Bravo, João Barisbe!

João Barisbe terminou em grande estilo sua temporada Turismo Inventado no Centro da Terra, quando trouxe músicos que participaram de outras apresentações reunidos em uma mesma pequena orquestra para visitar as canções que apresentou nestas quatro segundas-feiras. O clima desta última noite, que teve lotação esgotada, foi ainda mais suntuosa que os outros concertos e além de reunir Thais Ribeiro, Guizado, Helena Cruz, Filipe Nader, Biel Basile, Beto Angerosa, Gabriel Milliet, Pedro Abujamra e Loreta Colucci, encerrou a leva de shows com sua épica “Cometa Javali’, que funcionou como música-tema da temporada, com a última vocalista elevando ainda mais o volume e o nível de tudo, para deleite do público. Obrigado João, foi maravilhoso!

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Imaginação e possibilidade

Soberba a primeira noite da obra em processo que João Barisbe está fazendo às segundas de setembro no Centro da Terra. Seu Turismo Inventado – título da temporada – é uma desculpa para que ele possa conduzir o público a essa mescla de música popular, erudita, jazz e pop, desconstruída em quatro apresentações que mostrarão um mesmo repertório dividido em diferentes naipes, de um mesmo conjunto musical. Na primeira noite, ele dedicou-se ao seu próprio território, o do sopro (pois João é saxofonista), reunindo Fernando Sagawa, Thais Ribeiro, Guizado, Filipe Nader e Gabriel Milliet entre metais e palhetas, todos ancorados pela cozinha precisa e jazzística que foi o encontro perfeito de Helena Cruz com Biel Basile, enquanto o próprio Barisbe ficava na regência de sua pequena orquestra. Como atração vocal da noite, ele convidou Loreta Colucci, que cantou uma canção própria, “Algo Grande Me Vê”, e outra do próprio maestro, “Cometa Javali”, cujo verso-chave, “imaginação e possibilidade”, parecia resumir o ímpeto da noite, que ainda teve um cântico do século 12 na abertura e uma versão de derreter para “Starman”, de David Bowie. Um primeiro capítulo deslumbrante para uma temporada que merece ser vista na íntegra.

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Sem embaraço

Desembaraçou! Sempre é bom ver um artista desabrochar e nesta terça-feira tivemos mais uma oportunidade no Centro da Terra de ver outra carreira musical tomando corpo naquele palco pela primeira vez. Quando Leon Gurfein me falou que queria soltar seu canto profissionalmente no palco, minha intuição disse que seu senso estético espalharia-se facilmente para a música. Há uma década convivendo com artistas de diferentes portes pelos bastidores (Leon faz cabelo, maquiagem e produção visual para nomes como Ava Rocha, Liniker, Tulipa Ruiz e Johnny Hooker, entre outros), ele mostrou sua familiaridade com o palco a partir de sua paixão pela música, que começou pela coleção de discos do pai nas proximidades daquele mesmo teatro, como fez questão de contar nos vários momentos em que conversou com o público e transformava o palco em seu salão e num divã ao mesmo tempo. A apresentação começou com uma cama ambient proposta por sua banda, que Leon batizou de Las Gatas Embarazadas, e Helena Cruz (guitarra, baixo e synthbass), Lauiz (teclas e MPC) e M7i9 (sintetizador, flauta, guitarra e saxofone) emudeceram a plateia por longos minutos, deixando a expectativa palpável para que a estrela da noite entrasse e cantasse suas próprias músicas – parte delas em espanhol – e versões, duas delas divididas com Manu Julian, que subiu ao palco para cantar duetos com Leon em versões em castelhano para “Little Trouble Girl” do Sonic Youth e em português para a clássica “Sea of Love”. Leon encerrou a noite misturando músicas de Ava Rocha, d’O Terno, Portishead e Luiza Lian a “Lágrimas Negras” e “Jorge da Capadócia”, como se invocasse proteção de seus orixãs pessoais da música para aquele momento, antes de cantar mais uma canção própria para fechar a noite. Ele nem esperou sair do palco para anunciar o bis, quando voltou à primeira música da noite acompanhado de um coral estelar formado por Manu, Lorena Pipa, Thiago Pethit, Laura Lavieri, Luiza Lian e Ana Frango Elétrico, espalhando a catarse que claramente sentia para o resto do teatro. Agora já está no mundo!

Assista abaixo:  

Leon Gurfein: Leon y Las Gatas Embarazadas

Que satisfação poder não apenas anunciar que o primeiro show da carreira musical de Leon Gurfein acontece no Centro da Terra, como também comemorar que a sessão de estreia já está esgotada. Depois de anos fazendo cabelo, maquiagem e produção visual de artistas como Luiza Lian, Liniker, Tulipa Ruiz e Johnny Hooker, ele agora solta sua voz e sua produção audiovisual no espetáculo Leon y Las Gatas Embarazadas, quando, ao lado de uma banda composta por Helena Cruz (baixo), Lauiz (teclas e MPC) e M7i9 (sintetizadores e saxofone), passeia por um prólogo visual seguido de momentos autorais e versões inusitadas para músicas alheias. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão esgotados.

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Agora você já sabe

Quem foi ao Centro da Terra nesta terça-feira pode contar com uma pequena grande revelação chamada Manda Conti. Desfilando suas canções maravilhosas ao lado de um time de músicos que só as engrandecia, ela apresentou o espetáculo Um Segredo Meu em que justamente torna público seus talentos – que não são poucos. Além da presença tímida mas convincente de palco, ela rege uma banda montada especialmente para esta noite que realça suas qualidades, desde a sutileza inebriante de suas canções às letras que atravessam o coração sem dó, passando por seu violão sutil e envolvente e, seu trunfo, a voz mágica. O timbre delicado mantém-se firme mesmo quando toca apenas com seu instrumento, mas quando é envolta pelo piano de José Pedro (que dividiu vocais com ela em três canções, inclusive uma sua), o violão de Luis Cunha (que a ajudou a conceber a apresentação), as texturas de Batata Boy e o baixo melódico de Helena Cruz ela sobe para outros planos e transforma o mundano em sublime com poucos gestos, notas e sílabas, alcançando uma força que a tira da promessa e lhe verte em fato. Além do repertório maravilhoso (que passou por uma peneira que deixou dezenas – sério – de canções de fora), a aniversariante do dia ainda passeou por “Night Visions” de Suzanne Vega, “Dreaming of You”, da saudosa Selena, e “Meu Mundo e Nada Mais”, de Guilherme Arantes, que não só caíram como uma luva no repertório como mostraram que essa geração nascida neste século ainda vai dar muito trabalho. Lindo demais, não vejo a hora de ver o próximo.

Assista a um trecho aqui.

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Manda Conti: Um Segredo Meu

Tenho um segredo pra te contar: o último espetáculo musical de março no Centro da Terra é um evento único, como o desabrochar de uma orquídea ou uma aurora boreal. A cantora e compositora Manda Conti, que vara madrugadas fazendo lives solitárias com seu violão, mostra suas próprias composições na apresentação Um Segredo Meu, na segunda vez que sobe a um palco. Dona de uma voz delicada e firme ao mesmo tempo, ele reuniu um time de músicos de respeito – Luis Cunha ao violão e direção musical, Batata Boy nos teclados, José Pedro no piano e vocais e Helena Cruz no baixo – para mostrar suas canções em público, muitas delas pela primeira vez, colocando-se em algum lugar entre a doçura das melodias de Stevie Wonder, Suzanne Vega e Carole King e uma instrumentação que soa jazzy, folk e ambient ao mesmo tempo. O espetáculo começa pontualmente às 20h e ainda há ingressos à venda neste link.

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