Link – 27 de agosto de 2012

Sorria você está sendo rastreadoCatálogo de brasileiros • Universo em construçãoImpressão digital (Alexandre Matias): Considerações sobre meu novo brinquedo favorito, o Instagram • Homem-Objeto (Camilo Rocha): Smartphone antenadoP2P (Tatiana de Mello Dias): Se as leis permitirem, o streaming será o futuro • Startup Brasil

Música e internet, por Cory Doctorow

Na edição dessa semana do Link, publicamos um texto do Cory Doctorow em que o editor do Boing Boing fala sobre o porquê do papel central da música, desde o Napster, na discussão em relação às liberdades digitais:

Então, por que a indústria musical continua a ser vista como o bicho-papão das disputas políticas da internet? Brown chamou o ato de baixar músicas de “o pecado original da internet”, imaginando que continuaremos a falar de música por bastante tempo.

Acho que ele está certo. A música existe num ponto especial de intersecção entre o comércio e a cultura, entre o esforço individual e o coletivo, entre a identidade e a indústria, e entre o digital e o analógico. Ela é a forma de arte perfeita para criar uma controvérsia infinita na internet.

O texto inteiro tá no site do Link.

Link – 23 de julho de 2012

• Carro conectado • Mão na roda • Homem-Objeto (Camilo Rocha): Computadores feitos para nos transportar • Impressão digital (Alexandre Matias): Conectar-se à internet é só o início do automóvel do século 21 • O pecado original, por Cory Doctorow • Tinta eletrônicaEric Schmidt: Tecnologia para combater o medoNo Arranque (Filipe Serrano): A mentalidade do Google é a nova esperança para o Yahoo9 à esquerda • Piratas a bordo

Impressão digital #115: O carro conectado à internet

E a minha coluna desta edição do Link foi sobre o assunto da capa, que falou sobre a chegada da internet aos carros.

Conectar-se à internet é só o início do automóvel do século 21
Conectividade mudará a forma de dirigir

Eu sou o passageiro. Me penalizo mentalmente recitando a infame versão do Capital Inicial para “The Passenger”, de Iggy Pop, sempre que entro num carro. Não dirijo há mais de cinco anos e sempre que entro num carro vou para o banco do carona ou para o banco de trás, por ser vítima de um acidente que me impede de retomar a direção. Isso será resolvido em breve, mas divago.

Não usava celular quando parei de dirigir, mas naquela época telefone celular não era sinônimo de computador de bolso e sim de telefonia móvel. Por isso, nunca usei o celular enquanto dirigia, o que me dá uma certa aflição quando vejo alguém com uma mão no volante e outra no telefone. Ou apertando o celular entre o ombro e a cabeça para usar as duas mãos ao dirigir. Meu inconsciente cogita as piores hipóteses, principalmente quando estou no carro em que o motorista fala ao celular. (Não estou culpando os que fazem isso – talvez se dirigisse hoje em dia provavelmente fizesse o mesmo.)

Mas desde que deixei de ser motorista para ser passageiro que o celular vem mudando e hoje é um companheiro inseparável ao táxi. Se antes eu folheava livros e revistas, hoje me dedico a responder e-mails, checar redes sociais e jogar Angry Birds, meu maior vício virtual portátil. E se me dá agonia pensar num motorista dirigindo e conversando ao telefone, é inevitável ficar preocupado sempre que vejo alguém dirigindo e olhando para o celular ao mesmo tempo. Já peguei carona com quem mandava SMS ao mesmo tempo em que passava marcha e girava o volante – não duvido que tenha gente que faça o mesmo enquanto compartilha links no Facebook ou tira fotos para publicar no Instagram.

Mas, ao mesmo tempo em que o celular virava um computador de bolso, outros acessórios eletrônicos começaram a aparecer no carro. Primeiro veio o GPS, depois o aparelho de DVD portátil e em pouco tempo esses equipamentos permitiam até mesmo assistir à televisão. Na paralela, você poderia conectar o telefone ao som do carro e usar o telefone para chamadas de voz sem ter que segurar o aparelho com as mãos.
O que estamos às vésperas de presenciar é uma convergência entre estas tecnologias e o próprio carro. Mais do que isso: se o telefone em cinco anos virou um computador de bolso, em menos tempo que isso o carro se transformará em um computador que lhe conduz.

Isso nos leva a um futuro incrível de aplicativos que dão dicas de como estacionar direito, computadores de bordo que avisam em qual posto você deve parar para abastecer antes de ficar sem gasolina, bancos que se regulam automaticamente de acordo com quem assume o volante, automóveis que avisam à portaria que estão chegando e abrem o portão da garagem. Este futuro culmina-se com carros que dirigem sem precisar de motoristas, algo que já vem sendo testado por diferentes empresas, inclusive pelo Google.

Mas este é um futuro ideal, que não conta com pane na rede, sinal fraco de 3G, incompatibilidade de sistemas operacionais e de formatos, sites fora do ar.

Acha pouco? E que tal saber que, tal como ocorre com as redes sociais hoje, seu carro poderá ser localizado onde estiver, mesmo que você não queira permitir? Ou que você possa trabalhar – sob a supervisão do seu chefe – desde que entra no carro?

Mas há também possibilidades que só foram supostas. Alguém já deve ter pensado numa rede social que funciona no trânsito, um Foursquare de carros, que indica onde seus amigos estão naquele momento – ou que permita que você possa seguir determinados perfis que avisam qual é o melhor rumo a ser percorrido na hora em que o trânsito para. Será que os helicópteros que sobrevoam São Paulo para registrar como andam as principais vias da cidade se tornarão obsoletos?

O fato é que o carro do século 21 começa a engrenar. Ele pode até voar daqui a algumas décadas, como no futuro dos Jetsons. Mas antes disso, prepare-se para a grande reinvenção do carro a partir da internet. Se ela já mudou tanta coisa, não ia deixar de mudar até como nos locomovemos.

4:20

Hoje no SBT

“Hoje” é um conceito tão vago, quando o mundo digital se superpõe ao da televisão… Vi essa no Não Salvo:

Tanto que essa reportagem já deu origem a um tumblr, o #HojeNoSBT.

Howard Rheingold: “Multidões inteligentes não são necessariamente multidões sábias”

Entrevistei o Howard Rheingold, autor de livros como The Virtual Community, Smart Mobs e o recém-lançado Net Smart, na edição do Link desta segunda. Ele vem para o Brasil no fim desta semana, dentro da programação do festival Arte.mov, que acontece em Belo Horizonte.

Como o online muda o offline
Teórico pioneiro em cultura hacker e comunidades virtuais, Howard Rheingold vem ao Brasil dez anos depois do lançamento do livro que anteviu os movimentos políticos organizados online no ano passado e fala de sua preocupação com a privacidade na rede

Howard Rheingold escreveu um livro sobre comunidades virtuais quando a internet ainda saía da fase dos BBSs e fóruns frequentados por acadêmicos e entusiastas da nova mídia. The Virtual Community, de 1993, não só funcionou como guia teórico sobre o funcionamento cultural da internet exatamente no momento em que ela começava a se popularizar, como consolidou a importância do escritor como visionário digital.

Na época, ele já tinha passado pelo mítico laboratório PARC da Xerox (berço de grande parte dos itens da computação pessoal que usamos até hoje, como a interface gráfica e o mouse) e havia publicado outros dois livros: Out of the Inner Circle: A Hacker’s Guide to Computer Security (Fora do Círculo Interior: Um Guia sobre Segurança de Computadores para Hackers, em tradução livre) ao lado de Bill Landreth e Tools for Thought: The History and Future of Mind-Expanding Technology (Feramentas para o Pensamento: A História e o Futuro da Tecnologia de Expansão da Mente), ambos publicados em 1985. Nenhum teve edição brasileira, nem os que foram lançados depois.

De lá para cá, estabeleceu-se como cronista do mundo digital e futurista do comportamento online, aura consolidada com suas colunas para o jornal San Francisco Examiner nos anos 90. Em 2002 escreveu seu visionário livro Smart Mobs: The Next Social Revolution (Multidões Inteligentes: A Próxima Revolução Social),que já antevia os movimentos populares e organizados online que ocorreram no ano passado, como a Primavera Árabe e o movimento Occupy Wall Street.

Rheingold vem ao Brasil para falar de seu quinto livro, Net Smart: How to Thrive Online (Esperteza de Rede: Como Prosperar Online), lançado no mês passado, durante o festival Arte.mov, que é realizado nesta semana em Belo Horizonte. O Link conversou com ele por e-mail sobre as mudanças políticas e sociais que estão acontecendo graças à nova realidade digital.

Qual sua visão sobre as redes sociais, do ponto de vista de um dos pioneiros das comunidades virtuais?
Na minha opinião, redes sociais como o Facebook são uma espécie de bênção mista. Elas permitem que as pessoas se conectem entre si, embora, em alguns casos, isso não é um benefício positivo, Basta lembrar das pessoas chatas que você deixou para trás quando mudou de casa, escola ou emprego. As rede sociais também tornam muito mais fácil compartilhar informação com pessoas com quem mantemos vínculos sociais. Este aspecto fortalece o tal “capital social” – a capacidade de grupos conseguirem atingir metas coletivas fora de instituições formais como contratos, leis, governos – que depende de “redes de confiança e normas de reciprocidade” de acordo com sociólogos. Contudo, tais serviços não fazem aquilo que era feito em comunidades virtuais que permitiram o crescimento rápido da internet e que tornavam possível conectar pessoas com interesses em comum mas que não se conheciam. O Facebook restringe a comunicação, transforma a privacidade em produto e comercializa toda ação de seus usuários. Ao mesmo tempo, há milhares, talvez milhões, de listas de e-mail, fóruns online, salas de bate-papo, blogs e wikis com área de comentários.

Meu maior medo em relação ao Facebook é que ele tenta fechar a internet aberta. Sir Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web, recentemente nos alertou sobre isso em um artigo. Berners-Lee não precisou pedir permissão a ninguém para criar a web e os criadores do Google não tiveram de pedir a ninguém para reprogramar um serviço controlado para transformá-lo em uma companhia multibilionária a partir de um alojamento universitário. A inovação depende da natureza aberta da internet, mas o Facebook está caminhando diariamente para transformá-la em um sistema fechado em que ele dita as regras.

Você acha que estes serviços ameaçam a privacidade? O conceito de privacidade mudou?
Como colunista, sempre alertei sobre as ameaças à privacidade, há 15 anos. Muito pouca gente nos EUA parece se importar. Nós estávamos despreocupados – para não dizer ansiosos – em trocar nossa privacidade pela conveniência e, especialmente depois do 11 de Setembro, pela ilusão de segurança. Os avanços tecnológicos de hoje rastreiam todos os nossos passos online e constroem poderosos portfólios de informação sobre bilhões de pessoas. Câmeras de vídeo nas maiores cidades do mundo podem reconhecer rostos de pessoas específicas. E agora não tememos mais apenas o Estado – nossos vizinhos, ex-cônjuges, estranhos que ficam com raiva da gente no trânsito e anotam nossas placas, todos eles podem descobrir muita coisa sobre qualquer um de nós. Acho que está claro que a privacidade não significa mais o que significava antes das rede sociais. Quando o Facebook acionou seu feed de notícias – permitindo que você veja atualizações instantâneas sobre o que todas as pessoas na sua lista de amigos estão fazendo naquele momento –, as pessoas se sentiram ultrajadas e houve uma espécie de revolta. Seus usuários sabiam que qualquer pessoa poderia ver o que elas haviam postado em seus perfis, mas a simples ideia de que estas informações poderiam ser publicadas em suas redes de forma instantânea aborreceu o senso de privacidade de muitas pessoas que já usavam a rede social. Mas agora o feed de notícias é aceito por todos. Os limites da privacidade vão mudando. Acho que é importante distinguir entre informações que podem ser constrangedoras para outras pessoas e aquelas que podem dar poder a outras pessoas em relação a nós mesmos. É muito tarde para parar essa vigilância tecnológica e as violações de privacidade promovida pelos governos e por iniciativas comerciais. O melhor que podemos fazer é educar as pessoas de forma que elas possam tomar as providências necessárias para proteger suas privacidades. Eis a razão de eu ter escrito o livro Net Smart, que ainda não tem uma edição no Brasil.

Você acha que as comunidades online podem melhorar a vida fora da internet? O mundo digital pode fazer as pessoas se sentirem parte de uma comunidade mesmo quando não estão conectadas à internet?
Sem dúvida. Sou um sobrevivente do câncer e posso garantir que isso funciona. Há pessoas no Brasil e em qualquer país do mundo que têm recebido muitos benefícios desta comunidade – informação necessária, apoio emocional, sensação de pertencimento – de comunidades virtuais.
Uma pesquisa recente feita pelos sociólogos Barry Wellman, Keith Hampton, entre outros revelou que as pessoas que passam mais tempo se comunicando online com seus vizinhos também se envolvem mais com eles fora da internet. Esta questão era usada como jurisprudência por filósofos de escritório e juristas, mas pesquisas científicas recentes revelaram que a participação em comunidades online não é necessariamente alienante e em muitos casos pode trazer benefícios para a vida fora da vida conectada da internet.

Uma vez que todos estão online, a tendência para o futuro é que nos tornemos mais isolados ou gregários?
Sei que as pessoas que realmente criam uma cultura na qual elas participam – seja comentando num blog, organizando uma wiki, participando de uma comunidade virtual ou outras centenas de formas de contribuir com a cultura online –, se veem como cidadãos ativos, comparados a pessoas que se veem apenas como consumidores passivos de uma cultura criada por outros. A incerteza crítica vem do fato de não sabermos a forma como este conteúdo será disseminado. As pessoas saberão que existem formas de participar? Estas habilidades não são ensinadas nas escolas, apesar de muitos ensinarem isso uns aos outros. De outra forma, não teríamos a web! Novamente, este elemento educacional foi um dos motivos pelo qual escrevi meu livro. Eu até criei um currículo para professores de universidade ensinarem essas habilidades.

Como você acha que os levantes populares organizados online durante o ano passado vão evoluir nos próximos anos?
Escrevi um livro sobre este fenômeno há dez anos e notei que a combinação entre telefonia móvel, internet e computador pessoal estava criando uma nova mídia que diminuiu bastante as barreiras para tornar a ação coletiva possível. Mesmo antes dos eventos que você mencionou, as eleições na Coreia e na Espanha mudaram devido ao uso deste tipo de mídia. As pessoas têm como organizar ações com pessoas que nunca tiveram contato. Da mesma forma que a imprensa escrita permitiu que as pessoas criassem democracias nas quais os cidadãos podiam decidir pelo futuro de seus governos, as tecnologias de hoje têm permitido novas formas de organização política. E não apenas política – a Wikipedia, a comunidade do software livre, a resposta voluntária a catástrofes e muitas outras formas de ação coletiva ainda estão apenas surgindo. Multidões inteligentes não são necessariamente multidões sábias, e as pessoas se organizam tanto para construir quanto para destruir coisas. De novo, acredito que a educação – o que as pessoas sabem sobre seus novos poderes – fará a diferença.

A internet é o rock’n’roll do século 21

Aproveitando o gancho do vídeo anterior, não dá pra dissociar que a importância cultural da internet para uma geração é idêntica – senão maior – que a do rock’n’roll para gerações anteriores. O fato do grupo japonês New Pants atualizar o lema imortalizado por Ian Dury no fim dos anos 70 é apenas uma constatação óbvia disso:

Impressão digital #0095: Falha de comunicação

Minha coluna na edição do Link desta semana foi sobre o excesso de formas de nos comunicarmos.

Existem mil maneiras de falar com alguém. Quero só uma
Todo mundo mesmo vai ter celular em dez anos

Alguém liga para você e pergunta se você viu o e-mail que mandaram. Ou um amigo escreve via SMS para saber se você está online. Ou alguém manda uma mensagem pelo Facebook para avisar que procurou você no MSN e não encontrou. Uma mensagem chega via Gtalk perguntando se “você está aí?”.

Houve um tempo em que havia poucas formas de entrar em contato com algum conhecido. Além da possibilidade de encontrá-lo pessoalmente, você poderia mandar uma carta ou tentar contactá-lo por telefone – que estava em um único lugar. Dá até para pensar que, no futuro, nossos filhos ficarão espantados com esse passado – hoje quase remoto – em que, para encontrar alguém era preciso ligar para o lugar em que ele poderia estar, em vez de ligar diretamente para a pessoa.

Mas surgiu a internet e ela trouxe outros canais: primeiro o e-mail (que você ganhava ao assinar um provedor de acesso à rede), depois o webmail (que mostrava que você poderia ter mais de um e-mail), os chats e, pouco depois, os programas de comunicação instantânea, que funcionavam como bate-papo, mas que permitiam identificar quem estava do outro lado. Mais tarde veio a web 2.0 primeiro com os blogs, depois com os sites de publicação de vídeo e fotos e, finalmente, (inúmeras) redes sociais. Cada um destes novos canais criou uma nova forma de entrar em contato.

Não bastasse tudo isso, veio o celular. E, com ele, tivemos de decorar mais um número, além do telefone de casa e do trabalho (para depois, com o tempo e a agenda de contatos no celular, esquecer quase todos eles). E além de falar ao telefone, também mandamos mensagens de texto. Logo depois, o aparelho se conectou à internet e não bastassem as ligações e SMS, todos os outros canais que antes só habitavam a tela do computador vieram para o telefone. Então checamos mensagens no Facebook, DMs no Twitter, e-mail e todos os outros tipos de contatos via web possíveis no celular. Isso sem contar um infindável universo de aplicativos que ajudam a estar em contato com quem quisermos – e até com quem não queremos.

Essa vida hiperconectada é rotina para um número cada vez maior de pessoas. E tende a piorar – ou a melhorar, dependendo do ponto de vista – com o tempo. Isso porque a tal inclusão digital, que parecia que iria acontecer quando todos tivéssemos um computador em casa, está acontecendo muito mais rápido do que imaginávamos, graças à popularização do celular e a convergência do aparelho com a internet. E por mais que já existam mais celulares do que habitantes no planeta, esse número tende a aumentar ainda mais.

“Fazendo as contas, telefones que custam US$ 400 vão custar US$ 20 daqui a 12 anos, e se o Google fizer tudo certo, haverá um Android em cada bolso”, disse Eric Schmidt, eminência parda da empresa no Mobile World Congress, maior evento de tecnologia móvel do mundo que aconteceu na semana passada, em Barcelona, na Espanha. Desconte-se a megalomania típica do Google (de que todo mundo terá um celular Android em pouco mais de uma década) e sua profecia não é nada descabida. E se lembrarmos que todas as grandes empresas de telefonia celular trabalham com objetivos semelhantes, não é exagero achar que todos os habitantes do planeta terão um smartphone em dez anos.

Para vender seu peixe, Schmidt frisou que, uma vez que todo mundo estiver conectado, o mundo será mais justo, os pobres serão menos pobres, todo mundo terá mais consciência política e as castas econômicas se aproximarão. Há um tanto de fantasia – e marketing – nesse discurso. E vai saber se daqui a alguns poucos anos alguém inventa algo que possa tornar o celular obsoleto…

O segredo para isso acontecer talvez esteja na possibilidade de integrar todos nossos contatos. Mensagens de redes sociais, e-mails, telefones… Tudo poderia convergir para uma só caixa de entrada. Que poderia ser acessada a qualquer minuto, de qualquer aparelho. Se alguém juntar esses pontos – num aparelho ou serviço – pode estar começando a redesenhar o futuro. De novo.

4:20