Um desocupado misturou todas as introduções de estúdios de Hollywood num mesmo vídeo e o resultado é esse absurdo megalômano:
Olha a lista com as impressões que os executivos da Warner tiveram ao assistir Blade Runner pela primeira vez.
Não foi à toa que Ridley Scott teve de voltar ao filme original depois que ele se tornou bem sucedido graças às novas tecnologias de seu tempo (TV a cabo, videocassete e locadora), criando o conceito de “versão do diretor”. Vi no Ramon.
• A vez do 4G • Ecad: Em xeque • ‘O direito autoral hoje é anacrônico e corrupto’ • Sem controle • Blackberry: Correndo atrás (enquanto é tempo) • Impressão Digital (Alexandre Matias): Os melhores filmes de todos os tempos ainda não foram feitos • No Arranque (Filipe Serrano): Os negócios da computação online estão apenas no início • Homem-Objeto (Camilo Rocha): Fora da nuvem • Vida Digital: Alex Bellos • Foxconn sem água, Cispa quase lá, Apple viola e magnatas atrás de combustível no espaço •
Na minha coluna do Link desta semana, comentei sobre a profecia que Jimmy Wales, da Wikipedia, fez sobre o iminente fim de Hollywood.
Os melhores filmes de todos os tempos ainda não foram feitos
O cinema não vai acabar, mas mudar
Há uma semana, durante o encontro Global Inet, realizado em Genebra, na Suíça, o fundador da Wikipedia, Jimmy Wales, deu uma declaração no mínimo polêmica. Entusiasmado com a recente notícia de que seu site fez a vetusta Encyclopedia Britannica, que era impressa desde 1768, aposentar sua versão em papel, ele profetizou sobre o futuro da indústria do cinema: “Ninguém se dará conta quando Hollywood morrer. E mais, ninguém vai se importar”.
Não é uma continuação do velho discurso deslumbrado com o digital que o transformava em carrasco final de velhas mídias e tecnologias. Ao contrário do que foi alardeado por todo o século 20, o rádio não matou o jornal, como a TV não matou o cinema, nem o telefone matou a conversação. E quando o tema é internet, tais “mortes anunciadas” parecem apenas provocações – afinal, a internet não “mata” a indústria da música, do audiovisual, da fotografia ou das notícias, mas agrega cada faceta destes universos dentro de sua interface.
A questão, frisou Wales, não é tecnológica, mas social, citando a própria filha, Kira, de 11 anos, como exemplo: “Ela maneja com total desenvoltura uma câmara de alta definição, que usa para captar, editar e produzir seus próprios filmes na internet”. E continuou: “Quando essa geração completar 22 anos realizará filmes com mais qualidade que os de Hollywood. Esses mesmos filmes serão mais populares e destruirão o modelo de negócio vigente. Ocorrerá o mesmo que ocorreu com a Wikipedia, que fez que a Encyclopaedia Britannica deixasse de ser impressa 11 anos após a criação (da Wikipedia)”, declarou. E ao finalizar, cravou: “Há uma grande possibilidade que todo o modelo de produção esteja completamente ultrapassado em muito pouco tempo.”
Isso não quer dizer que o cinema vai acabar – longe disso. Wales falava especificamente da indústria cinematográfica norte-americana, concentrada nos estúdios de Hollywood, em Los Angeles. O modelo funcionou por décadas e foi se adaptando aos tempos: das salas de exibição à chegada da locação (primeiro o VHS, depois o DVD, outros candidatos a “assassinos do cinema”, cada um em seu tempo), passando pela TV a cabo e seu pay-per-view, filmes exibidos em voos até a tecnologia 3D. Tudo isso ficava concentrado na mão de alguns executivos, uma panela de técnicos, uma turma de atores e outra de autores. Mas eis que chegam as mídias digitais e, de repente, qualquer um pode fazer cinema. A princípio apenas alguns filminhos, feitos às vezes com o celular. Acontece que aos poucos outros truques típicos de uma indústria centenária (do figurino aos efeitos especiais, da iluminação à direção de arte, do roteiro à fotografia) são absorvidos por uma geração que nem sequer chegou à maioridade, como a filha de Wales.
Quando chegarem, em menos de dez anos, assistiremos a filmes completamente diferentes, que não se limitam a apostar no que é certo e fugir do que for mais ousado (este sim, o grande erro da indústria tradicional).
Falando de outra indústria, a da música, o ex-guitarrista do grupo inglês Oasis, Noel Gallagher, disse que “o consumidor não queria Sgt. Pepper’s (o clássico disco dos Beatles), nem Jimi Hendrix, nem Sex Pistols”, ao reclamar que a indústria havia se tornado uma imensa pesquisa sobre as vontades do público. Ele ecoava uma frase de Henry Ford muito repetida por Steve Jobs: “Se perguntássemos o que os consumidores queriam, eles não iriam querer o carro, e, sim, um cavalo mais rápido”.
A mídia não vai morrer, mas precisa se reinventar para se adequar. E se a indústria que toma conta disso não assumir logo estas rédeas, outros vão fazer isto por ela, criando uma nova indústria. A melhor analogia sobre a mudança remete à invenção da fotografia, que, teoricamente, acabaria com a função dos retratistas, uma vez que ninguém pagaria para ter um retrato pintado. O que aconteceu? Os pintores da virada do século 19 para o 20 criaram o impressionismo e o modernismo. E isso deve acontecer com o cinema, e logo. Como diz um amigo meu, ainda não vimos os melhores filmes de todos os tempos.
Parece seriado dos anos 80, mas era a vida real dos anos 60: Tippi Hedren (uma das musas de Hitchcock) e sua filha Melanie Griffith com um leão que pertencia ao Anton LaVey!
A realidade sempre supera a ficção. Tem mais fotos aqui.
E o blog Brown Beat, da Slate, desvendou o mistério daquele mesmo jornal que apareceu por anos, sem mudar, em filmes e séries desde os anos 80: são jornais cenográficos impressos pela gráfica Earl Hays Press, que imprime o mesmo jornal, desde os anos 60, para ser usado em cenas de filmes e seriados em que os atores fingem ler.
Vi no Dark Mind Bright Future, bonzaço.