“I just wanna dance / I don’t really care”

O mês de abril tá tão foda que nem parece que o verão acabou no fim de semana passado. Neste sábado divido as picapes com o Alex Correa, do Move that Jukebox, no Clube da Luta, festa que rola no recém-inaugurado Beco 203 (filial paulistana da já clássica casa gaúcha). Alem da minha discotecagem junto com a do Alex (é um duelo!), a noite ainda conta com outro duelo, do Tiago Agostini contra o casal Dominódromo (Karen e Fernando, creio que são um casal, posso estar errado :S). Tenho uns ingresso dando sopa, se alguém quiser, deixa um comentário aí embaixo que eu entro em contato até as 18h do sábado, avisando.

Aí no fim de semana que vem embarco para Floripa, para participar do Florianópolis Music Trends, em que falo sobre música digital e internet, além de discotecar no sábado à noite.

No finde seguinte, tem a festa dos quinze anos do Trabalho Sujo, completos no fim do ano passado, mas comemorados apenas agora, com uma festa arrasa-quarteirão. Mais infos em breve, mas já marca aí na agenda o dia 9 de abril, que vai ser histórico.

Não para por aí. No sábado seguinte, duas boas. Primeiro tem Gente Bonita na Locomotiva Discos, loja que os irmãos Custódio – Márcio e Gilberto – abriram no centro. Tocamos de tarde bem no Record Store Day, antes da participação do Kid Vinil. E de noite tocamos na Virada Cultural de São Paulo, mas longe do cheiro de mijo do centro, numa apresentação feita apenas para o evento ao lado do coletivo de VJs Embolex. Tocamos na entrada do Sesc Pinheiros bem na virada do sábado para o domingo, até às 3h da manhã.

No fim de semana seguinte é a Páscoa e não tem nada marcado, mas na sexta-feira, dia 29, a Gente Bonita volta para Belo Horizonte, onde tocamos na festa da querida Bruna, no velho conhecido Velvet.

Falei que abril ia bombar. Chega mais.

Os perdedores


Proto-indie-estatal: Propaganda do Banco do Brasil com trilha sonora da PELVs.

O Custódio aproveitou o fim de semana de shows em São Paulo para trazer a banda indie carioca PELVs para apresentar-se na cidade, na sexta. E eu aproveitei a vinda da banda para pedir para um texto sobre a PELVs em 2010 para o Dodô, baterista da banda, e ele aproveitou para contar uma das muitas histórias da mais importante banda indie carioca:

“Derrota, minha derrota; mais valiosa que mil triunfos” – escrevi esse verso pensando na PELVs, banda que ajudei fundar em 1992 para acabar com uma dissidência que havia no grupo Verve, que antecedeu toda essa história, e que envolvia uma vontade de cantar em inglês. Tivesse a Verve sobrevivido, com os integrantes da PELVs, seria a maior banda do rock brasileiro hoje. Não foi. Que bom. Pudemos desfrutar da liberdade dos perdedores, dos que não tem fãs a desapontar, dos que não tem criticos a adular, nem gravadora a orientar.

Como músicos, somos, todos, surfistas frustrados.

Criamos, em 1994, um esporte chamado Loud Surf, em que a condição para pratica-lo era estar bêbado, ser um dia de chuva e ondas grandes. Os piores tombos levavam as melhores pontuações. A revista Fluir, pra nosso desconcerto, levou a sério e fez uma matéria. Como trilha sonora, sugerimos nossos heróis Pixies, Lloyd Cole e Dinosaur Jr. que fazem surf music para dias de chuva. No Loud Surf, quem tomava mais tombo vencia a competição. Quem perdia,ganhava.

PELVs é a única banda ainda viva de uma geração de perdedores consagrados – as bandas que cantavam em inglês, no Brasil, na década de 90. Para mim, a maior e melhor geração do rock brasileiro até hoje. Para mim, chato de galochas, rigoroso pra caramba com isso de ser uma banda brasileira, nós, da PELVs, ganhamos nisso também.

E ganhamos dinheiro quando o Banco do Brasil, em 2008, encasquetou que uma canção que compus para a banda (“Baby of Macon” – depois de minha saida, em 1999, uma composição ou outra minha saía da gaveta e era grava pelos caras) e criou sua campanha nacional de sustentabilidade. Mais uma vez, ouvimos: caras, se vocês cantarem em português vocês serão a maior banda do Brasil. Muito obrigado, mas não.

Ontem liguei para o Gustavo Seabra, único da formação original, único a insistir em trazer novos músicos e nao terminar com a banda, pra saber porque afinal, continuar com ela, fazer mais um show pra 25 pessoas. Ele riu e respondeu: porque eu to pouco me fudendo para a quantidade de pessoas que curte a banda. Nessa hora eu entendi. Perdedores sao os outros.

Ah, os anos 90…

O Custódio tá morando em Londres e passou um perrengue por causa da tal TV License e, depois de se ver obrigado a pagar o imposto inglês, resolveu entrar numas de “já que estou pagando, vou assistir” e começou a fuçar uns programas da BBC no YouTube – até que, sem querer, descobriu o velho The Word, do começo dos anos 90, que passava sexta tarde da noite no Channel 4 – e as bandas faziam o que dava na telha. Eles separou alguns vídeos, como a primeira vez em que o Nirvana tocou ao vivo na TV…

…o hit único do Daisy Chainsaw (uma favorita pessoal)…

…e essa invasão de palco na apresentação do Rage Against the Machine.

No post que ele escreveu pro site da Reverb ele conta essa história direito e linka ainda mais vídeos, vale colar .

Pastels ao vivo

Bom pra começar o dia. Dica do Custódio.

Quarta indie

Começo o dia com a coletânea que o Zé e o Gordinho (os pilotos da Maldita, no Rio) largaram em CD-R pelo Alley Club, aqui em São Paulo. O Custódio pegou uma delas e linkou no blog dele – e aqui eu relinko.

Maldita Hits

Flaming Lips – “Convinced of the Hex”
Masha Qrella – “Speak Low”
Dodos – “Fables”
It’s a Musical – “All My Hollowness to You”
A Sunny Day in Glasgow – “Asher Grammar/Asher Maths”
Atlas Sound (ft. Panda Bear) – “Walkabout”
Polvo – “Beggars Bowl”
Bill Wells & Maher Shalai Hash Baz – “Rye and Guy”
Pastels & Tenniscoats – “About You”
Yo La Tengo – “If It’s True”
Postmarks – “No One Said This Would Be Easy”
Dreamdate – “How Low Are You?”
Young Accuser – “Black Smoke (No Pope)”
Clientele – “I Wonder Who We Are”
Ingeting – “Halleluja!”
My Bloody Valentine – “Bilinda Song”
Adam Franklin – “Surge”
Hello Seahorse! – “Universo 2”
Girl with a Gun – “In the Sunshine”

Ainda no indiesmo

E por falar no Custódio, é dele a Miguxtape da semana no blog da Dani. E não tinha como fugir de uma indiece master. Mas podem baixar, tá fodona.

Miguxtape #18: Gilberto Custódio

Penelope Houston – “Qualities of Mercy”
Elysian Fields – “Ladu in the Lake”
Throwing Muses – “Hazing”
Ivy – “I Hate December”
Pipas – “Barbapapa”
Kahimi Karie – “What Are You Wearing?”
Stars – “My Favorite Book”
10,000 Maniacs – “Candy Everybody Wants”
Au Pairs – “Set Up”
Miaow – “When It All Comes Down (Catechism)”
Saint Etienne – “People Get Real”