Tumblr do dia: As faaaces do Jaaairo

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O grande Jairo resolveu enxugar ícones da cultura pop – novíssimos ou clássicos – em ícones pixelizados estourados como se fossem pôsteres, num tumblr exemplar. Saca só outros exemplos aí embaixo:

 

Fuckin’ A – A primeira festa Lebowski do Brasil

“That rug really tied the room together…”

Atenção, achievers! Eis a primeira festa a celebrar a influência do filme Big Lebowski, dos irmãos Coen, em mais de uma geração de preguiçosos profissionais e fanáticos por não fazer nada. A reunião acontece na primeira sexta-feira de outubro, no Alberta #3, e quem vier caracterizado como personagem do filme não paga para entrar até a meia-noite. No som, eu, Rafa Spoladore e Danilo Cabral trazem o “occasional acid flashback” para a pista: psicodelia, country, soul, rock, funk e disco na veia. E o White Russian custa a metade do preço! O flyer é do Jairo e a produção Over the Line une os meus esforços aos da Carol, que tá preparando umas supresinhas pra festa…

Mais informações na página do evento no Facebook.

O que define um meme, por James Gleick

O escritor norte-americano James Gleick é um Harold Bloom da ciência – como o inglês faz com a cultura, ele reorganiza tudo para tirar novos pontos de vista, mas sem zerar cânones ou destrui-los, criando genialmente novas formas de interpretação do passado a partir da justaposição de temas. Tivemos o prazer de publicar, no Link, um trecho de seu novo livro, The Information, em que levanta a possibilidade da informação (o dado, a mensagem, o código) ser a base de tudo no universo. A ilustra da página dupla, reproduzida acima, é do Jairo, que sai fora para um longo sabático (boa sorte, compadre!). Segue um trecho do artigo:

“Aquilo que jaz no coração de todas as coisas vivas não é uma chama, nem um hálito quente, nem uma ‘faísca de vida’, e sim a informação, palavras, instruções”, declarou Richard Dawkins em 1986. Já consagrado como um dos maiores biólogos da evolução, ele tinha capturado o espírito de uma nova era. As células de um organismo são nódulos numa rede de comunicações, sempre transmitindo e recebendo, codificando e decodificando. A própria evolução é a encarnação de uma troca contínua de informações entre organismo e meio ambiente. “Se quiser compreender a vida”, escreveu Dawkins, “não pense nas gosmas e melecas pulsantes e fluidas, e sim na tecnologia da informação”.

A ascensão da teoria da informação foi facilitadora e cúmplice de uma nova forma de enxergar a vida. O código genético – não mais uma simples metáfora – estava sendo decifrado. Os cientistas falavam com grandiosidade numa biosfera: uma entidade composta por todas as formas de vida da Terra, transbordando de informação, replicando-se e evoluindo.

Jacques Monod, biólogo parisiense que dividiu um Prêmio Nobel em 1965 – por desvendar o papel desempenhado pelo RNA mensageiro na transmissão das informações genéticas –, propôs uma analogia: assim como a biosfera paira sobre o mundo da matéria não viva, um “reino abstrato” paira sobre a biosfera. Os súditos deste reino? As ideias.

“As ideias retiveram algumas das propriedades dos organismos”, escreveu. “Como eles, as ideias tendem a perpetuar sua estrutura e a se reproduzir; elas também podem se fundir, se recombinar, segregar seu conteúdo; de fato, também elas podem evoluir e, nesta evolução, a seleção sem dúvida desempenha um papel importante.”

As ideias têm um “poder de contágio”, destacou – “poderíamos chamá-lo de capacidade de infecção” –, e nisso algumas são mais fortes do que outras. O neurofisiologista americano Roger Sperry tinha apresentado uma ideia parecida anos antes, defendendo que as ideias seriam “tão reais” quanto os neurônios que elas habitam:

“Ideias interagem entre si e com outras forças mentais no cérebro, em cérebros vizinhos e, graças à comunicação global, em cérebros à distância. E elas também interagem com o meio externo que as cerca para produzir ao todo um rápido e imediato surto evolutivo que supera qualquer coisa que já tenha chegado à cena evolucionária.”

E acrescentava: “Não me arrisco a propor uma teoria da seleção das ideias”. Não precisava. Outros o fariam.

Dawkins deu seu próprio salto da evolução dos genes para a evolução das ideias. Para ele, o papel de protagonista cabe ao replicador, e isso não tem nada a ver com química. “Um novo tipo de replicador surgiu recentemente neste mesmo planeta”, proclamou Dawkins em seu primeiro livro, O Gene Egoísta, em 1976. “Ele está nos encarando. Ainda em sua infância, vagando desajeitado em seu caldo primordial, mas já está atingindo um ritmo de mudanças evolucionárias que deixa o velho gene para trás.” Esse “caldo” é a cultura humana; o vetor de transmissão é a linguagem, e o ambiente de reprodução é o cérebro.

A íntegra você lê aqui. The Information ainda não saiu no Brasil.

Chegar chegando: Analógico/Digital – Alexandre Matias x Camilo Rocha

E aí, ansiedade? Taquicardia? Disforia? Irritabilidade? Insônia? Náusea? Hipertensão? Até consigo imaginar os sintomas da síndrome de abstinência do Trabalho Sujo. O site só volta à ativa de fato na próxima segunda, dia 10, mas já nessa quinta-feira começo a matar as vontade pessoalmente, quando coordeno a primeira Analógico/Digital sem os meninos do Veneno Soundsystem. E sempre que a minha versão da festa ocorrer, acontecerão duelos – o primeiro deles, pra chegar chegando, é com ninguém menos que o bróder e mestre Camilo Rocha, que chega pra dividir os discos comigo, na primeira vez que discotecamos juntos. Quem fez o flyer foi o compadre Jairo. E se você quiser ir sem pagar nada, deixa seu nome e email aí nos comentários que até às 19h da própria quinta eu te aviso se dá pra você entrar no Alley na faixa. Bora lá?

Analógico/Digital | Alexandre Matias x Camilo Rocha
Quinta-feira, 7 de julho de 2011
Alley Club: Rua Barra Funda, 1066. Barra Funda. São Paulo. Telefone: 3666-0611
A partir das 23h
Preços: R$ 30,00 de entrada (entrada gratuita das 23h às 0h com apresentação do cupom disponível no site do Alley – ou com nome na lista, comente esse post e deixe seu email para contato posterior)

Top 75 – 22 de junho de 2011

E o Top 75 antes das minhas férias foi feito pelo Jairo.

  1. Radiohead – “Staircase
  2. Memory Tapes – “Yes I Know
  3. Banda Uó – “O Gosto Amargo do Perfume
  4. Flaming Lips + Edward Sharpe & the Magnetic Zeros – “Do You Realize?
  5. Friendly Fires – “Hawaiian Air
  6. Metronomy – “The Bay
  7. Marcelo Jeneci + Laura Lavieri – “It’s Very Nice Pra Xuxu
  8. Warpaint – “Elephants
  9. Beck + Charlotte Gainsbourg – “Trick Pony
  10. Stevie Wonder – “Superstition (Camara Remix)
  11. Spoek Mathambo – “Control
  12. Monkees – “Pleasant Valley Sunday
  13. Lyrics Born + Sam Sparro – “Coulda Woulda Shoulda
  14. Pink Floyd – “Let There Be More Light
  15. Wilco + Yo La Tengo – “Spiders (Kidsmoke)
  16. Nick Lowe – “I Love My Label
  17. Bárbara Eugênia – “O Oposto do Osso
  18. Of Montreal – “An Eluardian Instance
  19. Jamie Lidell – “Completely Exposed (Beck Remix)
  20. Copacabana Club – “Backyard
  21. Kid Cudi – “Marijuana
  22. Yo La Tengo – “Sea Urchins
  23. Shakira – “Rabiosa
  24. Jus’ Bros – “The Truth
  25. Memory Tapes – “Today Is Our Life
  26. Sócrates – “Estrela D’Alva
  27. Dorgas – “Fez-se Cristo
  28. Me & the Plant – “Cordillera Girl
  29. Martin Circus – “Drague Party
  30. Caribou – “Sol
  31. Joakim – “Forever Young
  32. The Foda Smiths – “Heaven Knows I’m Fodable Now
  33. Cigarettes – “Um Girassol Bem da Cor do Seu Cabelo
  34. Fitz & The Tantrums – “Don’t Gotta Work It Out
  35. Cérebro Eletrônico – “Decência
  36. Weeknd – “The Morning
  37. Cidadão Instigado – “De Repente, Califórnia
  38. Mr. Little Jeans – “The Suburbus
  39. Weezer – “Paranoid Android
  40. Is Tropical – “The Greeks
  41. Foster the People – “Color the Walls (Don’t Stop)
  42. João Brasil + Lovefoxxx – “L.O.V.E. Banana
  43. Stealer’s Wheel – “Stuck in the Middle With You
  44. Liam Finn – “Second Chance
  45. Emílio Santiago – “Bananeira
  46. Tulipa Ruiz – “Black is Beautiful
  47. Sinuca de Bico – “Tá todo Mundo Errado Menos Eu
  48. Cassiano – “A Lua e Eu
  49. P.I.L. – “Rise
  50. Tom Vek – “World of Doubt
  51. Gil Scott Heron – “The Revolution Will Not Be Televised
  52. Justice – “Civilization
  53. Architecture in Helsinki – “That Beep
  54. Miles Kane – “Hey Bulldog
  55. Sun Ra Arkestra – “Shadow World
  56. Sufjan Stevens – “The One I Love
  57. Bonifrate – “Náufragos
  58. Flaming Lips – “Race for the Prize
  59. DeFalla – “Sodomia
  60. Cure – “A Play for Today
  61. Javelin – “Vibrationz
  62. Ariel Pink – “Can’t Hear My Eyes
  63. Stars – “Changes
  64. Mallu Magalhães + Lulina – “Meu Príncipe
  65. Thurston Moore – “Swell
  66. Moe Tucker – “Around and Around
  67. Yuck – “Georgia
  68. Hey – “Teksański
  69. Low Dream – “Chasing a Butterfly
  70. Balthazar – “The Boatman
  71. Sharon Jones + The Dap-Kings – “If You Call
  72. Jonathan Richman – “Goverment Center
  73. The Good The Bad – “030
  74. Cansei de Ser Sexy + Bobby Gillespie – “Hits Me Like a Rock

O último Link antes das férias

Saí oficialmente de férias no sábado passado, mas só desligo o Trabalho Sujo na quinta-feira, quando estarei embarcando rumo ao Reino Unido lá pelas 16:20. Enquanto isso, tiro minha onda com o caderno dessa semana, seguindo o mantra “it’s getting better all the time”. A matéria de capa, sobre o tal dinheiro virtual chamado BitCoin, foi assinada pelo Filipe e contou com a diagramação do Thiago (cadê o Flickr, porra?) e o infográfico do Asta. Na outra grande matéria da edição, ainda traduzimos um artigo do New York Review of Books que conecta três livros diferentes, todos os três abordando a fusão iminente do cérebro com a internet. A arte é do Jairo. A edição ainda traz uma análise do David Pogue sobre o problema de capacidade de banda que a tal “computação em nuvem” (ele também tem birra com o rótulo) pode enfrentar daqui a pouco, uma matéria da Carla sobre o tal Lulz Sec (uma mistura de Anonymous com 4chan) e um perfil que a Tati fez com o diretor do vídeo Copyright Cops, que vale um post à parte. E assim me despeço do caderno até a edição do dia 18 de julho. Até lá o barco do Link tá nas melhores mãos possíveis – da minha querida co-pilota Helô. Guentaê, Helô, já volto, pira não.

Jonathan Franzen: não existe amor nas redes sociais


Ilustração: Jairo

Mais uma da edição do Link de hoje, que está espetacular (modéstia não é uma qualidade que tenho – se é que isso é qualidade): conseguimos republicar o excelente ensaio do escritor norte-americano Jonathan Franzen sobre a mercantilização dos sentimentos na década do Facebook. Um trecho:

Falando numa perspectiva mais geral, o objetivo definitivo da tecnologia, a teleologia da techné, é substituir um mundo natural indiferente a nossos desejos – um mundo de furacões e dificuldades e corações partíveis, um mundo de resistência – por outro mundo que responda tão bem a nossos desejos a ponto de ser, com efeito, uma mera extensão do ser. Permita-me sugerir, finalmente, que o mundo do tecnoconsumismo é, portanto, incomodado pelo amor verdadeiro, restando-lhe como única escolha responder perturbando o amor.

Sua primeira linha de defesa é transformar seu inimigo em commodity.

Todos saberão citar seu favorito dentre os nauseabundos exemplos da mercantilização do amor. Eu mencionaria a indústria do casamento, os comerciais de TV que mostram lindas criancinhas e também a prática de oferecer automóveis como presente de Natal, e a particularmente grotesca equação que compara as joias com diamantes à devoção eterna. A mensagem, em cada um dos casos, é bastante clara: se você ama alguém, compre alguma coisa.

Um fenômeno relacionado a esse é a transformação do verbo “curtir” (“like”, em inglês) que, graças ao Facebook, deixa de ser um estado de espírito e passa a ser um ato que desempenhamos com o mouse – deixa de ser um sentimento para virar uma opção de consumo. E curtir é, no geral, o substituto que a cultura comercial oferece para o ato de amar. A característica mais notável de todos os produtos de consumo – e principalmente dos dispositivos eletrônicos e aplicativos – é o fato de terem sido projetados para serem imensamente curtíveis. Esta é, na verdade, a definição de um produto de consumo, em contraste com o produto que é apenas aquilo que é e cujos fabricantes não estão concentrados na possibilidade de o curtirmos ou não. (Estou pensando nos motores a jato, no equipamento de laboratório, na arte e na literatura em suas manifestações mais sérias.)

Mas, se pensarmos nisso em termos humanos, e imaginarmos uma pessoa definida pela ansiedade desesperada de ser curtida, qual é o quadro que vemos? O de uma pessoa sem integridade, descentrada. Em casos mais patológicos, vemos um narcisista – alguém incapaz de tolerar em sua autoimagem as manchas que seriam representadas pela possibilidade de não ser curtida e que portanto busca uma fuga do contato humano ou se dedica a sacrifícios cada vez mais extremos da própria integridade com o intuito de ser curtida.

O resto você continua lendo aqui.

Superchunk em Sorocaba, pelo Jairo

Depois do poster do Teenage (que ele imprimiu pra mim, vou por na parede), o Jairo me veio agora com esse setlist da apresentação do Superchunk em Sorocaba. Um dia a gente vai ler resenha de show assim.

O setlist do Teenage Fanclub em São Paulo

Antes do show tava assim:

Depois ficou assim:

veio o Jairo e deu um trato (além de incluir “Neil Jung”, que não estava prevista):

Curtiu? Dá pra baixar o PDF do poster aqui. E segundo o Jairo, isso é o início de um projeto – outros virão. Aguardemos.

ABC digital

A matéria de capa do Link dessa semana reunia exemplos de como o mundo digital vem mudando nosso vocabulário, inserindo palavras e expressões no dia-a-dia sem que nem sequer nos darmos conta. Além deste glossário (diagramado genialmente, pra variar, pelo Jairo e pelo Thiago e convertido na versão digital vertical acima pela Helô), a edição ainda contava com uma ótima matéria da Carla sobre as mudanças que o idioma sofre com o tempo e um artigo do Bráulio Tavares comentando estas mutações. Recomedo a leitura.