Um novo Futurama

Não sei o que é mais impressionante: o fato de ninguém ter notado o quanto Futurama fez falta nos últimos dez anos ou que o segundo desenho animado mais conhecido de Matt Groening estar voltando ao ar como se nada tivesse acontecido. O serviço de streaming Hulu encomendou 20 novos episódios da série estrelada por Fry, Bender e Leela no início do ano e acabou de liberar o trailer da nova – a décima primeira – temporada do desenho, que estreia no próximo dia 24 e terá dez episódios, o que nos faz supor que a décima segunda temporada já está sendo produzida. O desenho estreou em 1999 e é uma extensa e hilária crítica à ideia de que o futuro é brilhante e que a tecnologia é nossa redentora. Pelo trailer, o desenho parece querer tirar o atraso dos anos sem o seriado com piadas sobre temas já manjados como criptomoedas e testes de covid, mas só o fato de termos seus episódios de volta nos faz dar um desconto para que seu universo em suspensão possa voltar a se realinhar com o nosso. Mesmo sem a popularidade dos Simpsons, a obra mais conhecida de seu criador, Futurama é mais complexo e certeiro que o seriado da família amarela (“não é ficção”, brincam seus autores desde o primeiro episódio, quando levam um jovem do final do século 20 para o ano 3000) e sua volta deve ser celebrada, abrindo uma nesga de esperança que o mundo possa voltar aos trilhos que parecem ter evaporado a partir de 2013.

Assista ao trailer abaixo:  

Futurama em carne e osso

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Um filme feito por um fã traz os personagens de Matt Groening para a vida real – e sem computação gráfica! Falei sobre Fan-o-rama lá no meu blog no UOL.

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O futuro de acordo com os filmes de ficção científica

Clica na imagem que ela fica maior, mas cuidado que tem spoilers.

É do Tremulant Design, mas quem deu a dica foi o Danilo.

Propaganda no sonho

Quando linkei o trailer do filme novo de Morgan Spurlock, um documentário sobre publicidade subliminar no entretenimento, terminei o post comentando o trecho final do trailer, em que o político norte-americano Ralph Nader comenta que o único lugar ainda imune à propaganda sejam os sonhos. E não lembrava de ter conversado sobre isso com alguém, até que o Ronaldo me lembrou que foi em uma conversa que ele voltou para um episódio de Futurama, me linkando um post velho do Merigo sobre a passagem:

Se você tem medo da propaganda hoje e as vezes se sente incomodado com tamanha invasão na sua vida, espere só para ver como vai ser no futuro: publicidade veiculada dentro dos seus sonhos!

Fry não se conforma, e diz que no seu tempo (1999) a propaganda só existia “na TV, no rádio…e nas revistas e nos filmes, e nos jogos de futebol, e nos ônibus, e nas caixinhas de leite, e em camisetas, e nas bananas, e escritas no céu…mas não nos sonhos. Não senhor.”

O melhor vem depois, quando Bender diz para o Fry parar de reclamar, porque os comerciais não te obrigam a comprar nada, e Amy diz que ninguém sai correndo para comprar só porque dizem que os preços estão baixos, muito baixos.

Ronaldo ainda emendava que ao sonharmos que vamos para espaços (teatros, cinemas, casas noturnas) batizados com nomes de marcas, esta barreira já foi vencida. E aposto que tem muita gente que sonha com Google, Facebook, Twitter, MSN…

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