Jornalismo

Nesta segunda-feira, David Bowie completaria 77 anos se estivesse vivo e entre as várias celebrações a um dos papas da cultura pop contemporânea, o grupo Wilco acaba de revelar a versão que fez ao vivo para o primeiro hit do ícone inglês, “Space Oddity”. A versão é a primeira faixa revelada da coletânea Live On Mountain Stage: Outlaws and Outliers, que reúne apresentações ao vivo de diferentes artistas que passaram pelo programa Mountain Stage da emissora de rádio pública norte-americana NPR. O grupo optou por uma versão acústica da canção existencialista que Bowie lançou quando o homem pousou na Lua, em 1969, com Jeff Tweedy sussurrando a letra original enquanto a banda constrói, delicadamente, o arranjo original. A coletânea será lançada no dia 19 de abril (que já está em pré-venda) e reúne outros artistas norte-americanos como Jason Isbell, Indigo Girls, Steve Earle, Lucinda Williams, entre outros. Ouça a versão do Wilco para “Space Oddity” abaixo: Continue

Outro ícone do futebol-arte que nos deixa neste início de ano, o Kaiser foi o maior nome do futebol alemão e ganhou duas copas – uma como jogador (em 1974) e outra como técnico (em 1990). Morreu dormindo.

Ao completar três décadas em atividade, o Pato Fu talvez seja o exemplo mais improvável do que é o pop brasileiro. Sem ancorar-se em cânones já estabelecidos, o grupo mineiro traça sua própria linhagem ao enfileirar canções que fogem daquilo que se espera quando falamos do mercado de música para as massas no país ao mesmo tempo em que cria uma sonoridade única, que bebe de diferentes fontes musicais sem parecer derivado deste ou daquele gênero musical ou linha genealógica. Em mais uma bateria de shows celebrando seus três fins de semana abrindo a programação musical do ano do Sesc Pinheiros, o grupo formado por Fernanda Takai, John Ulhoa e Ricardo Koctus lotou três datas no teatro Paulo Autran e enfileirou quase duas horas de hits que, em sua maioria, são tão reconhecíveis e radiofônicos (seja lá o que isso queira dizer hoje em dia) quanto experimentais e ímpares. Amparados pelo baterista Alexandre Tamietti e pelo tecladista Richard Neves, o trio recapitulou o próprio cancioneiro lembrando também de sua história audiovisual, usando um telão para lembrar dos clipes que filmaram em sua trajetória, sincronizando a imagem dos vídeos às canções que estavam sendo tocadas na hora, ao mesmo tempo em que no palco estão em ponto de bala, afiadíssimos tanto no ponto de vista instrumental quanto nas piadas infames trocadas entre os três, exercitando dois pontos específicos da cultura belorizontina (a excelência instrumental e o humor que se finge de bobo). O show foi maravilhoso e desfilou hits inevitáveis (“Sobre o Tempo”, “´Água”, “Antes que Seja Tarde”, “Depois”, “Menti Pra Você”, “Canção Para Você Viver Mais”, “Made in Japan”), versões de sucessos alheios (“Ando Meio Desligado”, “Eu Sei” e “Eu” – esta última com a participação surpresa de BNegão, que saiu da plateia direto para o palco -, canções solitárias na primeira pessoa feitas por artistas tão ímpares quanto o próprio Pato Fu) e clássicos que há tempos o grupo não visitava ao vivo (“Spoc”, “Vida Imbecil”, “Capetão 66.6 FM”, “O Processo de Criação Vai de 10 a 100 Mil”), incluindo uma inacreditável versão ao vivo para a faixa-título do primeiro disco do grupo, Rotomusic de Liquidificapum, que usaram para encerrar a apresentação, exibindo no telão a foto que era a capa da primeira fita demo do grupo (a infame Pato Fu Demo, que guardo até hoje). Um excelente show para começar os trabalhos de 2024. Vida longa ao Pato Fu!

Assista aqui: Continue

Feliz ano novo com a trilha sonora da minha virada do ano entre o Ceará e Brasília.

Ouça aqui: Continue

Zagallo morreu nesta sexta-feira – um ícone do futebol mundial, única pessoa tetracampeã de futebol da história.

O Instituto Itamar Assumpção acaba de informar o falecimento do vulcão chamado Denise Assumpção, que nos deixou na manhã desta quinta-feira. Atriz, cantora, compositora e irmã de Itamar, ela estava internada no Hospital das Clínicas de São Paulo em decorrência de complicações de um câncer de intestino. Que tristeza.

Começo 2024 na mesma nota que comecei o ano passado: além de ter passado o réveillon com os mesmos queridos amigos da virada antes da posse de Lula em Brasília, também faço a minha primeira discotecagem em mais uma celebração ao Alberta #3 que a Neiva e a Noemi fazem no Cineclube Cortina. A festa acontece neste sábado e começo a discotecar depois da meia-noite – os ingressos já estão à venda neste link.

Acabou de sair, de surpresa: um teaser perfeito para segunda temporada de uma das melhores séries no ar atualmente que nem anuncia a tão esperada data de estreia, mas cutuca uma de suas questões centrais, que também funciona como uma boa provocação para começarmos o ano novo (e assistir à primeira temporada de Severance a tempo): você sabe o que faz?

Veja abaixo: Continue

Um dos fundadores de um dos principais focos de experimentação artística da cena psicodélica pernambucana do início dos anos 70, Aristides Guimarães morreu vítima de um infarto fulminante na última quinta-feira de 2023. Um dos fundadores do Laboratório de Sons Estranhos, que realizava happenings hippies que funcionavam como um contraponto ao tropicalismo baiano-paulista, Aristides era um grande agitador cultural daquele período e, além da música, também era artista plástico.

Já estamos em 2024, mas os ecos de 2023 seguem aí, como é o caso de mais uma edição impressa da revista Rolling Stone que chega às bancas com o Robert Smith na capa, resumindo os melhores shows que aconteceram no Brasil no ano passado. Fui chamado para escrever sobre dois dos shows que mais gostei no ano, o das Haim no festival Mita e o último show de Paul McCartney em São Paulo. Os textos estão no site da revista, mas também podem ser lidos abaixo: Continue