Foto: Daniela Paoliello (divulgação)
O museu Inhotim, que fica no interior de Minas Gerais, abre mais uma vez suas portas para a música ao anunciar a segunda edição de seu festival Jardim Sonoro, que esse ano acontece nos dias 11, 12 e 13 de julho. No ano passado, o evento, que acontece em meio às obras de arte do parque-museu já havia marcado o calendário do ano ao reunir artistas como Paulinho da Viola, o coletivo Aguidavi do Jêje, o grupo Sambas do Absurdo e atrações internacionais como Kalaf Epalanga, Joshua Abrams & Natural Information Society, Kham Meslien e Zoh Amba – estive lá o ano passado e foi uma experiência incrível. A edição deste ano conta com a cantora e ativista indígena amazonense Djuena Tikuna, que apresenta o espetáculo Torü Wiyaegü, recriando um ritual de seu povo Tikuna, a mineira Luiza Brina, a paulistana Mônica Salmaso, a cantora franco-estadunidense Cécile McLorin Salvant, a baiana Josyara, a sulmatogrossense Tetê Espíndola, o grupo baiano Ilê Aiyê e a multiartista mineira Brisa Flow. “O festival segue dando ênfase a uma experiência que conecta arte, natureza e música e após o primeiro ano, percebemos que esses três elementos poderiam ser rearranjados conceitualmente a cada nova edição”, explica a nova curadora, Marilia Loureiro. “Na segunda edição, pensamos quais obras e quais paisagens do museu poderiam reverberar o partido curatorial que queremos explorar em 2025 – a voz -, por isso, os palcos serão montados em novos locais, tendo em conta as obras e a natureza dos arredores, bem como os percursos feitos pelas pessoas visitantes até as atrações musicais.” O Palco Desert Park fica localizado próximo à obra Desert Park, de Dominique Gonzalez-Foerster, em meio à vegetação do parque e próximo à Galeria Adriana Varejão, Galeria Galpão e ao Vandário. O outro palco, Piscina, ficará perto da obra de mesmo nome, feita de Jorge Macchi. “Redesenhar uma experiência imersiva nova a cada edição que conecte arte, natureza e música é, provavelmente, nosso maior desafio curatorial, mas também o que mais nos estimula a seguir com o Jardim Sonoro”, conclui. O festival é gratuito para quem visitar o parque nos dias do evento.
Desde que a curadoria de música do parque Inhotim, um dos grandes templos à arte contemporânea brasileira, no interior de Minas Gerais, foi criada, em abril do ano passado, o primeiro titular do cargo, o maestro carioca Leandro Oliveira vislumbra a possibilidade de realizar um grande festival que mostrasse a que veio este novo pilar do museu-parque. Importante frisar que o superlativo não necessariamente se traduziria em números – a ideia nunca foi reunir nomes pop ou grandes para gerar números para atrair possíveis patrocinadores e sim fazer jus à grandiosidade a céu aberto do jardim que fica do lado da cidade de Brumadinho. O evento aconteceu no fim de semana passada e seu título, Jardim Sonoro, acertou em cheio ao contemplar nomes radicalmente modernos e amplamente populares, reunindo artistas de diferentes nacionalidades, mas com principais atrações brasileiras. Fui convidado pela organização do evento e voltei apaixonado pelo festival.