Vida Fodona #210: Tudo quanto é lado

Beastie Boys – “Pow”
Dave Brubeck Quartet – “Take Five”
Medeski Martin & Wood – “We’re All Connected”
João Gilberto – “É Luxo Só”
Juan Garcia Esquivel – “Bikina”
LCD Soundsystem – “Never As Tired As When I’m Waking Up”
Outkast – “Behold a Lady”
Scissor Sisters – “Invisible Light”
Happy Mondays – “Dennis and Lois”
Rolling Stones – “Memphis, Tennessee”
Apples in Stereo – “Hey Elevator”
Rita Lee & Tutti Frutti – “Cartão Postal”
Olivia Tremor Control – “No Growing (Exegesis)”
Beach Boys – “Let’s Go Away for a While”
Kassin + 2 – “Futurismo”
Mussum – “Chiclete de Hortelã”
Paul McCartney – “Momma Miss America”
Neutral Milk Hotel – “In the Aeroplane Over the Sea”
Sebadoh – “Two Years, Two Days”

Lean on me.

Vida Fodona #158: Abolo

É, pelo jeito, Vida Fodona Soundsystem vai rolar por algum tempo… Alguém grila?

Massive Attack – “Inertia Creeps”
Beastie Boys – “Car Thief”
Céu – “Cangote”
Academia da Berlinda – “Brega Francês”
Nick Drake – “Hazey Jane I (Rare Acoustic Version)”
Blur – “Tracy Jacks (demo)”
Caetano Veloso – “Outras Palavras”
Jorge Ben – “Eu Vou Torcer”
João Gilberto – “É Luxo Só”
Zombies – “Friends of Mine”
Of Montreal – “Jimmy”
Lou Reed e John Cale – “Nobody But You”
Delgados – “Everything Goes Around The Water”
Whitest Boy Alive – “Timebomb”
Rapture – “The Devil”
Spoon – “Don’t Make Me a Target”
Eugenius – “On the Breeze”
Pistoleiros – “Se Eu Tivesse um Walkman”
Júpiter Maçã – “As Tortas e as Cucas”‘

Vamo nessa.

Vida Fodona #144: Uma coisa meio desenho animado



Vamos lá: tem synthpop curitibano, instrumental da Paraíba, Lovefoxxx cantando raggamuffin’, cover de Elliot Smith e MGMT, Clubes da Esquina do século 21, a novas do Pet Shop Boys e do Black Lips, psicodelia noise, pop chileno, jazz-funk francês, remix do Empire of the Sun, Beastie Boys instrumental e a demo do João Gilberto espalhada por todo o programa.

Little Boots – “Time to Pretend”
João Gilberto – “Chão de Estrelas”
Black Lips – “Drugs”
Seychelles – “No Caminho de Shangri-Lá”
Momo – “Buscador”
João Gilberto – “João Valentão”
Pet Shop Boys – “Love, Etc.”
Empire of the Sun – “Walking On A Dream (Danger’s Racing Club Mix)”
Bo$$ in Drama – “Favorite Song”
João Gilberto – “O Bem do Amor”
Lou Barlow & The Minders – “Needle in the Hay”
Phantom Band – “Throwing Bones”
Burro Morto – “Menarca”
João Gilberto – “O Pato”
Beastie Boys – “Hey Ladies (Instrumental)”
Serge Gainsbourg – “Melody”
Javiera Mena – “Esquemas Juveniles”
João Gilberto – “Doralice”
N.A.S.A (com Sizzla, Amanda Black e Lovefoxxx) – “A Volta”

Por aqüi.

João e a reverberação

Saiu na capa da Folha, na TV Cultura, no Estadão, no blog do Nassif, no Piratebay… Enfim, os primeiros registros da história da bossa nova já estão rendendo assunto para a web e além – resta saber se alguém vai se dispor a lançar isso de uma forma decente ou se vamos só esperar o assunto esfriar e ninguém mais tocar no tema?

Hoje só amanhã: a quinta semana de 2009

Amanhã não, segunda – nesse domingo não tem Trabalho Sujo.

A volta do Legião Urbana
Gravações raras de João Gilberto ressurgem na internet: tanto as gravações que fez na casa do fotógrafo Chico Pereira em 1958 (o técnico de som Christophe Rousseau fala mais sobre o assunto), quanto o show ao lado de Tom Jobim, Os Cariocas e Vinícius de Moraes em 1962 e as gravações do tempo do Garotos da Lua, em 1950 (que repercutem) •
Lost: Jughead
Sílvio Santos portátil
Dakota Fanning, 15 anos
Little Joy em São Paulo
Moleque chapa no dentista, é remixado e vira desenho
Entrevista: Matt Mason (Pirate’s Dilemma)
Vazou o disco de Lily Allen
Trailers novos: Transformers 2 e Jornada nas Estrelas (com menção ao Cloverfield) •
Rick Levy se aposenta da naite
50 anos do dia em que a música morreu
Banda Calypso é indicada ao Nobel da Paz
Lux Interior (1948-2009)
Legendas.tv fora do ar (e hackers sacaneiam o site da APCMdeu no G1) •
A história do Kraftwerk
Krautrock dance
Emma Watson, 18 anos
Paul’s Boutique comentado pelos Beastie Boys
Soulwax faz set só com introduções de músicas (uma idéia que o Osymyso já tinha tido) •
Alan Moore e a televisão do século 21 (que aproveita para falar de sua participação nos Simpsons) •
Phelps dá pala, devia ter respondido assim, mas é punido; Ronaldo sai em sua defesa
Um herói candango
Vocalista do Gogol Bordello já agitou feshteenha no Rio e vai tocar no carnaval do Recife com Mundo Livre e Manu Chao
Saiu a escalação do festival de Boonnaroo
Forgotten Boys sem Chucky
Comentando Lost: The Lie
A história do krautrock
Entrevista: Lawrence Lessig
Comentando Lost: Jughead
Kraftwerk 1970
Oito episódios para o fim de Battlestar Galactica
Of Montreal tocando Electric Light Orchestra
Fubap de cara nova
“Friday I’m in Love” sem palavras
Todas as mortes em Sopranos
Christian Bale estressa com produtor e é remixado
Montage papai
As calcinhas da Kate do Lost são brasileiras
Lykke Li 2009
Cansei de Ser Sexy x Chromeo
Visita à discoteca Oneyda Alvarenga
Moleque do dentista e Christian Bale são remixados

"Vivo esperando e procurando…"

Ronaldo conta mais novidades sobre a histórica gravação de João Gilberto na casa de Chico Pereira antes de lançar seu primeiro disco. Conversando com um repórter do Metrópolis que está fazendo uma matéria sobre o registro, ele conseguiu a íntegra do email que o engenheiro de som Christophe Rosseau, responsável pela remasterização das gravações, enviou à reportagem do programa. Segue um trechinho:

Imagina, eu: quando recebi de Lars essa cópia para remasterizar quase desmaiei de tanta felicidade! Por que eu?! Por que é que caiu sobre mim?! Eu tinha o livro de Ruy Castro, Chega de Saudade, onde se falou pela primeira vez sobre este assunto do som gravado em fitas magnéticas Basf, com aparelhagem bem profissional para época, no salão de Chico Pereira. Eu não pensava escutar tão cedo este documento… (Bom, há 50 anos que a gente esperava, né?)

Aí, no princípio do ano passado, eu passei uma semana trancado a escutar este som e ficar espantado o tempo todo e falando grosso: Puta que pariu! Puta que pariu! Nossa! Como é que pode! etc. Depois me coloquei a remasterizar. O resultado foi colocado na internet por nós de graça para contrar o Japonês e o lucro deles sem aviso nenhum a João Gilberto, o autor. Era a vingança única e última que podia acontecer! Assim vão as coisas e é verdade que eu estou bastante satisfeito de ter remixado este documento – que demorou 50 anos para aparecer e três dias para se tornar decente!

Leia a íntegra do email aqui.

No encalço de João

Mais desdobramentos da saga da demo de João Gilberto: desta vez foi o próprio Toque Musical que saiu do ar completamente. Não se sabe se foi o autor que deletou os arquivos do site ou se alguém pediu para o Google suspender o ótimo blog. Mas agora o Som Barato linkou o disco para baixar em torrent – e aí, amigo, tá na internet, né… Já era.

Updeite-se: E agora às 21h40 começa o Metrópolis que vai tratar sobre o assunto.

A fita demo de João Gilberto

Lembram do Volume 3 do Tim Maia Racional, que apareceu do nada no ano passado? Mais um disco não-disco ressurge do baú da história graças à tal “pirataria” com aspas – e esse deixa o terceiro Tim Maia Racional minúsculo, de tão desimportante. Estou falando do disco Registros na Casa de Chico Pereira em 1958, que traz nada menos do que gravações de João Gilberto antes de ele ter gravado o compacto de Chega de Saudade – e talvez antes mesmo de participar do disco Canção do Amor Demais, considerado marco zero da bossa nova por reunir João, Tom Jobim e letras de Vinícius juntos pela primeira vez em disco. Registros foi pinçado pelo excelente Toque Musical que só por disponibilizar essa jóia já merecia ter um patrocinador que bancasse as pesquisas do autor do saite.

Esses registros – porque nunca foram um disco, como a capinha da fita magnética na capa entrega – não são apenas uma raridade. Eles trazem uma mistura de raio X na obra que inaugurou a música brasileira moderna (os três primeiros discos de João) com bastidores do nascimento da carreira do principal músico do século 20 – é algo como se encontrassem uma fita com o Lennon num camarim do Cavern Club tocando, ao violão, “Strawberry Fields Forever”.

Mas ao contrário do complexo de épico típico inglês, os rascunhos de um dos principais legados brasileiros ao planeta são músicas tocadas com zero pompa e com aquele calor informal que logo seria esfregado na cara do mundo como uma qualidade essencialmente brasileira. Não é um show, é um sarau na casa de um amigo – Chico Pereira era fotógrafo das capas dos discos da Elenco e além das canções em si – você pode o ouvi-lo comentando entre as faixas, às vezes acompanhando-o batucando em algum lugar. O clima é quase sempre informal: ouve-se um cachorro ao fundo de umas músicas, outras são atravessadas por risos e som de copos batendo na mesa. O som, mal gravado mas nítido o suficiente para ouvir o violão mágico como se estivesse a poucos centímetros de distância também não prejudica a voz, criando uma espécie de granulação ou sépia sonora que dão às músicas o aspecto que elas têm, o de peças de museu, itens escavados entre as ruínas da história.

Quem passou a dica do disco foi o Ronaldo, que ainda transcreveu o trecho em que Ruy Castro comenta a estas gravações em Chega de Saudade.

Uma das pessoas que João conhecera com Roberto Menescal e Carlinhos Lyra fora o fotógrafo da Odeon, Chico Pereira. Pela quantidade de hobbies a que Chico dispensava total dediacação – som, jazz, aviação, pesca submarina -, era difícil imaginar como lhe sobrava tempo para fazer um único clique como fotógrafo. Mesmo assim, Pereira conseguia dar conta das fotos de todas as capas da Odeon. Menescal era seu companheiro de pesca e os dois eram também irmãos em Dave Brubeck. Quando João Gilberto cantou pela primeira vez em seu apartamento, na rua Fernando Mendes, levado por Menescal, Chico experimentou a mesma sensação que tivera ao conhecer o fundo do mar. Com a vantagem de que a voz e o violão de João Gilberto podiam ser capturados. Não perdeu tempo: assestou um microfone, alimentou seu gravador Grundig com um rolo virgem e deixou-o rodar. Foi a primeira das muitas fitas que gravaria com João Gilberto em sua casa.

Antes mesmo que o 78 de “Chega de Saudade” invadisse as rádios – antes mesmo de ter saído o disco, fitas domésticas de rolo, contendo a voz e o violão de João Gilberto já circulavam pela Zona Sul. Circulavam é força de expressão. Poucos possuíam gravadores naqueles tempos pré-cassete, o que limitava a audiência de uma fita aos amigos do dono do gravador. Uma dessas fitas tinha sido gravada pelo fotógrafo Chico Pereira, felizmente um homem cheio de amigos; outra, pelo cantor Luís Cláudio. Em quase todas João Gilberto cantava “Bim Bom”, “Hô-ba-la-lá”, “Aos pés da cruz”, “Chega de Saudade” e coisas que nunca gravaria em disco, como “Louco”, de Henrique de Almeida e Wilson Batista, e “Barquinho de Papel”, de Carlinhos Lyra.

Não é brincadeira: é a fita demo de João Gilberto!

Separei uma versão mais jazz (com backing vocals sugeridos) para “O Pato”, “Louco” de Wilson Batista, uma “Doralice” cantada entre risos, “Nos Braços de Isabel” (em que é possível ouvir Chico corrigindo as letras para João) e “Chão de Estrelas” (música-símbolo daquilo que a bossa nova não queria ser), ambas de Silvio Caldas, e duas das sete “Conversations”, faixas em que Chico conversa com João – em uma, ele diz que depois apaga as gravações (hehe) e na outra, eles conversam sobre o maior violonista da atualidade. Justo com quem…

O disco você baixa aqui.


João Gilberto – “Chão de Estrelas


João Gilberto – “Conversando sobre ‘Chão de Estrelas‘”


João Gilberto – “Nos Braços de Isabel


João Gilberto – “Doralice (Reprise)


João Gilberto – “Louco


João Gilberto – “Conversando sobre o maior violonista da atualidade


João Gilberto – “O Pato

4:20

João Gilberto, 1950


João, de bigodinho, no alto da foto

E esse arquivo que inclui, além dos dois primeiros compactos de João Gilberto antes de lançar seu primeiro LP (“Chega de Saudade” e “Desafinado”), três compactos com os Garotos da Lua, o conjunto vocal em que João era crooner nos anos 50, em sua primeira vinda ao Rio de Janeiro (quando ficou conhecido pelo apelido “Zé Maconha“)? Incrível…


Garotos da Lua – “Amar é Bom