
“Essa música é sobre a Casa do Mancha, mas podia ser sobre o Picles também”, comentou o guitarrista Vicente Tassara antes de começar a minha música favorita de sua banda, os Pelados, “Yo La Tengo na Casa do Mancha”, quando se entregam ao transe do épico de quase oito minutos sobre a falta de adequação em ambientes públicos. E, realmente, tocando em mais uma edição lotada do Inferninho Trabalho Sujo, a banda fez jus à vibe da canção, da festa e do sobrado da Cardeal Arcoverde, reforçando a importância deste novo momento em que finalmente podemos estar numa pequena multidão e nos sentir bem novamente, quentes no inverno, acolhidos entre amigos, todo mundo doido e ouvindo música no talo. Foi uma boa forma de comemorar a boa notícia dessa sexta (sem precisar citar nomes, você sabe) e encerrar o primeiro semestre deste 2023 que até aqui tem sido um ótimo ano. E a festa foi daquelas, pra variar, mas quem foi sabe…

A primeira foi épica, a segunda não vai ser diferente, ainda mais que é numa sexta! Puxo mais uma edição do Inferninho Trabalho Sujo, festa que inventei para celebrar a existência – e o habitat natural – para bandas tocarem ao vivo até se acabar e em São Paulo hoje este lugar é o grande Picles, que passou por uma baita reforma em seus cinco anos de aniversário e se firma cada vez mais como uma das principais entidades da vida noturna de São Paulo. Discoteco mais uma vez com minha comadre Francesca Ribeiro, logo depois de mais um shows dos queridos Pelados, mostrando seu excelente Foi Mal num lugar perfeito para a ferveção e a acabação simultânea, sempre naquela sintonia alto astral que já estamos acostumados. O Picles fica na Cardeal, 1838, e quem chegar até às 21h não paga pra entrar (quem chegar depois, paga R$ 25). Vamo nessa!

A primeira edição do Inferninho Trabalho Sujo no Picles pegou fogo e quem foi sabe como foi a temperatura – e a colisão de corpos, tribos e faixas etárias. Mas não vou resenhar minha própria festa e sim me ater à breve e passional explosão de calor que fez o ar do sobrado-resistência de Pinheiros pesar mesmo antes de Sopha Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo subir no micropalco. Num dos últimos shows antes do lançamento de seu aguardado segundo disco, o quarteto lotou a casa e trouxe camadas intensas de emoção sobre novos clássicos que em breve sairão dos shows recorrentes da banda – os quatro cogitavam quais músicas iriam parar de tocar ao vivo a partir do segundo semestre -, todos cantados a plenos pulmões por um público mais jovem do que a própria banda, que por sua vez já é jovem pacas. Depois, eu e a Fran seguimos madrugada adentro transformando o público de um show de rock em uma pista suada de música pop de todos estilos, épocas e nacionalidades em que só uma regra era determinante: botar todo mundo pra dançar. E se você foi ou perdeu essa noite, já anote aí que a próxima é no dia 30 de junho, uma sexta-feira, por isso não tem conversa… Mas antes vai pintar outra festa – o que você vai fazer no próximo sábado?

Vocês querem festa? Então toma! Nessa quinta-feira inauguro mais um puxadinho da minha zona de influência como parte das comemorações dos cinco anos de vida do sensacional Picles, que acabou de ser reformado e apresenta sua nova cara ao público nesta semana de aniversário. Inferninho Trabalho Sujo é uma festa quinzenal em que faço todo mundo dançar logo depois de uma das atrações da noite, o show de uma banda, essa espécie em extinção. E começo com um grupo exemplar desta nova safra, os queridos Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo que acompanho desde antes do primeiro single. Às vésperas de lançar seu segundo álbum, o grupo faz um dos últimos shows de seu disco de estreia e sintoniza a frequência dessa minha nova onda, de fazer o lugar queimar de tanta música. E quem chamei pra ferver a pista é a comadre Francesca Ribeiro, a Fran, que repete a divisão de MP3 que fizemos naquele baile de carnaval no Cortina. O Picles fica na Cardeal, 1838, e quem chegar até às 21h não paga pra entrar (quem chegar depois, paga R$ 25). Bora?