo metadocumentário feito por Alex Ross Perry que cristaliza o Pavement como uma das melhores bandas de rock de todos os tempos (“a última banda de rock honesta”), não chega aos canais de streaming (o filme provavelmente vai pro Mubi), um de seus subprodutos de repente ganha vida própria quando o filme inspirado na história da banda (que era quase uma piada interna do filme, como o musical em torno do grupo) é anunciado com um trailer que ameaça sua estreia para o próximo Natal. Range Life: A Pavement Story é uma cinebiografia de mentira que traz Joe Keery do seriado Stranger Things como o líder da banda, Stephen Malkmus, e ainda traz os comediantes Jason Schwartzman e Tim Heidecker fazendo os papéis dos dois donos da gravadora indie Matador Records, que lançou os cinco álbuns do grupo, respectivamente Chris Lombardi e Gerard Cosloy, além de outros músicos conhecidos no elenco. O improvável trailer promete, diz aí. Veja abaixo: Continue