Galileu – Agosto de 2013

, por Alexandre Matias

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A edição de agosto da revista Galileu é também a que comemoramos o 22° aniversário da publicação – e ela começa a apresentar uma série de novidades que acompanham a data, como a estréia das colunas de Diogo Rodriguez (Sem Dúvida) e Carlos Orsi (Olhar Cético) e da seção Agenda, editada pela Tati – que eu trouxe do Estadão para assumir o cargo de editora do site da Galileu. A revista traz na capa uma matéria do Rafael Tonon sobre consciência e direitos dos animais, um debate cada vez mais presente em nosso dia-a-dia. Ainda temos matérias sobre a legislação digital no Brasil, como o Marco Civil da Internet se arrasta em trâmites burocráticos e a relação disso tudo com o escândalo revelado por Edward Snowden, esta também escrita pela Tati; uma reportagem sobre a única Copa do Mundo cancelada da história (e a relação deste caso com a Copa no Brasil no ano que vem); outra sobre os 10 anos da explosão da base espacial de Alcântara; uma entrevista que o Tiago Mali fez com o António Damásio sobre cérebro, sentimentos e emoções; outra que eu fiz com o James Gleick, sobe o volume de informação que nos assola e seu livro mais recente; uma matéria sobre os problemas em dormir aos poucos; um artigo sobre como o bullying entre irmãos é pior do que aquele entre colegas de escola; o escritor que criou um método coletivo de escrever livros que o levou ao posto de escritor mais rico dos Estados Unidos; as confissões de uma sociopata; como grandes pastos salvarão o planeta; uma organização que faz pornografia para melhorar o meio ambiente; babás de cachorros; a rotina de um “papirologista”; juízes artificiais; a saúde do jovem brasileiro em números e a diferença entre gripe e resfriado. A revista está excelente, à altura de seu legado, como explico na carta ao leitor deste mês.

22 anos: um legado

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GALILEUS: Nestes 22 anos a revista tratou de assuntos diferentes (afinal, tudo pode ser abordado pela ciência), sem perder a seriedade e o compromisso com o bom jornalismo

Em agosto de 1991, morava com meus pais em Brasília e cogitava por alto a possibilidade de ser jornalista, ainda no segundo grau. Em setembro de 1998, já morava em Campinas e trabalhava na redação de um jornal. Em agosto de 2013, já tenho mais tempo morando em São Paulo do que na minha cidade, quase 20 anos de profissão e passagem por cinco redações diferentes. Mas o que une estes meses não tem nada a ver com a minha biografia, e sim com a da GALILEU. Em agosto de 1991 era lançada a revista Globo Ciência, que, em setembro de 1998, se transformaria na GALILEU para, agora, em agosto de 2013, completar 22 anos.

Assumi a direção da revista no final de 2012 ciente dos desafios do novo cargo e da necessidade de expandir os horizontes do título. Mas sempre soube da importância da revista, que mantém um legado incomensurável.

Tenho esta consciência e espero estar fazendo boas contribuições para esta história. Afinal, estes 22 anos viram centenas de colaboradores passarem por estas páginas: jornalistas, repórteres, editores, designers, ilustradores, fotógrafos e infografistas (além de inúmeros convidados) que ajudaram a erguer a reputação da revista mais séria do Brasil quando o assunto é ciência, tecnologia, cultura e comportamento.

Nosso compromisso é com a apuração, com a seriedade na abordagem, o tom sóbrio que não perde a leveza. Repare: o humor da revista não apela, não forçamos títulos para ser engraçadinhos nem tratamos o público feito adolescente — mesmo os adolescentes que nos leem. É uma revista que prima pelo apuro visual e unidade gráfica, que trata de assuntos complexos com clareza e respeita a inteligência do leitor.

São também valores do bom jornalismo, mas nem todas as publicações nesta área prezam por isso. Seria muito fácil, por exemplo, colocar um cachorro fofinho na capa desta edição. Mas falamos de consciência animal e ciência — e no lugar do cachorro, veio a mosca, posando como o Pensador de Rodin. Afinal, como você verá na matéria do repórter Rafael Tonon, as moscas também se concentram.

Nesta edição, começamos uma mudança um pouco mais drástica em relação a que assistimos desde que assumi a direção da revista. Temos duas novas colunas (Olhar Cético e Sem Dúvida, esta última ressuscitada — sua versão original existe desde a primeira Globo Ciência) e a seção Agenda, que trazem os assuntos da revista para o dia a dia do leitor. Outras novidades virão nos próximos meses. Vamos lá!

matias-por-luis-douradoAlexandre Matias
Diretor de Redação
matias@edglobo.com.br

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