Calma que o maior nome da música brasileira não vai sair tirando foto de posições de acordes estranhos, telefonemas dados na madruga, delivery de restaurante nem de fumaça branca – foi só uma foto que sua filha Bebel postou em sua conta do Insta.
Como se previa, o público carioca não ficou quieto e o barulho, ao contrário do que se previa, não foi um problema para os Kings of Convinience ontem, no Circo Voador, ao menos segundo relatos.
Parece até que os dois se divertiram…
Não tinha ouvido falar desse Filhos de João, que estreou essa semana, alguém viu?
O título é referência ao histórico encontro com João Gilberto que originou o melhor disco de todos os tempos, Acabou Chorare. Vi lá no Bruno.
Sem esquecer que neste sábado temos a festa de 15 anos do Trabalho Sujo e o primeiro baile Veneno de 2011, terceira fusão de nossos esforços artísticos e primeira que sai do âmbito do áudio digital (Comentando Lost e Vinteonze sendo as duas primeiras), dedicamos o primeiro programa de abril essencialmente à música e, veja só, principalmente brasileira. Abrimos este Vinteonze falando do novo disco de Marcelo Camelo para depois depois falarmos da nova cena jazz de São Paulo, do Criolo Doido, de psicodelia brasileira, do livro da Cosac & Naif sobre o João Gilberto e do Cansei de Ser Sexy, além de fazer a leitura dos comentários sobre o programa passado, contracomentados por nós dois. Na trilha, a grande unanimidade de Caetano Veloso, Transa foi um disco escolhido por sua curta duração e também é assunto de nosso papo furado. E, porra, é o Transa, né?
Ronaldo Evangelista & Alexandre Matias – “Vinteonze #0004“ (MP3)
Emílio Santiago!
Aos poucos retomando as atividades…
Kid Cudi – “Marijuana”
Dr. Lonnie Smith – “Mixed Bizness”
Norma Bengell – “Hô-Bá-Lá-Lá”
Rubinho Jacobina & a Força Bruta – “Toc Toc”
Lulina – “Jerry Lewis”
Pacific – “Hot Lips”
Yuksek + Chromeo – “So Down”
Breakbot + Irfane – “Baby I’m Yours”
Terry Poison – “Comme Ci Comme Ça (Twelves Remix)”
Crystal Castles + Robert Smith – “Not in Love”
Cee-lo Green – “Bright Lights Bigger City”
Spoon – “The Mystery Zone”
Of Montreal – “Rapture Rapes the Muses”
Jamie Lidell – “Enough is Enough”
Hot Chip – “Take it In”
3 Na Massa + Nina Becker – “O Objeto”
O mesmo fez o Vinícius, com a variação de uma carta que ele mesmo havia jogado. Agora, é a vez da minha carta.
E o Vida Fodona de hoje é dedicado aos sonhos. Me acompanhe.
M83 – “Highway of Endless Dreams”
Of Montreal – “I Was a Landscape In Your Dream”
Radiohead – “Nice Dream”
R.E.M. – “I Don’t Sleep, I Dream”
Elliot Smith – “A Distorted Reality Is Now A Necessity To Be Free”
Big Star – “Nightime”
João Gilberto & Stan Getz – “Vivo Sonhando”
Belle & Sebastian – “I Could Be Dreaming”
Shout Out Louds – “You Are Dreaming”
Bob Dylan – “Bob Dylan’s Dream”
Lou Redd & John Cale – “Dream”
Kevin Shields – “Are You Awake?”
Franz Ferdinand – “Lucid Dreams”
Fabio – “Lindo Sonho Delirante”
Apples in Stereo – “Dream About the Future”
Crowded House – “Don’t Dream is Over”
Pixies – “Where’s My Mind?”
Minha coluna no 2 de domingo…
Fake no facebook
João Gilberto social?
“mentirosa. anti-ética. jamais. dei entrevista. à revista.não have.rá nenhum dvd japão.adoro caetano.não pedi comida.japonesa.reportagem …para boi.dormir.farsa!merece o lixo”
Assim, só com minúsculas e pontos entre as palavras, um certo “João Gilberto Prado Pereira” respondeu, via Facebook, a uma entrevista publicada na semana passada com o cantor João Gilberto. Na entrevista, o verdadeiro João dizia nunca ter usado o Facebook, além de não ter computador em casa.
Não precisa ser nenhum especialista em joãogilbertices ou em Facebook para descobrir que o perfil, criado em abril e com mais de cinco mil “amigos”, é falso. Afinal, o “João Gilberto” do Facebook é fã de Marcelo Bonfá, Ray Charles e Pat Metheny, xinga o papa de pedófilo, se refere a Tom Jobim como “mestre” (como assim?) e posta vídeos e mais vídeos de “si mesmo” no Facebook.
Não que João não pudesse ter um computador, estar no Facebook ou ficar passeando no YouTube assistindo a vídeos antigos – atividades que têm a ver com a contemplação e tranquilidade de um músico que, segundo a biografia de Ruy Castro sobre a bossa nova, Chega de Saudade, era conhecido nos anos 50, como “Zé Maconha”.
João Gilberto, perfeccionista e cheio de manias, até perderia seu tempo assistindo aos próprios vídeos no YouTube, mas não os espalharia por aí. Vale até a dica para o João Gilberto fake – o verdadeiro João provavelmente se encantaria ao descobrir que, no YouTube, pode ouvir músicas que ouvia nos tempos em que ainda morava em sua cidade natal, Juazeiro, no interior da Bahia.
Em tempos digitais, sempre é bom desconfiar de personalidades online. Como links recebidos por e-mail, às vezes elas podem não ser quem aparentam.
“Last decade”
A volta-relâmpago dos Strokes
Começou com um tweet: “Bom dia, Londres”, disseram os Strokes no início da semana passada pelo Twitter, antecipando um show surpresa que fariam na casa noturna Dingwalls, para apenas 500 pessoas. Era o primeiro show da banda desde 2006, antes de seus integrantes lançarem trabalhos-solo. Mais tarde twittariam o logotipo da banda com o nome alterado para “Venison”. O show aconteceu quarta passada e, apesar de matar a saudade dos fãs, não trouxe nenhuma novidade. No estúdio desde janeiro, esperava-se que eles tocassem músicas novas ou até que anunciassem novo disco. Em vez disso, voltou aos hits. Será que uma das bandas-símbolo dos anos 00 esgotou-se? Só o tempo dirá, mas ao que parece, a banda virou cover de si mesma.
Agora eu invejei: t-girl 100% essa, hein, Vinícius. Vou até jogar a próxima carta mais embaixo.