Games retrô

, por Alexandre Matias

Estou colaborando com outros cadernos do Estadão, onde trabalho. Sempre que me pedem, arrumo um texto sobre o universo do Link para outros cadernos – e vou, como faço com meus textos no Link, republicando por aqui. Quem chamou desta vez foi o caderno Metrópole, que fez uma matéria sobre revival de games. A minha análise segue a seguir:

Games complicados obrigaram os fãs a voltaraopassado

Aos 40 anos de idade, o cinema começava a ser uma indústria. O som gravado, também. Os games, no entanto, não levaram tanto tempo.Entre a criação do primeiro videogame (Spacewar!, em1961) e a comercialização do primeiro jogo (Pong, em 1972) passaram-se apenas 11 anos. E, em menos de 10 anos, o Atari transformava os games primeiro numa novidade, depois numa febre e, finalmente, numa indústria.

Esse mercado seguiu crescendo de forma assustadora. Na década seguinte, os jogos ganharam imagens e narrativas complexas e deixavam de ser simples e intuitivos.

Com isso, a indústria criou um fã de games xiita e intransigente, que carregava todo o estereótipo negativo do termo “nerd” – antissocial, passivo, sem amigos. E, sem querer, abandonou o público que não queria aprender golpes complicados nem ver monstros em altíssimas definição – só queria se divertir com um controle na mão.

E foi esse público que começou a resgatar os antigos jogos, graças a programas chamados “emuladores” – que, como o nome entrega, recriavam os ambientes digitais frequentados por quem era criança ou adolescente nos anos 80. Enquanto o mercado apostava na sofisticação e na dificuldade, os próprios fãs de games voltaram à simplicidade lúdica de jogos como Pac-Man, Tetris, Prince of Persia, Zelda e Super Mario por conta própria.

E assim anteciparam a grande revolução dos games da primeira década do século 21, que foi o resgate do videogame como mera diversão – tendência que começou com o Wii da Nintendo, passou pelos jogos causais lançados para celular e culminou com a chegada dos games sociais em sites como Facebook. Videogame, afinal, é só uma brincadeira.

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