Google TV

, por Alexandre Matias

A história é assim: teoricamente, o Google criou um feature escondido dentro do Gmail que permite que você assista TV através de uma conta Google dentro de seu computador. O truque foi descoberto pelo certinho (ele é penteado demais pra ser um geek) chamado Mark Erickson, que, após, a sacada, colocou esse vídeo no ar.

A chuva de emails, comentários, links e reports falando que aquilo era uma piada de mau gosto, uma invenção e uma cretinice fez Mark fazer outro vídeo, desta vez sem edição, mostrando que era pra valer.

Não bastasse isso, outros vídeos começaram a aparecer mostrando que Mark tinha razão.

Mas pelo jeito é tudo boato, como disse o site TechCrunch,, embora cada vez mais gente tenha conseguido acessar ou descoberto alguma lasca de possibilidade do papo-furado ser verdade (procura “google tv” no YouTube e veja como tem neguinho disposto a receber uma invitation pro canal do Google). Mas até a produtora do programa Infinite Solutions foi descoberta.

Quem me disse isso foi Gui Moura (cuja hereditariedade carrega o DNA da suspeição), rindo da piada, mas ao mesmo tempo me lembrando que o papo do Gmail (o então utópico “email de um giga!”) foi lançado no dia da mentira de 2004 – e sabemos que o grande G é afeito a piadinhas sobre produtos não-existentes com a sua marca (como o refrigerante Gulp, o procurador de alma-gêmea Google Romance, o centro de pesquisas Copérnico – na Lua! -, o MentalPlex – um procurador mental, entre outras gracinhas).

Aí entramos naquele território cinza. É uma piada? É uma piada feita pelo Google pra testar a receptividade de um produto desses? O Google estaria negociando com emissoras de TV norte-americanas? A Google TV seria mesmo um produto da Google Labs? Quem contratou quem? Quem enganou quem? Oficialmente, o Google se pronunciou sobre não ter estrutura para virar televisão – como uma resposta ao Joost (outro dia falo mais disso) -, mas será que não tem? Ou vai fazer como a Apple fez com o Zune da Microsoft – esperar lançar para matar no berço meses depois (no caso, com o iPhone)?

O certo é que, como não ouvimos música do mesmo jeito desde que o Napster chegou, já estamos consumindo cinema e TV de formas completamente diferente das que nos foram ensinadas. E em pouco tempo “vi ontem na TV” vai ser algo tão corriqueiro quanto “outro dia comprei um disco”.