“A gente tinha a semana da pátria para fazer uma programação musical e a ideia era discutir um pouco sobre o significado dessa semana e aí a gente pensou muito nessa onda de falso patriotismo que ganhou voga nos últimos anos, a gente sabe porque, e então eu pensei em algo que antagonizasse muito com isso, que é o movimento punk”, explica o responsável pela programação de música do Sesc Av. Paulista, Fernando de Lima, sobre a origem do festival 1, 2, 3, 4 – O Punk Segue Muito Vivo, que acontece na unidade entre os dias 6 e 11 de setembro – e à exceção do feriado do dia 7, o palco no 13° andar recebe exponentes de diferentes fases do punk brasileiro, do In Venus ao Devotos, passando pelo Flicts, Mercenárias, Charlotte Matou Um Cara, Ratas Rabiosas, Black Pantera e Mercenárias.
“O punk e o anarquismo fazem um contraponto bom a esse movimento estranho que a gente tem nos últimos anos e faz a gente refletir sobre o significado de país e de tudo mais”, continua o programador, que reúne dois shows por dia em cada uma das datas – e cada show tem sua leva de convidados, engrossando a genealogia do movimento no Brasil. ““Na hora de escolher as bandas, a primeira coisa que a gente pensou foi no encontro de gerações. E não é só dos pioneiros com a molecada que está fazendo agora, mas também uma geração intermediária muito interessante que, nesse caso, é representada pelos Devotos e pelo Flicts, bandas dos anos 90 que seguraram a onda do punk nessa década”. Entre os convidados, nomes como Jonatta Doll, Edgard Scandurra, Rodrigo Lima (do Dead Fish), Lê (Gritando HC), Ariel (Restos de Nada), Iéri (Bulimia), entre outros. Mais informações sobre o festival abaixo (e no site do Sesc).
Outra matéria que faço para a CNN Brasil, desta vez destacando dez artistas mulheres que fizeram a cabeça do Brasil em 2021, com Marina Sena, Juçara Marçal, Jadsa, Linn da Quebrada, Duda Beat, Badsista, Tasha & Tracie, Mariá Portugal, Bebé Salvego e In Venus.
É sempre assim: dezembro chega e com ele as listas de melhores do ano, mas a lista com os melhores de 2021, feita pelo júri de música popular da Associação Paulista de Críticas de Arte (APCA, da qual faço parte ao lado da Adriana de Barros, José Norberto Flesch Marcelo Costa, Pedro Antunes e Roberta Martinelli) só será revelada no início de 2022. Por enquanto, antecipamos os 50 indicados à categoria Melhor Disco, mostrando como, mesmo com todas adversidades do caminho, foi intensa a produção de música neste ano que chega ao fim. Confira os indicados a seguir.
Depois de muita espera, a banda paulistana In Venus começa a mostrar seu segundo álbum, sucessor do ótimo Ruína, lançado em 2017. E Sintoma, anunciado para o início do ano que vem (e já em pré-venda pela gravadora No Gods No Masters), começa a se mostrar com o clipe filmado em VHS da faixa “Ansiedade”, uma das dez novas canções anunciadas, que vai para além da seara gótica que a banda já dominava. Rumo aos extremos noise do pós-punk, a banda entrelaça vocais berrados, riffs frenéticos, afinações dissonantes, bateria bate-estaca e visão distópica de mundo, ecoando uma versão curta e barulhenta de um 2020 claustrofóbico.
Hoje é dia de eletricidade feminina no Centro do Rock do Centro Cultural São Paulo, quando a banda mineira Miêta encontra a banda paulistana In Venus no palco da Sala Adoniran Barbosa a partir das 19h – não custa lembrar que é de graça (mais informações aqui).
Mais uma vez celebramos o mês de julho com rock no Centro Cultural São Paulo em mais uma edição do Centro do Rock, com trinta atrações gratuitas em quinze dias de show na mítica Sala Adoniran Barbosa, um templo do gênero em São Paulo. Repetindo o sucesso do ano passado, o festival traz o melhor do novo rock brasileiro, reunindo bandas de norte a sul do país em shows de graça. São bandas de rock clássico, psicodélico, new metal, rock alternativo, hardcore, rock instrumental, noise, drone, pós-rock, rock progressivo, indie rock, shoegaze, pós-punk, entre outras variações do gênero de todos as regiões do país: do Ceará ao Rio de Janeiro, do Goiás ao Rio Grande do Sul, do Pará Paraná, do Mato Grosso ao Pernambuco, de São Paulo ao Rio Grande do Norte. A programação é a seguinte:
Quarta, 4, às 21h
Far from Alaska e Deb and the Mentals
Quinta, 5, às 21h
Giallos e Kalouv
Sábado, 7, às 19h
Papisa e Cora
Domingo, 8, às 18h
Stratus Luna e Bombay Groovy
Quinta, 12, às 21h
Oruã e Goldenloki
Sexta, 13, às 19h
Sky Down e Lava Divers
Sábado, 14, às 19h
In Venus e Mieta
Domingo, 15, às 18h
Gorduratrans e Def
Quinta, 19, às 21h
Black Pantera e Molho Negro
Sexta, 20, às 19h
Maquinas e Astronauta Marinho
Sábado, 21, às 19h
Carne Doce e Bruna Mendez
Domingo, 22, às 18h
My Magical Glowing Lens e Bike
Quinta, 26, às 21h
Macaco Bong e Odradek
Sexta, 27, às 19h
Picanha de Chernobill e Marcelo Gross