Brisas ou brumas?

Que noite mágica foi a primeira apresentação da temporada que Papisa está fazendo nestas segundas-feiras de agosto no Centro da Terra. Ao chamar a carioca Janine (dona de um dos discos que mais amei este ano, o EP Muda), ela sintonizou-se com os primeiros anos de sua carreira solo, quando fez suas primeiras apresentações naquele mesmo teatro, transformando um projeto de estúdio feito no quarto num trabalho coletivo com uma banda formada apenas por mulheres, em duas apresentações batizadas de Tempo Espaço Ritual, quando tocou à frente de uma banda formada por Laura Wrona, Luna França, Sílvia Tape e Larissa Conforto. Oito anos depois, Rita Oliva aproveitou a primeira noite da temporada para ecoar aquela época, de sonoridade mais rock e psicodélica, sem perder a carga dramática. E o que seria uma apresentação em dupla com as duas empunhando guitarras, cresceu em outra banda de mulheres, desta vez com Irina Bertolucci nos teclados e vocais e Francisca Barreto no cello, percussão e vocais, ritualizando mais uma vez o encontro em uma espécie de conciliábulo público feminino, em que suas duas sacerdotisas cantavam suas primeiras orações – Janine soltando voz e guitarra nas músicas de seu EP e algumas inéditas e Rita abrindo vozes e rasgando sua guitarra nas canções de seus primeiros anos de carreira solo (a sequência que emendou “Uníssono” de Janine com “Fenda”, faixa-titulo do primeiro álbum de Rita foi um dos vários momentos especiais da noite), criando uma superposição de repertórios e personalidades musicais, endossadas e adoçadas pelo teclado e cello de Irina e Chica. Adornadas pela bela luz encarnada de Beeau Gomez, foi uma apresentação que não apenas funcionou como uma bela introdução às próximas segundas como um número à parte que pode inclusive funcionar fora do contexto da temporada, que embora batizada de Em Brisas, tinha uma atmosfera mais Em Brumas nesta primeira noite.

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A tarde toda no Sim São Paulo

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Comecei ontem minha participação no Sim São Paulo com a palestra inaugural do evento (O Ecossistema da Música no Século 21) e sigo a tarde inteira dessa sexta-feira no Centro de Sâo Paulo, desta vez puxando outras discussões como mediador. As duas primeiras rodadas acontecem no Cine Olido: numa delas, às 14h, falo sobre jornalismo empreendedor ao lado da Bianca Freitas (do Club NME Brasil) e do Marcelo Costa (do Scream & Yell); na seguinte, às 15h30, converso sobre assessoria de imprensa e mídias sociais com Cassio Politi (da Tracto Content), Francine Ramos e Natalia Birkholz (da Inker), Larissa Marques (da Lema) e Piky Candeias (da Batucada). Depois, a partir das 17h é na Praça das Artes, quando converso sobre rádios com Patrick Torquato (Rádio Frei Caneca FM), Ricardo Rodrigues (do Festival Contato) e Roberto Maia (da 89 FM), e, finalmente, termino o dia a partir das 19h, batendo um papo com o China, a Irina Bertolucci (do Garotas Suecas), Karina Buhr, Thiago Pethit e Tim Bernardes (d’O Terno), para falar do ponto de vista do artista sobre essa história toda. Para saber mais informações sobre o Sim São Paulo, basta entrar no site do evento.