A ascensão do fascismo britânico

Alan Moore tinha razão:

englandprevails

“Europe is lost, America lost, London lost”, canta Kate Tempest, “still we are clamouring victory”. Se alguém quiser traduzir a letra, posta nos comentários que eu republico aqui.

Europe is lost, America lost, London lost
Still we are clamouring victory
All that is meaningless rules
We have learned nothing from history

People are dead in their lifetimes
Dazed in the shine of the streets
But look how the traffic’s still moving
The system’s too slick to stop working
Business is good. And there’s bands every night in the pubs
And there’s two for one drinks in the clubs

And we scrubbed up well
We washed off the work and the stress
Now all we want’s some excess
Better yet; A night to remember that we’ll soon forget

All of the blood that was bled for these cities to grow
All of the bodies that fell
The roots that were dug from the earth
So these games could be played
I see it tonight in the stains on my hands

The buildings are screaming
I can’t ask for help though, nobody knows me
Hostile, worried, lonely
We move in our packs and these are the rights we were born to
Working and working so we can be all that we want
Then dancing the drudgery off
But even the drugs have got boring
Well, sex is still good when you get it

To sleep, to dream, to keep the dream in reach
To each a dream
Don’t weep, don’t scream
Just keep it in
Keep sleeping in
What am I gonna do to wake up?

I feel the cost of it pushing my body
Like I push my hands into pockets
And softly I walk and I see it, this is all we deserve
The wrongs of our past have resurfaced
Despite all we did to vanquish the traces
My very language is tainted
With all that we stole to replace it with this
I am quiet
Feeling the onset of riot
Riots are tiny though
Systems are huge
The traffic keeps moving, proving there’s nothing to do

It’s big business baby and its smile is hideous
Top down violence, a structural viciousness
Your kids are doped up on medical sedatives
But don’t worry bout that, man. Worry bout terrorists

The water levels rising! The water levels rising!
The animals, the elephants, the polarbears are dying!
Stop crying. Start buying
But what about the oil spill?
Shh. No one likes a party pooping spoil sport

Massacres massacres massacres/new shoes
Ghettoised children murdered in broad daylight by those employed to protect them
Live porn streamed to your pre-teen’s bedrooms
Glass ceiling, no headroom
Half a generation live beneath the breadline

Oh but it’s happy hour on the high street
Friday night at last lads, my treat!
All went fine till that kid got glassed in the last bar
Place went nuts, you can ask our Lou
It was madness, the road ran red, pure claret
And about them immigrants? I can’t stand them
Mostly, I mind my own business
They’re only coming over here to get rich
It’s a sickness
England! England!
Patriotism!

And you wonder why kids want to die for religion?

It goes
Work all your life for a pittance
Maybe you’ll make it to manager
Pray for a raise
Cross the beige days off on your beach babe calendar

The anarchists are desperate for something to smash
Scandalous pictures of fashionable rappers in glamorous magazines
Who’s dating who?
Politico cash in an envelope
Caught sniffing lines off a prostitutes prosthetic tits
And it’s back to the house of lords with slapped wrists
They abduct kids and fuck the heads of dead pigs
But him in a hoodie with a couple of spliffs –
Jail him, he’s the criminal
Jail him, he’s the criminal

It’s the BoredOfItAll generation
The product of product placement and manipulation
Shoot em up, brutal, duty of care
Come on, new shoes
Beautiful hair

Bullshit saccharine ballads
And selfies
And selfies
And selfies
And here’s me outside the palace of ME!

Construct a self and psychosis
And meanwhile the people are dead in their droves
But nobody noticed
Well some of them noticed
You could tell by the emoji they posted

Sleep like a gloved hand covers our eyes
The lights are so nice and bright and lets dream
But some of us are stuck like stones in a slipstream
What am I gonna do wake up?

We are lost
We are lost
We are lost
And still nothing
Will stop
Nothing pauses

We have ambitions and friendships and courtships to think of
Divorces to drink off the thought of

The money
The money
The oil

The planet is shaking and spoiled
Life is a plaything
A garment to soil
The toil the toil
I can’t see an ending at all
Only the end

How is this something to cherish?
When the tribesmen are dead in their deserts
To make room for alien structures
Develop
Develop

And kill what you find if it threatens you
No trace of love in the hunt for the bigger buck
Here in the land where nobody gives a fuck

É um dia sombrio não só para a Inglaterra e para a Europa, mas para todo o planeta.

4:20

CH-DEC2011

E se Breaking Bad acontecesse na Inglaterra?

Christopher Keely se perguntou sobre isso e chegou a esta conclusão:

bb-uk

Banksy e o Jubileu da Rainha

O maior artista vivo deu seu recado sobre as comemorações dos 60 anos do reinado inglês da Rainha Elizabeth II.

A diferença entre Inglaterra, Grã-Bretanha e Reino Unido

E o príncipe Harry não sabe dançar…

Tantas metáforas políticas em uma cena tão besta…

Enquanto estive fora: News of the World

Essa história do News of the World, pelo visto, mal começou. O que era apenas um escândalo de jornalismo marrom invadindo privacidadesfechou um jornal centenário, derrubou executivos de diferentes redações, fez cair o segundo nome da Scotland Yard e o CEO da Dow Jones, rendeu um pedido de desculpas amarelado no fim de semana, bateu no FBI e agora temos o primeiro cadáver, do jornalista que começou a fazer as denúncias e os hackers do Lulz Sec já começaram a mexer nos sites de Murdoch, primeiro avisando que ele havia morrido. Vale conferir também a geral que o Telegraph fez nos arquivos do News of the World, apontando matérias que teriam saído de grampos telefônicos, para ver que todo mundo estava na mira do jornal: famílias de vítimas de crimes, jogadores de futebol, políticos, celebridades, a família real inglesa. Não duvide se o furdúncio de merda derrubar até o primeiro ministro inglês

Será que Rupert Murdoch cai? Não custa lembrar que foi a Fox News quem puxou toda a onda de neoconservadorismo que permitiu mutações canhestras da direita (como o Tea Party nos EUA e várias cocotas reaças de plantão espalhadas em sites, jornais e canais de TV pelo planeta)…

Vale – e muito – assistir ao depoimento de Nick Davies, jornalista do Guardian que encampou essa briga contra o magnata das comunicações a ponto de valer-lhe o apelido de “Capitão Ahab”, tamanha sua obsessão em caçar sua Moby Dick, que explica o que está acontecendo no vídeo abaixo:

Traduzo uns trechos:

“É sobre poder e sobre a forma que a elite do poder é acostumada a cuidar de si mesma. Eu acho que razoável para qualquer um perceber agora que a corporação de Murdoch tem muito poder. É claro pela forma que a polícia, a imprensa e alguns políticos automaticamente saem do caminho e dizem: ‘Não vamos causar problemas, eles podem nos machucar’. Eles já tinham muito poder antes disso tudo começar e acho que é muito improvável que seja do interesse de nossa sociedade como um todo dar ainda mais poder para essa organização”.

(…)

“Pra mim, isso não é uma história sobre jornalistas se comportando mal. É uma história sobre a elite do poder. É sobre a organização de notícias mais poderosa no mundo, sobre a polícia mais poderosa no país, sobre o partido mais poderoso no país e, em todo caso, sobre a Press Complaints Commission (órgão regulador da imprensa no Reino Unido). E sobre como todos eles espontaneamente se reuniram para tornar suas vidas mais fácil, como presumiram casualmente que a lei não valeria para eles e que era perfeitamente confortável mentir para o resto de nós, pois somos pessoas pequenas, não saberíamos que eles estavam fazendo isso. É isso que definitivamente me deixa com raiva, sobre essas presunções dessa elite do poder”

Isso está apenas começando…

Minhas férias: Londres

“Vamos por partes”, já diria certa metáfora


“He one holy roller…”, em foto da Mariana ♥

“Brixton”, “Tottenham”, “Candem”, “Piccadilly”, “Hammersmith”, “Baker Street”… Me dependurava numa barra de qualquer vagão de metrô de qualquer linha em Londres e a seqüência de nomes inevitavelmente cutucava vãos diferentes do imaginário coletivo. “Tham”, “er”, “‘s”, “Street”, “stead”, “Park”, “High”, “ington”, “Road”, “sway”, “St.”, “ptom” – sufixos e prefixos que precedem conhecimentos seculares inteiros e trazem diferentes Londres à imaginação. A da Inglaterra vitoriana, a Swinging London, a da peste negra, a do Monty Python, a do jornalismo inglês, das músicas do Clash, de Sherlock Holmes, dos bombardeios alemães, do steampunk, de Oscar Wilde, da revolução industrial, dos Beatles, do Grande Incêndio, de acontecimentos, revoluções e invenções culturais e tecnológicas numa cidade cuja história se mistura com a da própria História, todos comprimidos em pequenos nomes alinhados em uma horizontal colorida no teto de um vagão de trem.

A ida à Inglaterra tinha um rumo inicial bem definido: a primeira apresentação que o Pulp fez desde que encerrou suas atividades em 2002. Jarvis Cocker concordou e sua banda voltaria no dia 3 de julho de 2011, dentro de um festival cujas outras atrações não importavam perto da importância pessoal que tinha a possibilidade de ver, ao vivo, um ídolo interpretando alguns de seus clássicos junto aos seus companheiros iniciais de banda. As férias ganharam um aspecto ainda mais lúdico à descoberta que dois dias antes o Flaming Lips encerraria um All Tomorrow’s Parties num parque num subúrbio londrino tocando nada menos que seu disco mais clássico, The Soft Bulletin. E posicionando este fim de semana de shows no meio da viagem, restou ocupar as duas semanas restantes com formas diferentes de se conhecer a capital inglesa, com direito a uma esticada rumo à capital francesa, só pra matar saudades…

Vou poupar-lhes do dia-a-dia, dos comentários sobre turismo e viagens e falar um pouco da rotina e de alguns pontos específicos da viagem que tirou o site do ar por duas semanas em posts no decorrer dos próximos dias.

“Got to be a joker he just do what he please…”

Hitler: A casa

The Hitler house: Semi in Swansea looks eerily like Nazi dictator
This unassuming house in a sleepy part of Swansea is set to become a global internet sensation… for bearing a passing resemblance to Nazi leader Adolf Hitler.
Its neat brown door brings to mind the fascist dictator’s trademark toothbrush moustache.
And the slanting tiled roof falls at a similar angle to the leader’s greased down, parted hairstyle.

Entendo a paranóia que os ingleses têm com a Segunda Guerra Mundial e especificamente com a figura de Adolf Hitler, mas isso já é uma certa falta de assunto

Floresta Savernake, Wiltshire, Inglaterra