Galileu – Junho de 2013

, por Alexandre Matias

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A edição deste mês da Galileu lista as dez inovações que o Instituto de Tecnologia de Massachussets, o MIT, aposta que sairão dos laboratório rumo a rotina das pessoas. Há serviços e novidades que já estão nas prateleiras, mas algumas – como o chip que pode permitir recuperar a capacidade de memorização que destacamos na capa – têm 2013 como um ano decisivo para sua popularização. A capa ainda traz uma matéria sobre a importância do MIT assinada pelo Tiago Doria. Além da matéria de capa, ainda temos um dossiê sobre o que são smart cities e como podemos mudar nossas metrópoles hoje para melhorar a qualidade de vida no futuro, uma matéria sobre pessoas que não sentem medo por problemas no cérebro, a farmácia de remédios brasileira, a resistência da internet discada no Brasil, uma entrevista que fiz com o porta-voz do PirateBay, que vem ao Brasil no mês que vem, um ranking de consumo de remédios no mundo, o novo disco do Daft Punk pela Gaía Passarelli e as pinturas na água da canadense Corrie White. Abaixo, a apresentação da edição que faço todo mês no início da revista, que já está nas bancas.

Não-ficção

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TRAFICANTE DE MEMÓRIAS: No filme Johnny Mnemonic, o personagem de Keanu Reeves cedia parte do cérebro para guardar segredos industriais

O chip na capa desta edição não será plugado em quem tiver lesões cerebrais que impedem a formação de lembranças a longo prazo. A ilustração é uma versão do dispositivo que foi conectado ao cérebro de cobaias em testes que provaram que é possível ligar o corpo à máquina. As experiências com humanos devem começar ainda este ano e, se forem bem-sucedidas, podem se tornar realidade em breve. Theodore W. Berger, da Universidade do Sul da Califórnia, não esperava ver o fruto de mais de três décadas de estudos funcionando, mas depois dos avanços neste século, ele está mais otimista.

O implante de memória é uma das tecnologias escolhidas na última edição da revista Technology Review, publicada pelo MIT, como um dos principais avanços científicos que veremos em 2013. A publicação seleciona anualmente 10 rupturas técnicas que estão saindo do laboratório rumo à realidade. O implante de Berger é, entre os itens deste ano, uma das que mais deve levar tempo para chegar às ruas para entrar em nossa rotina — ele fala em dois anos até que as aplicações médicas aconteçam de fato. Mas outras, como o relógio de pulso que conversa com o telefone celular, o robô-operário que interage com outros humanos e o sequenciamento de DNA de fetos, por exemplo, já são realidade e estão ao alcance de quem pode pagar por elas.

Tudo bem que ainda há muito chão pela frente para chegarmos a algo próximo do que William Gibson previu quando escreveu Johnny Mnemonic, conto que virou filme em 1995 com Keanu Reeves, em que um “traficante de memórias” cedia parte de seu cérebro para armazenar segredos industriais — se é que um dia chegaremos perto disso. Mas é fato que o século 21 vem nos apresentando, exponencialmente, novidades que antes pareciam fantasia, mas que graças a cientistas espalhados pelo planeta estão se materializando na vida real. O exemplo mais óbvio talvez seja a internet. Da mesma forma que, há 20 anos, nem sonhávamos com o que hoje fazemos rotineiramente, avanços científicos irão moldar o futuro de tal forma que aos poucos nos sentiremos vivendo num conto de ficção científica — que não será mais ficção.

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Falha minha: na Carta ao Leitor passada, citei o livro Abundance: The Future IsBetterThanYouThink, de Steven Kotler e Peter H. Diamandis e disse que ele não havia sido publicado no Brasil. Mas a editora HSM me corrige e diz que lançou o livro por aqui como Abundância — O Futuro É Melhor do que Você Imagina. Feita a correção, refaço a indicação: leia. Vamos lá!

matias-por-luis-douradoAlexandre Matias
Diretor de Redação
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