O primeiro disco solo do vocalista do Mombojó, Felipe S., chega às plataformas digitais na semana que vem e ele antecipa em primeira mão para o Trabalho Sujo sua faixa de abertura, a tensa canção de protesto “Anedota Yanomâmi”. “Comecei a fazer a Anedota em 2013, durante as manifestações”, explica o vocalista, que produziu todo o disco. “Nasceu de más lembranças, de ver um amigo sendo agredido por um branco careca enrolado numa bandeira do Brasil. Em 2015 o disco Mulher do Fim do Mundo, da Elza Soares, me marcou bastante e me fazia refletir sobre essa composição ainda não finalizada. E também me lembro de finalizar a letra logo depois do acidente de Mariana no fim de 2015. Tudo isso envolvido por uma sensação de que nós seres humanos não sabemos viver juntos e que a ganância está em alta, vindo numa nuvem reacionária que toma o mundo. É como se eu estivesse num sonho e um índio estivesse tentando me explicar a desilusão de quem mata ou rouba nesse nosso mundo opressor, mas numa lingua que eu não compreendesse. O filme O Abraço da Serpente” foi também uma grande inspiração pra essa música. E tô com os índios na filosofia de que a natureza é a nossa dona e não nós os donos dela.”
Cabeça de Felipe é o nome do primeiro disco solo de Felipe S., vocalista do Mombojó, que inaugura 2017 com o novo trabalho. O título do disco é o nome da tela do pai do cantor e compositor, o artista plástico pernambucano Maurício Silva. que o vocalista desenterrou do acervo familiar em busca de um título para seu primeiro disco. À procura de uma obra que tinha sua mão impressa na tela quando ainda era menino, deparou-se com o quadro Cabeça de Felipe e “o nome do quadro virou o nome do disco e a obra virou a capa”, explica. O disco, produzido pelo próprio Felipe e gravado em casa, será lançado no início de 2017 e tem participações de nomes como China, Vitor Araújo, Alessandra Leão, Tibério Azul, Leo Cavalcanti, entre outros. São dez músicas inéditas, além da regravação de “Vão“, de Juliano Holanda.