E se você está animado com a vinda do Mudhoney para o Brasil em março, se prepara porque aparentemente quem vem ao Brasil no mês seguinte é o Jon Spencer. Ícone do underground nova-iorquino desde anos 80, quando fundou a banda Pussy Galore, mas tornou-se mais conhecido na década seguinte à frente do trio que formou com o guitarrista Judah Bauer e o baterista Russell Simins, o Jon Spencer Blues Explosion, um dos melhores grupos de rock dos EUA naquele período, além de tocar em outras bandas como Boss Hog e Heavy Trash, sempre calcado no blues mais cru e punk possível. A vinda de Spencer para a América do Sul apareceu numa imagem que o Marcelo Costa twittou anunciando datas para a Argentina (1° de abril), para o Brasil (entre os dias 2 e 4) e para o Chile (dia 6) – e como o próprio Marcelo comentou, o fato de ter apenas duas datas em São Paulo (2 e 3) e uma em Jundiaí (dia 4) tem toda a cara de ser um show viabilizado pelo Sesc. Mudhoney num mês, Jon Spencer no outro… quem vai trazer o Yo La Tengo e o Stereolab?
É feriado, mas é segunda e tem mais um Vida Fodona ao vivo a partir das 21h no Twitch.tv/trabalhosujo – o da semana passada foi assim…
Pink Floyd – “San Tropez”
Maurício Pereira – “Os Amigos ou O Coração é Um Órgão”
Mark Sandman – “Brazil”
Unknown Mortal Orchestra – “From the Sun”
Thundercat – “Friend Zone”
Spoon – “Hot Thoughts”
Cassiano – “Onda (Poolside & Fatnotronic Edit)”
Santogold – “L.E.S. Artistes”
M83 – “Midnight City”
Magic – “Rude”
Cornershop – “Who Fingered Rock ‘n’ Roll”
Girls – “Honey Bunny”
Jon Spencer Blues Explosion – “Afro”
Bo Diddley – “Who Do You Love?”
Screaming Jay Hawkins – “I Put a Spell on You”
Frank Ocean – “Lost”
Major Lazer – “Lean On”
Katy Perry + Juicy J – “Dark Horse”
Dua Lipa + DaBaby – “Levitating”
Lauryn Hill – “Everything Is Everything”
Lana Del Rey – “Florida Kilos”
Edwin Birdsong – “Cola Bottle Baby”
Eddy Grant – “Electric Avenue”
KC & The Sunshine Band – “Keep It Comin’ Love”
Mcfadden & Whitehead – “Ain’t No Stoppin’ Us Now”
Tim Maia – “A Fim de Voltar”
Dolly Parton – “9 to 5”
Dusty Springfield – “Son of a Preacher Man”
Echo & The Bunnymen – “Bring On The Dancing Horses”
U2 – “Desire”
Lulu Santos – “Um Certo Alguém”
Marina Lima – “Corações a Mil”
Mano Brown + Don Pixote + Seu Jorge – “Dance, Dance, Dance”
Rita Lee – “Jardins Da Babilônia”
Roxy Music – “Ladytron”
XTC – “Here Comes President Kill Again”
Beach Boys – “I Was Made to Love Her”
Velvet Underground – “One of These Days”
Pretenders – “Back On The Chain Gang”
Jam – “Town Called Malice”
Supremes – “You Can’t Hurry Love”
Phil Collins – “You Cant Hurry Love”
Doors – “Love Street”
Cure – “A Forest”
Beatles – “You Never Give Me Your Money (Instrumental)”
Beatles – “Sun King (Instrumental)”
Beatles – “Polythene Pam (Instrumental)”
Beatles – “She Came In Through The Bathroom Window (Instrumental)”
Beatles – “Golden Slumbers (Instrumental)”
Beatles – “Carry That Weight (Instrumental)”
Beatles – “The End (Instrumental)”
Beatles – “Her Majesty (Instrumental)”
Beatles – “Come Together (Instrumental)”
O disco novo do trio mais rústico do rock dos anos 90 já dá pra ser ouvido no site da Rolling Stone.
Foi alto. Muito alto. Poderia ser mais alto (claro, sempre pode), mas a massa sonora dos três sujeitos no palco literalmente move as pessoas.
E foi preciso. Guitarras, bateria, berros, gaita, theremin, saudações para o público, “São Paulo” gritado no meio das músicas sem soar piegas, coro da galera, mãos pra cima, muito suor, pouca luz.
Show de roque – como se o Mick Jagger não tivesse nascido para o estrelato, apenas para o rhythm’n’blues. Por alguns instantes o Bourbon perdia sua cara de Moema e parecia estar no meio de uma Augusta utópica, à moda antiga.
Impressionante como Jon Spencer parece ter caído na fonte da juventude. Dez anos mais velho que eu, aparenta e move-se como se tivesse dez anos a menos.
Memorável.
Vai ser demais.
Escrevi pro Divirta-se, do Estadão, sobre a expectativa para o show do Jon Spencer semana que vem.
Da máquina do tempo
Quando o Jon Spencer Blues Explosion se apresentou no Brasil pela primeira vez, não fui. Era uma das minhas bandas favoritas dos anos 90, mas uma confusão com agendas e horários me fez perder um show que, pelo que disseram, trouxe uma banda mais densa e menos elétrica do que a que conhecíamos. Seu líder ostentava uma barba pesada que fugia do visual rock’n’roll clean e bruto que caracterizava o som do trio. Por isso, quando fui vê-los ano passado no meio do festival de 21 anos da gravadora Matador, em Las Vegas (na festa do meu casamento), não esperava muita coisa – daí a surpresa ao ver um Jon Spencer em 220 volts, teletransportado direto de 1995. O outro guitarrista, Judah Bauer parece mais velho e o baterista Russell Simins engordou uns bons quilos. Mas, no palco, Spencer encarna um Mick Jagger utópico. Vê-los no Bourbon será genial.
E por falar em Royal Trux, que tal essa? Vai ser um show fodaço, ainda mais por ser no Bourbon Street, no final do mês.
Acima, o vídeo que fiz dos caras quando eles tocaram no aniversário de 21 anos da Matador, em Las Vegas.