O diretor dos dois Homem de Ferro e o roteirista nerd de Lost trabalharam juntos em Cowboys vs. Aliens e este é um dos muitos vídeos que a produção desse filme colocou no YouTube.
Ficção científica versus western, mashup de gêneros baseado num quadrinho pouco conhecido, roteiro de Orci-Kurtzman (Fringe) e Lindelof (Lost), produção de Spielberg com Harrison Ford, Daniel Craig e Olivia Wilde, dirigido pelo Favreau.
Cowboys & Aliens promete, falo mais dele em breve.
Fui ver o Homem de Ferro 2 e… o filme é ótimo, mas se é pra ter mais de duas horas, que as encham com cenas de ação. Dá pra contar quase uma hora de blábláblá durante todo o filme, cenas que você nem sequer precisa olhar para a tela para saber o que está acontecendo. Em alguns aspectos o filme melhora o que já era ótimo no primeiro.
O principal mérito é o elenco: Robert Downey Jr. está confiante ao nível do insuportável, Gwyneth Paltrow finalmente pode atuar, o diretor Jon Favreau faz sua ponta crescer sem sair do segundo plano, Samuel L. Jackson é Samuel L. Jackson sempre, Don Cheadley segura bem a onda de sidekick, Sam Rockwell está ótimo como vilão e até Mickey Rourke e Scarlett Johansson estão bem. Favreau aos poucos está dominando a técnica dos efeitos especiais misturados a cenas de ação e nos presenteia com algumas cenas de abrir sorrisos – a chegada do Homem de Ferro na Stark Expo, a cena de luta com discotecagem e até o completo nonsense se passa no Grande Prêmio de Mônaco são pequenos espetáculos do cinema moderno, com doses equilibradas de humor, ritmo, cinematografia, edição, diálogos, efeitos e trilha sonora. Cinemão americano em grande escala, um título que infelizmente recai sobre os insossos Ron Howard, James Cameron e o próprio Spielberg, que de vez em quando sai do trivial. Mas Favreau está chegando lá.
O problema é que um filme desses não pode ser conduzido apenas com três ou quatro pontos de ação e esticado na marra com diálogos que teoricamente sustentam uma trama complexa – afinal, não há trama complexa. Não existe nem atrito entre os personagens de verdade, a profundidade do roteiro é a de uma piscina de crianças. Porque afinal de contas o que é um filme de super-herói senão uma piscina de criança? Não é cinema existencialista, reflexivo, denso. Não há mergulho ou submersão – é apenas um toboágua. Mas imagine se, no meio do toboágua, você tivesse que parar para discutir se é melhor descer pelo túnel A, B ou C. Se o ritmo das cenas de ação é perfeito, o do filme tem muitos altos e muitos baixos – alguns destes que até sugerem o sono.
Isso faz com que Homem de Ferro 2 funcione como um sinal de alerta para os filmes de super-herói. Não que o filme não vá faturar alto, mas pode fazer com que a série que perca o fôlego logo – e Favreau tenha que apelar para recursos ridículos como os que Sam Raimi apelou no terceiro Aranha (você sabe, todo aquele papo emo, aquela cena da dança no bar, o comercial de margarina na outra cena do café da manhã) e se ver o nerd Peter Parker passar por essa transformação foi bisonho, não queiramos ver algo do tipo com o querido Tony Stark do Downey Jr.
Uma das melhores cenas dura menos de cinco minutos e acompanha Scarlett em sua primeira incursão à ação. E nem é pelo fato de ter uma gostosa dando pernada – é só mais um exibicionismo de Favreau como diretor, desta vez acompanhando de perto uma cena que é basicamente uma coreografia. Se Homem de Ferro 2 alternasse entre efeitos especiais desproporcionais e cenas mais “intimistas” como esta com a Johansson (em vez de perder tempo com o drama risível do personagem de Rourke ou cenas extras só para justificar o cachê de Samuel L. Jackson), seria do nível do primeiro filme.
Mas não é.
(E depois eu falo do próximo filme da Marvel – se você não viu o Homem de Ferro 2 no cinema e sabe ainda, tem uma cena escondida no final dos créditos, que nem no primeiro)
Eu sei que você parou porque achou que conhecesse esse nome: eu também, mas o Favreau do Obama é só um homônimo do diretor do Homem de Ferro. O blog do Seattle Times até fez um discurso fake como se o outro Favreau escrevesse o que Obama diria:
“America, you’re so money and you don’t even know it.
In my long journey to Washington, I’ve learned that you don’t want all that Pirates of the Caribbean horseshit or the rock and roll grunge tip — you want to kick it old school. And the Washington Monument is definitely old school. During my campaign, the question I heard most was: If the party starts at eight, then why are we going to a bar at ten? Because America wasn’t ready for us to arrive at the party at eight. But now that the clock’s struck midnight, the beautiful babies are ready for us. They’re our honeys now.
Two years ago, when I declared my candidacy for President, I was like like the guy in the rated R movie — you know, the guy you’re not sure whether or not you like yet. Before then, as a member of the Illinois statehouse, I was the guy behind the guy. When I was a community organizer in Chicago, I was more like the guy behind the guy behind the guy. And when I unsuccessfully ran for Congress, you wanted someone with more theme-park experience.
But today, I’m like the guy from the PG-13 movie who everyone is hoping will make it happen. Most assuredly, I’m not a bad man — I’m a winner. But who’s the bigger winner? America. America’s the big winner.
What I’ve learned from my numerous interactions with everyday Americans is this: There’s nothing wrong with letting citizens know that you’re money and that you want to party. And when they ask me what I’m going to do about the economy, I offer a three-word reply: Vegas, baby, Vegas. Soon, record unemployment will evaporate to the point where all of us will be able to afford the Rain Man suite, you dig? Stop looking at the stuff you don’t have and look at the things you have. Your former co-workers at the plant were right about you — you’re money.
To America’s enemies, I say: Roll up, bitch, and don’t play baby games. You start talking about puppy dogs and ice cream and of course it’s going to end up on the friendship tip. You take foreign dictators into a 95-degree trailer, crank up Heart, clear the stuffed animals off the bed, and pull the Jedi mind shit, and it’ll end up on a different tip. See, America, if you talk to a rogue dictator, he wants to come back. But you can’t do anything to make him want to come back. In fact, you can only do stuff to make him not want to come back. But somehow they know not to come back until you really forget. There’s the rub.
So just when will our great nation return to a time of peace and prosperity? Well, two days is industry standard, and while I think three days is kind of money, I’m going to ask you to give me six days. And if you go easy on the water, this 50-cent piece has your name on it.
If people ask me, eight years on, what I’d like to be able to say to the American people, my reply will be simply this: You’re all grownzed up, America. You’re grownzed up and you’re grownzed up and you’re grownzed up.”