Emicida falando sobre abismo social e racismo no Faustão

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Emicida aproveitou mais uma oportunidade para fazer história durante a quarentena, usando o coronavírus como deixa para escancarar problemas essencialmente brasileiros (como já tinha feito quando fez um show de mais de oito horas transmitido pela internet). E, neste domingo, ao ser convidado para participar do programa de Fausto Silva na Rede Globo, aproveitou para falar sobre o paradoxo entre o abismo social que sempre rasgou o Brasil ao meio e a pandemia que assola o planeta.

“As mudanças que a gente precisa não estão ligadas ao coronavírus. A pandemia não é uma escolinha onde a gente está aqui parado aprendendo sobre a situação e como a gente é humano e precisa ajudar todos os outros seres humanos. Muito pelo contrário. O que eu acredito que a gente está vivendo é um paradoxo muito triste. Por um lado a gente enfrenta um vírus que se espalha muito rápido, mas não tem uma letalidade tão grande. O que é extremamente letal são os abismos sociais que a nossa sociedade produziu e finge que não existem. Todas as pessoas estão sujeitas a se contaminar, mas nem todas as pessoas podem se tratar após se contaminar. Temos uma situação muito emblemática no Brasil que a primeira vítima do coronavírus é uma empregada doméstica que pegou o vírus de sua patroa, aparentemente. Isso é muito simbólico. As pessoas pobres se contaminam mais, tem menos condições de se cuidar e essa letalidade é amplificada não pelo vírus, mas pelos abismos sociais.”

Muito bom, assista ao vídeo:

Legião Urbana no Perdidos na Noite

Outras jóias desencavadas pelo site oficial da banda no YouTube: as aparições do grupo no Perdidos na Noite, apresentado por Fausto Silva, que era uma espécie de CQC e Pânico de sua época, só que com música.

Poizé: o Faustão já foi legal.