Jornada nas Estrelas Além da Escuridão

, por Alexandre Matias

kirk-spock

Vi sexta, filmaço, além de grande habilidade do J.J. Abrams em conduzir uma grife alheia. Consigo imaginar alguns fãs mais ferrenhos da série praguejando de raiva ao ver os elementos clássicos de toda sua mitologia querida recriados em versões mais comerciais e de digestão mais fácil (ou apenas mais pop, dependendo do ponto de vista). Mas não há como não aplaudir a homenagem que o novo filme faz a uma cena específica da série original (no trecho escondido nesse link – não clique se não quiser ter uma espécie de spoiler, deixe pra ver depois que assistir o filme, confie). E é fácil ver o novo elenco envelhecendo nestes papéis – Zachary Quinto especificamente já pode ser considerado autor de um Spock irrepreensível, digno da criação de Leonard Nimoy, mas Chris Pine amadurece bem seu Kirk (o filme, no fim das contas, é sobre isso) e todo elenco coadjuvante (o Scotty de Simon Peg, a Uhura de Zoe Saldana, o Bones de Karl Urban, o Sulu de John Cho) dá uma nova personalidade irresistível à tripulação da Enterprise. Benedict Cumberbatch, no entanto, desequilibra bem o filme para seu lado. Seu personagem é o mais distante do Sherlock meio Sheldon que inventou para a versão da série de Steve Moffat e o peso de sua atuação é fundamental para o novo filme. Mais sério e ainda mais agitado que a primeira releitura da série feita por J.J. Abrams em 2009, Além da Escuridão estabelece um novo patamar para as franquias de blockbuster do século 21: é a primeira sequência de um filme dessa escala que supera o título original. Nada mal, JJ.

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