Impressão digital #0042: Tablets – só uma fase?

, por Alexandre Matias

Minha coluna de ontem no Caderno 2 foi sobre a febre dos tablets na CES da semana passada – e você.

Pranchetas digitais
Você precisa mesmo de um tablet?

O iPad foi praticamente uma bomba-relógio – armada para estourar um ano depois. Os rumores sobre um possível tablet da Apple começaram logo após o Natal de 2009 e só eles foram suficiente para fazer as ações da empresa subirem de valor – e botar o mercado para correr. E na Consumer Electronics Show (CES) de 2010, realizada em janeiro do ano passado algumas semanas antes do anúncio oficial do iPad, havia quem anunciasse seu próprio tablet antes mesmo de saber se o da Apple era de verdade ou não. Quem tentou lançar o seu – a Microsoft foi uma das empresas que, a toque de caixa, quis sair na frente com seu Slate – ficou só com a fama de querer correr atrás da novidade alheia.

Corta para 2011 e voltamos a Las Vegas, para a mesma CES que tentou antecipar o que poderia ser o mundo dos tablets antes da Apple, e que surpresa… Todos têm seu tablet pronto para o mercado. Samsung, LG, RIM, Asus, Lenovo, Motorola e até a Microsoft apresentaram novas versões de dispositivos portáteis de acesso à internet que mais se parecem com uma prancheta do que um celular ou um laptop. Até o Google entrou na briga – não com um aparelho –, mas apresentou a nova versão de seu sistema operacional para celulares (o Android) que funciona também em tablets desse tipo. Por isso, não há dúvidas de que o tablet foi uma das principais estrelas da CES 2011, que começou na quinta passada e termina hoje.

Mas isso quer dizer que 2011 será o ano em que você comprará um tablet? É o que o mercado quer, mas será que você precisa de mais um aparelho digital portátil – além do computador?

Como disse na coluna da semana passada, é questão de tempo para que o desktop – o bom e velho computador de mesa – perca seu espaço como principal aparelho digital da casa. O celular já assume algumas dessas funções, o laptop já ultrapassou o número de computadores tradicionais vendidos no Brasil e a TV aos poucos começa a lançar seus tentáculos rumo à internet.

O tablet surge, em 2011, como um meio-termo entre o televisor, o celular e o PC. Mas ainda não é – nem acredito que vá ser – o principal aparelho eletrônico de uso individual. Seu reinado parece ter prazo limitado, até que alguém finalmente conecte esses três aparelhos (TV, celular e PC) sem precisar colocar uma prancheta eletrônica entre um e outro como ponte digital.

Por isso, por mais que o mercado pareça dizer que você precisa ter um tablet em 2011, resista à tentação consumista de um aparelho que deve se tornar obsoleto em pouco tempo. Mas se o seu negócio é ter as novidades quando elas saem, bem, isso é outra história…

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