Holofote nas canções

Linda a estreia da carreira musical de Olívia Munhoz, mais conhecida por ser uma das melhores iluminadoras da cena independente brasileira, nesta terça-feira no Centro da Terra. Não digo que foi uma surpresa porque ela já havia me mostrado suas músicas há anos atrás, quando, num papo sobre produção de eventos, ela me contou que também compunha suas próprias canções. Quis ouvir, quis saber mais – e quem repara na luz de Olívia sabe que sua sensibilidade não é meramente cênica. Ela me mostrou as músicas e eu falei que valeria experimentar como um show, algo que temos conversado há alguns anos – e ela sempre me contando os lentos passos: quem seria a banda, como seriam os arranjos, o início das aulas de voz. A minha surpresa veio quando vi aquelas músicas que tinha ouvido ainda em fase demo ganhar corpo e estatura quando ela reuniu, como dizia no título da noite, um Grande Elenco para acompanhá-la. E que elenco! Como se não bastasse a banda base, composta pelos amigos Gongom (bateria), Paola Lappicy (teclados) e Guilherme D’Almeida (baixo), cada um deles solando e brilhando à sua maneira, mas sem tirar o holofote de Olívia, que cantava e tocava guitarra segura e tímida na mesma medida. O espetáculo ainda trouxe participações surpresa luxuosas, entre um naipe de metais – formado por Maria Beraldo, Fernando Sagawa e João Barisbe – e duas vocalistas de apoio – Bruna Lucchesi e Paula Mirhan – que apareceram sem ser anunciados. Mas por mais iluminado que fosse o elenco, toda a luz emooldurava as canções e a interpretação de Olívia, que segurou lindamente essa primeira – e justamente por isso curta, sem bis – apresentação. Uma noite feliz.

Assista abaixo:  

Olívia Munhoz: & Grande Elenco

Faça-se a luz! Desde antes da pandemia sei que a iluminadora Olivia Muhoz – que trabalha com a Ana Frango Elétrico, Quartabê, O Terno e Tim Bernardes – compõe suas próprias músicas e finalmente a convenci de mostrá-las ao vivo no Centro da Terra, numa noite que ela está chamando de Olívia Munhoz & Grande Elenco. O tal elenco do caso é composto por três grandes músicos e grandes amigos de Olívia: o baixista Guilherme D’Almeida, o baterista Gongom e a tecladista Paola Lappicy, num show que ainda conta com som feito pelo Renato Cunha e direção de palco do Chrisley Hernan. A apresentação começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Disco music no teatro

E nesta terça-feira, Theo Charbel fez a disco music baixar no Centro da Terra, encerrando a temporada Choque Térmico, em que eletrônico e analógico misturavam-se no palco do teatro por quatro noites instigantes. Acompanhada de Guilherme D’Almeida e Vinicius Rodrigues, ela mostrou músicas recém-lançadas e inéditas para um público bem animado, deixando gosto de quero mais.

Assista aqui.  

Choque Térmico

O calor humano e a frieza das máquinas são criações culturais. Claro que a mudança de temperatura nestes dois corpos distintos podem por fim em suas atividades nativas, mas a frieza orgânica e o calor mecânico ou digital também são realidades possíveis e não significam que um meio deixa de existir a partir desta mudança de temperatura. Durante as segundas-feiras de julho reunimos artistas que transpõem estas duas linguagens em quatro apresentações distintas. A primeira delas acontece excepcionalmente numa terça-feira, quando o Taxidermia dos baianos Jadsa faz e João Millet Meirelles conta com a presença do músico Pedro Bienemann. As segundas seguintes recebem formações distintas. No dia 11 Bernardo Pacheco abre mais um capítulo de seu projeto de improviso livre Formação, quando realiza o Reforma #4 ao lado de nomes tão distintos quanto Juçara Marçal, Rayani Sinara, Yusef Saif e Mau Schramm. Na segunda seguinte, dia 18, é a vez da instrumentista Sue mostrar suas composições com dois convidados distintos, Eddu Ferreira e Paula Rebellato. E na última segunda-feira, Theo Charbel mostra suas canções misturando as diferentes linguagens ao lado dos músicos Guilherme D’Almeida e Vinícius Rodrigues. Os espetáculos no Centro da Terra começam sempre pontualmente às às 20h e quem quiser comprar os ingressos antes, é só acessar este link.

Centro da Terra: Julho de 2022

O mês de julho já começou mas a temporada deste mês no Centro da Terra começa só nesta terça-feira por motivos de logísticas. Propus uma temporada com vários artistas para as segundas-feiras, mas a Jadsa só conseguia chegar na terça, por isso a temporada Choque Térmico começa neste dia 5 de julho. A proposta é reunir artistas que misturem as linguagens eletrônica e analógica sem pensar nos limites entre ambas. A primeira noite acontece com o Taxidermia, que Jadsa faz com João Millet Meirelles, e a dupla recebe o músico Pedro Bienemann. Na próxima segunda, dia 11, é a vez de Bernardo Pacheco provocar mais uma apresentação de seu projeto Formação, quando chama Juçara Marçal, Rayani Sinara, Yusef Saif e Mau Schramm para uma noite de improviso livre. No dia 18, a guitarrista Sue, da banda Ozu, apresenta seu trabalho solo ao lado de Eddu Ferreira e Paula Rebellato. E fechando a temporada, dia 25, a multiinstrumentista Theo Charbel convida Guilherme D’Almeida e Vinícius Rodrigues para mostrar suas canções. E isso é só uma temporada. Na próxima terça, dia 12, é a vez de Experimentos n°1, projeto que a artista russa Lena Kilina apresenta com o artista multimídia Dudu Tsuda. Depois, na terça dia 19, Malu Maria, Tika e Laya apresentam o projeto Ondas Sísmicas, concebido pelo pesquisador Gabriel Bernini para celebrar a presença da mulher na música brasileira e o show terá apresentação da Laura Diaz, do grupo Teto Preto. Encerrando o mês a banda paulista Bike sobe pela primeira vez no palco do Centro da Terra para mostrar as músicas de seu próximo LP com a presença do produtor do disco, o guitarrista Guilherme Held. As apresentações começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados aqui.