Todo o show: Foo Fighters, Arctic Monkeys, Foster the People, MGMT, TV on the Radio, Friendly Fires, Gogol Bordello e muitos outros no Lollapalooza Brasil 2012

Fui ao mais novo festival no calendário brasileiro somente no domingo pra ver os Arctic Monkeys (vi também o Foster the People, depois comento sobre os dois shows por aqui), mas deixo abaixo vídeos que achei com a íntegra dos principais shows do Lollapalooza Brasil que apareceram online. Se alguém ver mais algum por aí, dá um alou (ninguém filmou o dos Racionais?):

 

Quando o Trabalho Sujo era uma central de caderno de jornal

Não resisti e resgatei umas edições velhas do Trabalho Sujo impresso, tirei umas fotos e redimensionei pra colocar aqui no site. As fotos estão com cores diferentes não por conta da idade do papel, mas porque parte delas eu fiz de dia (as mais brancas) e a outra de noite (as amareladas). Dá uma sacada como era…


Nesta edição, dois segundos discos: o do Planet Hemp e o do Supergrass.


Nesta eu falei do Panthalassa, disco de remix que o Bill Laswell fez com a obra de Miles Davis, o segundo disco do Garbage, entrevista com Virgulóides, disco de caridade organizado pelo Neil Young e uma explicação sobre um novo gênero chamado… big beat.


Entrevistei os três integrantes do Fellini (Jair, Thomas e Cadão) para contar a história da banda, numa época em que eles nem pensavam em voltar de verdade (depois disso, eles já voltaram e terminaram a bandas umas três vezes). Também tem a história do Black Sabbath, uma entrevista que eu fiz com o Afrika Bambaataa e o comentário sobre a demo de uma banda nova que tinha surgido no Rio, chamada Autoramas.


Disco de remix do Blur, disco póstumo do 2Pac, Curve e entrevista com Paula Toller.


Discos novos da Björk, dos Stones, do Faith No More e do Brian Eno.


Discos novos do Wilco (Summerteeth), Mestre Ambrósio, coletâneas de música eletrônica (da Ninja Tune, da Wall of Sound – só… big beat – e de disco music francesa), resenha da demo da banda campineira Astromato e entrevista com o Rumbora.


Resenha do Fantasma, do Cornelius, do Long Beach Dub All-Stars (o resto do Sublime), do Ringo e do show dos Smashing Pumpkins em São Paulo, com a entrevista que fiz com a D’Arcy.


Vanishing Point do Primal Scream, disco-tributo ao Keroauc, Coolio e a separação dos irmãos da Cavalera.


Reedição do Loaded do Velvet Underground, Being There do Wilco e o show em tributo á causa tibetana.


Especial Bob Dylan, sobre a fase elétrica do sujeito no meio dos anos 60, com direito à entrevista com o Dylan na época, que consegui através da gravadora e um texto de Marcelo Nova escrito especialmente para o Sujo: Quem é Bob Dylan?


30 anos de Sgt. Pepper’s e o boato da morte de Paul McCartney.


Terror Twilight do Pavement, Wiseguys (big beat!), o disco de dub do Cidade Negra (sério, rolou isso), a demo do 4-Track Valsa (da Cecilia Giannetti) e entrevista com o Rodrigo do Grenade.


Pulp, Nação Zumbi, Ian Brown e Seahorses, uma coletânea de clipes ingleses e entrevista com Roger Eno, irmão do Brian.


30 anos de Álbum Branco, show do Man or Astroman? no Brasil, primeiro disco do Asian Dub Foundation, entrevista com a Isabel do Drugstore e demo do Crush Hi-Fi, de Piracicaba.


Os melhores discos de 1997: 1 – OK Computer, 2 – Vanishing Point, 3 – When I Was Born for the 7th Time, 4 – Homogenic, 5 – O Dia em que Faremos Contato, 6 – Dig Your Own Hole, 7 – Sobrevivendo no Inferno, 8 – I Can Hear the Heart Beating as One, 9 – Dig Me Out, 10 – Brighten the Corners… e por aí seguia.


20 anos de Paul’s Boutique, do Beastie Boys, disco do Moby, demo do Gasolines e entrevista com Humberto Gessinger.


Rancid, Superchunk e entrevista com o Mac McCaughan (do Superchunk), Deftones e Farofa Carioca (a banda do Seu Jorge).


Simpsons lançando disco e a lista dos 50 melhores do pop segundo Matt Groening, segundo disco do Dr. Dre, entrevista com Júpiter Maçã que então lançava seu primeiro disco.


A coletânea Nuggets virou uma caixa da Rhino, a cena hip hop brasileira depois de Sobrevivendo no Inferno, disco dos Walverdes e entrevista com Henry Rollins.


Sleater-Kinney, Fun Lovin’ Criminals, Little Quail, demo do MQN e entrevista com o Mark Jones, da gravadora Wall of Sound (o lar do… big beat).


25 anos de Berlin do Lou Reed, disco novo do Pin Ups, disco do Money Mark e entrevista com Chuck D, que estava lançando um livro na época.


Especial soul: a história da Motown e da Stax (lembre-se que não existia Wikipedia na época) e caixas de CDs do Al Green e da Aretha Franklin.


Retrospectiva 1998: comemorando um ano que trouxe artistas novos para a década…


…e os melhores discos de 1998: 1 – Hello Nasty, 2 – Mezzanine, 3 – Fantasma, 4 – Jurassic 5 EP, 5 – Carnaval na Obra, 6 – Deserter’s Songs, 7 – This is Hardcore, 8 – Mutations, 9 – The Miseducation of Lauryn Hill, 10 – Samba pra Burro. Em minha defesa: só fui ouvir o In the Aeroplane Over the Sea em 1999. Não tente entender visualmente, era um método muito complexo de classificação dos discos, um dia eu escaneio e mostro direito.


Beastie Boys, Scott Weiland e Boi Mamão.


A história do Kraftwerk (que vinha fazer seu primeiro show no Brasil), o acústico dos Titãs, Propellerheads (big beat!) e entrevista com Ian Brown.


Segundo disco do Black Grape, coletânea de 10 anos da Matador e entrevista com o dono da gravadora, Gerard Cosloy.


A carreira de Yoko Ono, disco novo do Ween, coletânea de Bauhaus, John Mayall e Steve Ray Vaughan e a trilha sonora de O Santo (cheia de… big beat).


Stereolab, Racionais, Metallica e 3rd Eye Blind (?!).


Disco de remixes do Primal Scream, caixa do Jam, entrevista com DJ Hum, Sugar Ray e disco solo do James Iha.


Cornershop, show à causa tibetana vira disco, Bob Dylan, Jane’s Addiction, Verve e entrevista com Lenine.


Disco de remixes do Cornelius, Sebadoh, Los Djangos, Silver Jews, entrevista com o Lariú e demo do Los Hermanos.


Disco de remixes da Björk e o novo do Guided by Voices.


Disco novo do Sonic Youth, reedição dos discos do Pussy Galore e entrevista com Edgard Scandurra.


Cobertura dos shows do Superchunk no Brasil, Pólux (a banda que reunia a Bianca ex-Leela que hoje é do Brollies & Apples e a Maryeva Madame Mim), Prince e Maxwell, coletânea da Atlantic e entrevista com os Ostras.


…e na cobertura dos shows do Superchunk eu ainda consegui que a banda segurasse o nome do Trabalho Sujo para servir de logo na página.

Editei o Sujo impresso entre 1995 e 2000. Durante esse período, ele teve vários formatos. Começou como uma coluna na contracapa do caderno de cultura de segunda e em 1996 virou uma coluna bissemanal ocupando 1/6 da página 2 do mesmo caderno. No mesmo ano, voltou a ter uma página inteira, nas edições de sábado e entre 1997 e 1999 ocupou a central do caderno de domingo. Neste último ano, voltou a ter apenas uma página, nas edições de sábado. Na época em que eu fazia o Sujo impresso, eu era editor de arte do Diário do Povo e, por este motivo, participei da criação do site do jornal em 1996 – e garanti que o Sujo tivesse uma versão online desde seu segundo ano. Foi o suficiente para que ele começasse a ser lido fora de Campinas (onde já tinha um pequeno séquito de leitores, que compravam o Diário apenas para ler a coluna) e ganhasse algum princípio de moral online, que carrego até hoje.

Na época, eu dividia o gostinho de fazer a coluna com dois outros compadres – o Serjão, que era editor de fotografia do jornal e que hoje está no Agora SP, e o Roni, um dos melhores ilustradores que conheço. Os dois são amigos com quem lamento não manter contato firme, mas são daquelas pessoas que, se encontro amanhã, parece que não vi desde ontem. Juntos, éramos uma minirredação dentro da redação – tínhamos reunião de pauta, discussões sobre o layout da página e trocávamos comentários sobre os discos que eu trazia para resenhar. No fim, eu fazia tudo sozinho na página (como faço até hoje), da decisão sobre o que entra ao texto, passando pela diagramação. Sérgio e Roni entravam com fotos e ilustras, mas, principalmente, com o feedback pra eu saber se não estava viajando demais ou de menos. Nós também começamos a discotecar juntos, mais um quarto compadre, o William, e, em 97, inauguramos o Quarteto Funkástico apenas para tocar black music e groovezeiras ilimitadas, em CD ou em vinil. Não era só eu quem escrevia no Sujo (eu sempre convidava conhecidos, amigos e alguns figurões), mas Roni e Serjão, por menos que tenham escrito, fizeram muito mais parte dessa história do que qualquer um que tenha escrito algo com mais de cinco palavras.

No ano 2000 eu fui chamado pelo editor-chefe do jornal concorrente, o Correio Popular, maior jornal de Campinas, para editar seu caderno de cultura, o Caderno C, cargo que ocupei durante um ano, antes de me mudar para São Paulo. Neste ano, para evitar confusões entre os dois jornais sobre quem era o dono da coluna (e não correr o risco de assistir a alguém depredar o nome que criei no jornal que comecei a trabalhar), decidi tirar o Sujo do papel e deixá-lo apenas online. Criei minha página no Geocities para despejar os textos que publicava em outra coluna dominical, no novo jornal, chamada Termômetro. Mas, online, seguia o Trabalho Sujo -até que, do Geocities fui para o Gardenal, e isso é ooooutra história.

Um dia eu organizo tudo bonitinho, isso é só pra fazer uma graça – e matar a minha saudade.

Planeta Terra x Maquinária

E aí, já definiu pra qual dos dois festivais você vai? Planeta Terra ou Maquinária?

Eu já: vou pro Planeta Terra. Primeiro porque o festival vem provando há duas edições que dá pra fazer um festival decente, cobrando um único preço razoável para assistir a várias atrações na mesma e única noite. Segundo porque estou curioso pra saber como fazer funcionar um festival no Playcenter às vésperas do renascimento da Barra Funda. O bairro está passando por uma evolução imobiliária de larga escala e é questão de anos para vermos aquela região dos galpões transformar-se em um dos melhores lugares de São Paulo. E terceiro porque mesmo sem fechar as atrações principais (por enquanto, além do Maximo Park, do Metronomy e do Primal Scream, a especulação caía sobre a possibilidade de trazer Neil Young – imagina… -, Snow Patrol ou Sonic Youth – e acho que essa última leva), o festival ainda me parece mais interessante do que o Maquinária.

Esse, por sua vez, me parece acumular defeitos – quase todos vindo pela via pessoal. Não estou entre as viúvas do Faith No More, muito menos das do Jane’s Addiction, dois shows facilmente perdíveis (embora esteja cogitando pegar o FNM em outra praça), mas um festival que inclui estas duas bandas e ainda adiciona o Evanescence à mistura me parece o oposto de uma boa noite. Junte isso ao fato do evento acontecer na mesma Chácara do Jóquei que viu o fiasco de produção pós-show do Radiohead esse ano e já tenho ingredientes para deixá-lo fora da minha mira.

Há quem diga que um dos festivais vai dar com os burros n’água. Exagero. São Paulo é uma cidade grande o suficiente para comportar dois – ou mais – eventos de tais proporções no mesmo dia. Fora que eu acho que, além de não competir diretamente, os dois festivais ajudam a fazer uma separação que não diz respeito especificamente a gênero musical ou a faixa etária, mas a uma combinação dos dois misturada com o momento atual do pop no Brasil.

Não são dois festivais de música pop e pronto. Um soa mais pesado e tem apelo mais juvenil, o outro soa mais indie e tem um enfoque um pouco mais adulto. O problema é que, no Brasil, não existe a possibilidade de se encarar música pop e idade adulta ao mesmo tempo. Aqui ou você gosta da Alta Cultura ou é apenas um moleque. É uma piada de mau gosto que faz com que aconteça alguns absurdos que já nos acostumamos: a ausência de uma revista de música num país essencialmente musical, a insistência de artistas juvenis de outrora em continuar insistindo no mesmo hit do passado, a existência da MPB como gênero musical (e chancela instantânea de bom gosto), o melhor da cultura brasileira dos últimos 30, 40 anos sendo tratado como descartável e passageiro, até ser descoberto por algum gringo desavisado.

E você, vai em qual dos dois?

Vida Fodona #125: Vou tentar ser comedido

Começo com uma groovezeira, passo por vários discos lançados esse ano e um monte de hits do passado, sonzinho sossegado das Alagoas, Dylan na BBC, Camelo com Hurtmold e o casal Luna.

Johnny Hammond – “Shifting Gears”
Sonic Youth – “New White Cross”
Cars – “Let the Good Times Roll”
Bidê ou Balde – “Gerson”
Beatles – “Drive My Car/ The Word / What You’re Doing”
Echo & the Bunnymen – “Bring on the Dancing Horses”
Marcelo Camelo e Hurtmold – “Téo e a Gaivota”
Chiar – “Canção do Vento”
Jorge Ben – “Quanto Mais te Vejo”
Mando Diao – “Welcome Home, Luc Robitaille”
Bob Dylan – “If You Gotta Go, Go Now (Or Else You Gotta Stay All Night)”
Stereolab – “Nous Vous Demandons Pardon”
Nightmares on Wax – “Bringing It”
Richard Cheese – “Been Caught Stealing”
Poni Hoax – “Images of Sigrid”
Mountain of One – “Brown Piano (Studio Remake)”
Herbaliser – “The Next Spot”
Yo La Tengo – “Build Me Up, Buttercup”
Britta Philips & Dean Wareham – “Ginger Snaps”