Dois instantâneos do Brasil de 2025

Duas polaróides divulgadas nesta terça-feira mostram um retrato bem diferente do Brasil – não apenas para si mesmo como para o resto do planeta. A primeira delas revela que o pernambucano João Gomes é o primeiro artista a figurar no primeiro show do Tiny Desk Brasil, num golaço da produção do novo programa. Num show de vinte minutos, ele enfileira vários de seus novos clássicos (“Dengo”, “Meu Cafofo”, “Reencontro”, “Aquelas Coisas” e “Eu Tenho a Senha”, entre outras, assista abaixo) e aumenta ainda mais o sarrafo e a expectativa para os próximos programas – você chuta quem pode ser o próximo? A outra traz o baiano Wagner Moura, fazendo o tour de promoção de O Agente Secreto, dentro do armário da Criterion, escolhendo filmes clássicos como o canal de streaming e selo de DVDs faz ao convidar grandes nomes do cinema. O vídeo com a íntegra de sua participação ainda não foi divulgado, mas entre os títulos escolhidos estão o cubano Memórias do Subdesenvolvimento (1968), o franco-belga Rosetta (1999), o italiano Ladrões de Bicicletas (1948) e o brasileiro Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964). E pensar que dois anos e meio atrás estávamos saindo de um abismo tão profundo (ainda estamos, é verdade) que a possibilidade de um futuro parecido com este 2025 era ínfima. E tem muito mais pra vir por aí…

Assista abaixo:  

Um Brasil entre dois Joões e uma Mãeana

Finalmente consegui ver nessa sexta-feira na Casa Natura o show em que Mãeana entrelaça os repertórios de dois JGs (João Gomes e João Gilberto) para traçar um paralelo entre dois momentos diferentes do Brasil e buscar um sentimento comum para estas duas nações aparentemente distintas, mas que, sob esta luz, tornam-se unidas emocionalmente. Como a própria autora da noite fez questão de frisar, é um show sobre amor romântico, mas que reflete as ansiedades e inseguranças dos indivíduos nestes dois momentos diferentes. Quis o destino que o show que assisti caísse no exato aniversário de três anos da primeira apresentação, quando Mãeana, morando em Salvador, cogitou a possibilidade de juntas bossa nova e piseiro mostrando que, apesar da distância do samba minimalisticamente acústico de um João harmonizasse e bem com o forró eletrônico do outro, graças ao carisma arredio da anfitriã, que ainda citou Miúcha quando explicou que o motivo de sucesso de um casamento. Infelizmente tive que sair antes do final pois tinha um @inferninhotrabalhosujo pela frente.

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Os 20 discos mais importantes desde 2020

Meu camarada Carlos Albuquerque, o bom e velho Calbuque, está na equipe da recém-lançada edição brasileira da clássica revista norte-americana Esquire, que chega impressa ao Brasil em edições especiais. E no primeiro número, ele organizou uma enquete com um júri da pesada incluindo jornalistas, executivos da indústria e artistas (este que vos escreve incluso) para descobrir quais são os 20 discos mais importantes desde 2020 até hoje e o resultado (que pode ser visto abaixo) está nas bancas com um texto de apresentação do próprio Calbuque.

Veja abaixo: