Sexta-feira 13 no Centro da Terra não poderia ter menos que isso, quando os Vermes do Limbo lançam seu novo disco, O Sol Mais Escuro, tocando ao lado do Negro Leo, da Carla e da Paula do Rakta, da Taciana Barros e do Edgar Scandurra num encontro que promete causar geral. É a primeira noite de sexta da minha curadoria no pequeno grande palco do Sumaré e a noite não poderia ser menos atordoante que isso. Mais informações sobre a apresentação aqui.
É com imensa satisfação que anuncio os donos das temporadas no Centro da Terra neste primeiro semestre de 2018: em março temos a querida Bárbara Eugenia às segundas e o grande MdM Duo dos irmãos Fernando e Mario Cappi, guitarristas do Hurtmold; em abril às segundas temos o sagaz Rico Dalasam e às terças e a forte Luedji Luna; em maio as segundas são do mestre Edgar Scandurra e as terças do voraz Guizado; em junho as segundas são da deusa Cida Moreira e as terças dos ótimos Garotas Suecas e julho tem o sensacional Vitor Araújo nas segundas e o CORTE de Alzira Espindola nas terças. O Pedro Antunes conta mais em seu blog no Estadão.
Em seu novo show, dirigido por Edgar Scandurra, a cantora Fafá de Belém resolveu encarar um repertório rock – e assim ela encarou um hit de Marina (“Fullgás”), uma desconhecida do Legião (“L’Avventura”), uma da Pitty, outra da Plebe Rude, Polnareff e Taiguara. Mas nenhum momento é tão arrebatador quanto a versão dela para o clássico prog “Hocus Pocus”, do grupo alemãoholandês Focus.
Além de Scandurra, a banda ainda conta com a cozinha dos irmãos Busic (Andria no baixo e Ivan na bateria), a mesma do Dr. Sin. Abaixo, mais versões do show que aconteceu no Teatro de Câmara da Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, na terça passada:
O terceiro disco de Karina Buhr – batizado de Selvática – já está gravado e abriu a pré-venda, com direito a recompensas pra quem pagar mais. O disco conta com onze faixas novas da cantora, gravadas com Bruno Buarque na bateria, Mau no baixo, Fernando Catatau e Edgar Scandurra nas guitarras, André Lima nos teclados e participações de Guizado, Laura Lavieri e Elke Maravilha. Quem se interessar pode ver como antecipar a compra do disco aqui.
Tudo bem que vai ter Caetano Veloso, um arraiá pra Inezita Barroso (isso vai ser épico), um palco de Jovem Guarda, Fabio Júnior, não sei o que do Alex Atala, mas… como assim vai ter Faust na Virada Cultural e ninguém comentou nada?
O Faust é uma das bandas mais importantes do rock alemão dos anos 70 e há quem os considere o principal nome da cena que comumente conhecemos por krautrock (rótulo tirado de uma canção do grupo, diga-se). Particularmente acho o Can e o Kraftwerk mais importantes, mas há um ponto a ser levado em consideração, pois a banda batizada com o nome do personagem de Goethe realmente extrapolava os limites da música muito mais que os outros dois grupos. Enquanto o Can misturava James Brown, Velvet Underground e free jazz no mesmo improviso e o Kraftwerk reduzia tudo a seu clássico minimalismo eletrônico pré-digital, o Faust explorava as fronteiras do ruído branco, das colagens sonoras, das superposições. Se rotulavam “art-erroristas”.
A formação clássica da banda de Hamburgo contava com Hans Joachim Irmler, Arnulf Meifert, Jean-Hervé Péron, Uwe Nettelbeck, Rudolf Sosna, Werner “Zappi” Diermaier e Gunther Wüsthoff e parte deles, além de músicos de formações posteriores, circulam pelo mundo como Faust, a formação que vem a São Paulo é composta pelo guitarrista Jean-Hervé Péron e pelo baterista Werner “Zappi” Diermaier.
Mas o mais legal é o contexto da apresentação do grupo, que tocará num palco da Estação da Luz dedicado ao experimentalismo e à psicodelia musical. Os trabalhos começam às 18h do sábado, com os curitibanos do Ruído/mm (favoritos por aqui, você sabe), às 20h entra a parceria dos Hurtmold com o Paulo Santos do Uákti, Anvil FX e Modular Dreams chamam Edgar Scandurra e Dino Vicente para uma jam session às 22h e às 2 da madruga o Faust entra em ação, seguido pelos turcos do Insalar às 4h. A manhã de domingo começa com o fulminante Tigre Dente de Sabre às 8h, segue com os goianos suaves do Boogarins às 10h, o grupo paulistano Mawaca às 14h e o incendiário Metá Metá encerrando tudo às 16h.
Pesado. É isso aí, tem que ser assim, palmas pra iniciativa.