Jornalismo

Dois ícones da cena experimental paulistana, o baterista Cacá Amaral (que também apresenta-se como Rumbo Reverso) e a tecladista e cantora Paula Rebellato (metade da dupla Rakta) mostram nesta terça-feira no Centro da Terra um novo projeto e apresentarão temas que em breve serão gravados em estúdio. Qamar é o nome da nova dupla e o espetáculo que farão juntos explica o nome do trabalho a partir de seu título, Significa Lua, e cria temas a partir da experimentação livre usando samplers, bateria eletrônica, teclado, percussão e vozes. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.

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Mais legal do que saber que o primeiro disco do Cansei de Ser Sexy completa 20 anos em 2025 (e incrivelmente atual – mas aí não sei se é mérito da banda ou da época em que vivemos), é saber que ele vai se transformar em disco de vinil na próxima edição do Noize Record Club. O conto de fadas eletroindie dos anos 2000 está mais aceso do que nunca e chega para os assinantes do clube de LPs como uma bolacha amarela (mais informações aqui)- e o vídeo que o NRC fez pra comemorar esse novo lançamento ficou demais! Veja abaixo: Continue

E sem o menor alarde três gravações inéditas da Gal Costa em seu ano miraculoso (1972) surgem nas plataformas de áudio. São três faixas gravadas após a turnê Até 73 que ela fez com Gilberto Gil naquele mesmo ano acompanhada de uma banda de cair o queixo – afinal esse era o nível da cantora naquele período -, formada por Tutty Moreno (bateria), Lanny Gordin (guitarra), Perna Froes (piano e teclados) e Novelli (baixo). São três versões: “A Morte” (de Gil, que ele nunca gravou), “Vale Quanto Pesa” (de Luiz Melodia) e “O Dengo que a Nega Tem” (de Dorival Caymmi, esta última com inacreditáveis sete minutos) que mostram um dos grandes nomes da nossa cultura no auge, tinindo trincando. Para ouvir de joelhos. Ouça abaixo: Continue

Os Fonsecas começaram sua temporada Quem Vê, Pensa no Centro da Terra nesta segunda-feira trazendo uma versão turbo de seu Estranho Pra Vizinha, disco de estreia que lançaram no ano passado. Mas em vez de tocar as músicas do disco como normalmente fazem nos shows, não apenas alinharam a apresentação com a mesma ordem do disco como trouxeram músicos que participaram da gravação para dar uma cara de edição deluxe à noite, inclusive sem comentários entre as músicas – o que foi um desafio para uma banda tão falante. Ao lado de Thales Castanheira, Nina Maia e Enow, Thalin, Valentim Frateschi, Felipe Távora e Caio Colasante transformaram um disco de 24 minutos em uma apresentação com mais de 40, incluindo um bis improvisado. Seguindo o ritmo direto do álbum, os quatro não paravam entre as músicas para anunciar as participações, embora fizessem pausas entre as músicas, demarcando o território musical de cada uma delas. Assim, seus convidavam entravam durante a música anterior para já ficar a postos para a participação na faixa seguinte e assim primeiro veio Thales – que faz uma dupla quase univitelina com a guitarra de Caio, tornando-o praticamente um quinto Fonseca -, depois Nina (que além de cantar tocou teclado) e finalmente Enow, cada um deles assumindo sua posição no palco – e no disco ao vivo – sem que estivéssemos cientes do que fariam. Uma catarse cerebral, mas de alguma forma ainda na zona de conforto do grupo, pois eles tocaram músicas que vêm tocando há anos. A partir da próxima segunda, no entanto, a temporada parte para o repertório inédito – e eles começam a semana que vem visitando canções de outros autores, muitos deles seus próprios contemporâneos. Aí a jornada decola…

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Depois da virada do ano é hora de começar a programação 2025 de vez e quem toma conta das segundas-feiras de março no Centro da Terra são Os Fonsecas, quarteto formado por Felipe Távora, Valentim Frateschi, Caio Colasante e Thalin, jovens estrelas da nova música pop paulista que mostram quatro versões de suas personalidades musicais em noites distintas na temporada chamada Quem Vê, Pensa. Eles começam dia 10, apresentando uma versão deluxe ao vivo para seu disco de estreia, Estranho Pra Vizinha, quando apresentam-se ao lado de Nina Maia, Thales Castanheira e Enow, trazendo uma nova dimensão para o álbum. Na segunda seguinte, os quatro se dedicam a fazer versões para músicas alheias – e de músicos contemporâneos inclusive. Na segunda dia 24 os quatro embarcam numa sessão de improviso para, na última noite da temporada, dia 31, mostram pela primeira vez no palco músicas inéditas. Os espetáculos começam sempre pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados no site do Centro da Terra.

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Não sou propriamente fã de Sabrina Carpenter, mas é inegável seu senso pop. Além de ter emplacado um hit e tanto com a irritantemente memorável “Espresso“, ela mostrou um tanto de sua versatilidade ao convidar Dolly Parton para dividir uma nova versão de sua “Please Please Please” e agora, no show que fez domingo passado em Londres, na Inglaterra, resolveu mostrar uma face mais britânica de sua sensibilidade pop e em vez de recorrer às versões que faz em sua Short N’ Sweet Tour (como “Mamma Mia”, “Super Freak” ou “Material Girl”) pinçou um hit adormecido em nosso inconsciente para conquistar a plateia inglesa, ao fazer uma versão literal da imortal “Come on Eileen”, maior sucesso dos Dexys Midnight Runners. E desceu bem, saca só abaixo: Continue

Como se só o show de Lauryn Hill não fosse suficiente, imagine na hora em que ela canta um de seus maiores hits (“Doo Wop (That Thing)”, claro) a diva chamasse ninguém menos que a novata sensação da vez, a gigantesca Doechii. Pois foi o que aconteceu neste sábado, no encerramento da primeira noite do festival Jazz In The Gardens Festival, em Miami, nos EUA, quando ela apresentou a sensação ao palco. E por mais que ela segurasse a onda como era de se esperar, a cantora estava em frangalhos com a realização daquele sonho e tuitou logo em seguida que “Nunca fiquei tão nervosa em toda a minha vida 😭 ela é uma RAINHA”. O show ainda teve participações de Wyclef Jean, Busta Rhymes, Yg Marley, Zion Marley, Samara Cyn, entre outros. Assista à integra do show abaixo (a participação de Doechii começa em 1h31): Continue

Desta vez nem demorou tanto. Logo depois de subir no palco com seus ex-compadres de banda Peter Buck, Mike Mills e Bill Berry, Michael Stipe mais uma vez entra no show que Michael Shannon e Jason Narducy estão fazendo para celebrar o aniversário de 40 anos do disco Fables Of The Reconstruction para cantar a mesma “Pretty Persuasion” que cantou no mês passado. Só que dessa vez não foi num pequeno clube em sua cidade-natal e sim no Brooklyn Steel, em Nova York. Eu não quero falar nada, mas e se o R.E.M. voltasse só pra mais alguns shows, hein? O vídeo é da @nicoletishaa, assista abaixo: Continue

Doutores Racionais

“Racionais MCs, vocês são um movimento negro educador.” Assim a professora doutora Nilma Lino Gomes encerrou seu discurso, nesta quinta-feira, que introduziu a entrega do título de doutor honoris causa ao grupo formado por Mano Brown, Ice Blue, Ed Rock e KL Jay, no centro de convenções da Unicamp, concebido pelo imenso Instituto de Filosofia e Ciências Humanas daquela universidade. Que momento! Os quatro falaram durante a cerimônia, assista à íntegra da cerimônia no vídeo abaixo: Continue

Fundador do The Damned, uma das primeiras bandas punk inglesas, o guitarrista Rick James morreu nesta quinta-feira, como anunciou sua página no Facebook, embora não se saiba a causa de sua morte. O Damned surgiu na mesma primeiríssima hora que produziu a primeira safra do punk inglês – puxado obviamente pelos Sex Pistols e pelo Clash – como parte da cena jovem inglesa descontente com a crise econômico e o desemprego que assolava o país nos anos 70 que também originou o heavy metal e James foi um personagem fundamental na ascensão da banda, compondo basicamente todos os dois primeiros discos (Damned Damned Damned e Music for Pleasure, ambos lançados no emblemático 1977) de um grupo que era uma espécie de versão inglesa dos Ramones, com músicos rebatizados como Rat Scabies e Captain Sensible, e que foi o primeiro grupo punk inglês a lançar um single (“New Rose”) e um disco, antes mesmo que os Pistols e o Clash. Rick saiu da banda após o segundo disco mas continuou sua trajetória de pioneiro punk como um bardo da cena inglesa, tocando em bandas como Tanz Der Youth e The Lords of the New Church, além de manter uma bissexta carreira solo.