Bicho de Quatro Cabeças

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O Mês da Cultura Independente realizado pela Secretaria Municipal de Cultura acontece no mês de agosto e o Centro Cultural São Paulo abre as portas para o encontro de quatro das principais bandas independentes da cidade. O evento Bicho de Quatro Cabeças reúne Rakta, Hurtmold, Bixiga 70 e Metá Metá durante o mês no CCSP, trazendo apresentações dos quatro grupos, de seus projetos paralelos e um grande evento que reunirá os quatro simultaneamente. Eu falei com a Roberta Martinelli sobre este experimento, cuja descrição e programação seguem abaixo e nas redes do Centro Cultural São Paulo.

Bicho de Quatro Cabeças

Quatro das principais bandas independentes de São Paulo, Rakta, Bixiga 70, Metá Metá e Hurtmold em atividade têm vários pontos em comum que tornam suas carreiras semelhantes, embora cada uma delas busque uma sonoridade completamente diversa umas das outras. Em comum, elas têm o fato de que, além de prezarem pela própria sonoridade em detrimento de qualquer aspiração comercial, também gerenciarem as próprias carreiras, terem projetos paralelos, transitarem entre diferentes públicos e artistas e serem autossusentáveis.

Bicho de Quatro Cabeças é o encontro entre estas quatro bandas e seus públicos no Centro Cultural São Paulo e acontece durante todo o Mês da Cultura Independente, em outubro de 2017. O evento começa com uma grande apresentação em quatro entradas em que integrantes das quatro bandas realizam uma sessão de improviso inédita, trocando de formações e cada hora indo para uma direção musical. Serão quatro entradas que permitem a troca de públicos durante estas entradas – e quem ficar de fora pode acompanhar as outras entradas através de um telão afixado na área externa da Sala Adoniran Barbosa.

O evento também conta com shows das bandas separadamente, além de apresentações que reúnem diferentes projetos paralelos dos quatro coletivos, permitindo inclusive novas colaborações entre integrantes dos diferentes projetos definidos durante o percurso. O evento terá também quatro pôsteres produzidos pelas próprias bandas, que também são responsáveis pela comunicação visual dos próprios trabalhos.

Todas as atrações são gratuitas.

5.10 – Bicho de Quatro Cabeças
6.10 – Acavernus / Carla Borega
8.10 – Rakta
13.10 – A Espetacular Charanga do França
14.10 – Metá Metá
15.10 – Anganga / MdM Duo
19.10 – Décio & Held / Sambas do Absurdo
20.10 – Atonito / Sambanzo
22.10 – Kiko Dinucci / Plim
26.10 – Naxxtro / Bode Holofonico
27.10 – Corte / M. Takara
28.10 – Hurtmold
29.10 – Bixiga 70

Hurtmold no CCSP

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A principal atração musical deste fim de semana no Centro Cultural São Paulo é a apresentação do Hurtmold, tradicional banda paulistana de rock instrumental, que divide o palco com o novo projeto do Farofa, ex-vocalista do Garage Fuzz, o Acruz Sesper Trio, que lançou o clipe para a música “Modern Affair” esta semana. O show começa pontualmente às sete e você encontra mais informações sobre a noite aqui.

Bem legal.

Os 75 Melhores Discos de 2016 – 37) Hurtmold e Paulo Santos – Curado

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Traçando um cânone.

Hurtmold + Paulo Santos: “Um pilar pra música criativa”

Foto: Frederico Finelli

Foto: Frederico Finelli

Em plena turnê de lançamento do disco Curado, em parceria com Paulo Santos, o Hurtmold apresenta-se nessa sexta-feira em São Paulo no Sesc Belenzinho (com ingressos esgotados, saiba mais aqui) e no sábado em Jundiaí (mais informações aqui) depois de ter passado por Ribeirão Preto e Sorocaba, sempre ao lado do músico do Uakti, banda que Guilherme Granado reverencia como “um pilar pra música criativa” no breve papo que tive com ele e que você ouve abaixo:

O início da parceria com Paulo Santos
https://soundcloud.com/trabalhosujo/hurtmold-2016-o-inicio-da-parceria-com-paulo-santos

Como a parceria com Paulo Santos virou disco
https://soundcloud.com/trabalhosujo/hurtmold-2016-como-a-parceria-com-paulo-santos-virou-disco

Sobre a importância do Uakti
https://soundcloud.com/trabalhosujo/hurtmold-2016-sobre-a-importancia-do-uakti

O processo de composição e gravação de Curado
https://soundcloud.com/trabalhosujo/hurtmold-2016-o-processo-de-composicao-e-gravacao-de-curado

Post rock?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/hurtmold-2016-post-rock

Tradição instrumental
https://soundcloud.com/trabalhosujo/hurtmold-2016-tradicao-instrumental

Colaborações instrumentais dos sonhos
https://soundcloud.com/trabalhosujo/hurtmold-2016-colaboracoes-instrumentais-dos-sonhos

A cena independente está vencendo?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/hurtmold-2016-a-cena-independente-esta-vencendo

Próximos passos

https://soundcloud.com/trabalhosujo/hurtmold-2016-proximos-passos

Abaixo, o making of do disco, produzido pelo Selo Sesc:

Hurtmold + Paulo Santos

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Há quatro sem lançar disco novo, o clássico grupo de jazz contemporâneo paulistano Hurtmold volta à ativa este mês, quando lançam o disco que compuseram ao lado do multiinstrumentista Paulo Santos, um dos integrantes do mítico grupo instrumental mineiro Uakti. Curado, cuja capa você vê pela primeira vez aqui no Trabalho Sujo, será lançado em um show no dia 16 deste mês, às 21h, no teatro do Sesc Belenzinho.

“Os processos artísticos foram bem diferentes”, explica o guitarrista Mario Cappi, falando sobre o disco e a capa, que, como todas as capas do grupo, é de sua autoria. “Pra gravação do disco, nós já havíamos preestabelecido algumas coisas. O Hurtmold meio que se trancou numa sala de ensaio na Pompeia pra compor, houve um comportamento prévio. O Paulinho também, lá em BH, havia composto algumas coisas. Conversávamos bastante com ele por e-mail sobre estruturas, tempo, mudanças e aberturas… Tentamos não fechar as ideias totalmente antes da entrada em estúdio. Pra todo mundo, era clara a importância de um espaço pra criar simultâneo à gravação.”

“O lance com as ilustrações foi outro”, continua. “Eu comecei de maneira aleatória a desenhar enquanto estava nas minhas folgas durante as gravações. Nesses momentos, sempre havia alguém gravando ou escutando o que havia gravado. Quando percebi que existia um padrão nos traços, decidi seguir desenhando enquanto ouvia as gravações do dia. Ali no estúdio os traços traduziram, de certa forma, a intensidade e a estética que aquelas músicas possuem.”

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“Olhando agora, meses depois, vejo que a sonoridade das músicas e as ilustrações continuam num diálogo interessante”, explica o guitarrista. “São imprevisíveis, insinuam várias possibilidades de compreensão. Estou trabalhando bastante com pinturas e ilustrações abstratas, portanto, essa arte é bem diferente das demais do Hurtmold. Mas acho isso bom, porque musicalmente esse disco também é diferente dos anteriores.”

O grupo apresentou algumas das músicas novas em seu show no festival Fora da Casinha, que aconteceu no mês passado. Consegui filmar todo o show, assista:

Mas o show do dia 16 é com o próprio Paulo Santos. Promete.

As 10 músicas mais importantes do indie brasileiro para o Mancha

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Neste domingo acontece a segunda edição do festival Fora da Casinha, que o compadre Mancha Leonel – o Mancha, da Casa do Mancha – levanta na raça e na unha, sem patrocínio e reunindo o filé da produção musical brasileira independente. Na edição do ano passado ele bateu na tecla do indie rock brasileiro, crucial em sua formação e na história da casinha. Na edição 2016, ele aponta para o perfil atual do estabelecimmento e seus passos futuros, incluindo ícones do rock independente nacional e novos sabores da atual cena pop brasileira, reunindo dez apresentações (Hurtmold, Jaloo, Mauricio Pereira, Cidadão Instigado, Anelis Assumpção & Dustan Gallas, Luiza Lian, Kiko Dinucci, Maglore, As Bahias e a Cozinha Mineira, Ventre e Juliana Perdigão) em três palcos a partir das quatro da tarde. Como no ano passado, eu, Luiz e Danilo representamos a SUSSA – Tardes Trabalho Sujo, tocando apenas música independente brasileira na área comum, que conta com área de alimentação, feirinha de publicações independentes, lançamento do livro Cena Musical Paulistana dos Anos 2010, do Thiago Galletta, e exibição do documentário Música ao Lado” sobre as pequenas casas de shows em São Paulo. O evento acontece na Unibes Cultural, do lado do metrô Sumaré (mais informações aqui), e eu pedi pro Mancha escolher as dez músicas do indie brasileiro que foram mais importante em sua formação. Sugiro dar play no vídeo e abaixar o volume para ouvir a música comentada ao fundo da explicação da escolha para cada faixa.

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Bonifrate – “Cantiga da Fumaça”

Pullovers – “Tudo Que Eu Sempre Sonhei”

PELVs – “Even if the sun goes down”

Astromato – “No Macio, No Gostoso”

Bazar Pamplona- “Faixa Bônus”

Thee Butchers Orchestra – “Sugar”

Motormama – “Coração Hardcore”

Wado e o Realismo Fantastico – “Tormenta”

Apanhador Só – “Não Se Precipite”

Superguidis – “Malevolosidade”

Milton Nascimento via Hurtmold e Paulo Santos

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Ainda na conexão Milton Nascimento / indie Brasil (que rendeu não apenas um, mas dois tributos só este mês), viram essa versão que o Hurtmold fez com o Paulo Santos, do Uakti, pra “Lágrima do Sul”?

O encontro (que repetiu-se durante a Virada deste fim de semana) já acontece há alguns shows – e esse aconteceu em março do ano passado, no Sesc Consolação. Pra quem não conhece a versão original, olha ela aí.

Dica do Julio (valeu!).

Virada psicodélica

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Tudo bem que vai ter Caetano Veloso, um arraiá pra Inezita Barroso (isso vai ser épico), um palco de Jovem Guarda, Fabio Júnior, não sei o que do Alex Atala, mas… como assim vai ter Faust na Virada Cultural e ninguém comentou nada?

O Faust é uma das bandas mais importantes do rock alemão dos anos 70 e há quem os considere o principal nome da cena que comumente conhecemos por krautrock (rótulo tirado de uma canção do grupo, diga-se). Particularmente acho o Can e o Kraftwerk mais importantes, mas há um ponto a ser levado em consideração, pois a banda batizada com o nome do personagem de Goethe realmente extrapolava os limites da música muito mais que os outros dois grupos. Enquanto o Can misturava James Brown, Velvet Underground e free jazz no mesmo improviso e o Kraftwerk reduzia tudo a seu clássico minimalismo eletrônico pré-digital, o Faust explorava as fronteiras do ruído branco, das colagens sonoras, das superposições. Se rotulavam “art-erroristas”.

A formação clássica da banda de Hamburgo contava com Hans Joachim Irmler, Arnulf Meifert, Jean-Hervé Péron, Uwe Nettelbeck, Rudolf Sosna, Werner “Zappi” Diermaier e Gunther Wüsthoff e parte deles, além de músicos de formações posteriores, circulam pelo mundo como Faust, a formação que vem a São Paulo é composta pelo guitarrista Jean-Hervé Péron e pelo baterista Werner “Zappi” Diermaier.

Mas o mais legal é o contexto da apresentação do grupo, que tocará num palco da Estação da Luz dedicado ao experimentalismo e à psicodelia musical. Os trabalhos começam às 18h do sábado, com os curitibanos do Ruído/mm (favoritos por aqui, você sabe), às 20h entra a parceria dos Hurtmold com o Paulo Santos do Uákti, Anvil FX e Modular Dreams chamam Edgar Scandurra e Dino Vicente para uma jam session às 22h e às 2 da madruga o Faust entra em ação, seguido pelos turcos do Insalar às 4h. A manhã de domingo começa com o fulminante Tigre Dente de Sabre às 8h, segue com os goianos suaves do Boogarins às 10h, o grupo paulistano Mawaca às 14h e o incendiário Metá Metá encerrando tudo às 16h.

Pesado. É isso aí, tem que ser assim, palmas pra iniciativa.

Vida Fodona #369: Não tão regular quanto antes

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Tava com saudade?

Knife – “A Tooth For An Eye”
Atoms for Peace – “Before Your Very Eyes…”
Hurtmold – “SNP”
My Bloody Valentine – “A New You”
Melody’s Echo Chamber – “You Won’t Be Missing That Part Of Me”
Unknown Mortal Orchestra – “From the Sun”
Kurt Vile – “Wakin’ On a Pretty Day”
Curumin – “Paris, Vila Matilde”
Anthony Hamilton – “Freedom”
Kika – “Sai da Frente (Victor Rice Dub)”
Van She – “Jamaica (Mad Professor Dub)”
Little Boots – “Motorway”
Foals – “My Number (Hot Chip Remix)”
!!! – “Slyd”
Justin Timberlake – “Mirrors”
Phoenix – “Entertainment”

Então vem

Vazou o disco novo do Hurtmold

E o disco novo do Hurtmold, Mils Crianças, apareceu inteirinho online via Hominis Canidae. Abaixo, o vídeo de “Pigarro”: