O melhor de dois mundos

Que maravilha a apresentação que Paula Tesser fez no Centro da Terra nesta segunda-feira, revisitando suas raízes culturais – Fortaleza e Paris – com uma banda irrepreensível e convidadas de ouro. O espetáculo Alumia foi dirigido por seu compadre Dustan Gallas (vou te chamar, hein!), que assumiu o piano à frente do baixo de Zé Nigro e da bateria de Samuel Fraga e os três passaram o show inteiro esmerilhando entre si, mas sem tirar o foco da estrela da noite, completamente à vontade no palco. E depois de passar por canções francesas, inclusive a fatal “La Chanson de Prévert” de Serge Gainsbourg, e outras de seu primeiro disco, Paula voltou-se para o Ceará ao visitar Fagner (“Cebola Cortada”), Fausto Nilo (“Tudo Blue”) e Amelinha (“Depende”) e ainda chamou duas divas para dividir momentos específicos do show, como quando pôs Kika para enveredar por “Ingazeiras”, faixa de abertura do disco mitológico do Pessoal do Ceará, Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem, que Téti, Ednardo e ‎Rodger Rogério lançaram há 50 anos, ou quando convidou Soledad para dividir a pulsante “Galope Rasante”, de Zé Ramalho. A apresentação já tinha uma carga mágica considerável, que transcendeu quando, acompanhada apenas do trio que reuniu, passeou por “Beira Mar”, numa versão de chorar.

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Assista abaixo:  

Paula Tesser: Alumia

Nesta segunda-feira, quem brilha no palco do Centro da Terra é a cantora Paula Tesser, que aproveita a oportunidade para misturar os sotaques e influências culturais das duas cidades de sua formação: Paris e Fortaleza. Nascida na Cidade-Luz filha de pais brasileiros, ela passou sua vida no Ceará, também conhecido como Terra da Luz, e a junção destas duas raízes fazem nascer Alumia, espetáculo em que ela passeia por um repertório que mistura clássicos franceses e cearenses, além de músicas de seu disco de estreia Valha e do novo trabalho que está em fase de gestação. Ela vem muito bem acompanhada ao reunir uma banda formada por Dustan Gallas (piano), Kika Carvalho (guitarra), Zé Nigro (baixo), Samuel Fraga (bateria), além de luzes da Cris Souto. O espetáculo começa pontualmente às 20h e há ingressos à venda neste link.

Chora, piano

Foi lindo o batismo de fogo de Paola Lappicy no palco do Centro da Terra nesta quarta-feira, em seu primeiro espetáculo autoral, Que Mágoa é Essa Que Me Chama?. Apresentando as músicas que se tornarão seu disco num palco pela primeira vez, ela deixou o lugar de instrumentista e musicista convidada para abrir seu coração com suas próprias músicas – e o resultado foi um show, literalmente, de chorar. Acompanhada de Dustan Gallas, Caio Chiarini, Léo Carvalho, Rogério Roggi e Luciana Rosa (além da participação surpresa e arrebatadora de Raquel Tobias), ela passeou por seu repertório quase todo ancorado na sofrência e na tristeza, com variações do termo “choro”, espalhadas pela noite, e deslizou pelo piano, seu instrumento-natal, mas também foi para o violão, sempre segurando com sua bela voz aquelas canções tão tristes, que ainda foram salpicadas por versões de outros temas de fossa, como a clássica “Espumas ao Vento” e a cortante “Alvejante” que reuniu Priscila Senna e Zé Vaqueiro, para encerrar sua apresentação. Chora, peito.

Assista aqui:  

Paola Lappicy: Que Mágoa é Essa Que Me Chama?

Que satisfação receber nesta quarta-feira, dia 6, no Centro da Terra a cantora, compositora e pianista brasiliense Paola Lappicy às vésperas do lançamento de seu primeiro disco solo. A convidei para apresentar as canções que a transformaram em autora antes que ela definisse como seriam suas versões definitivas ao vivo justamente para experimentá-las neste formato, canções que a acompanham desde a juventude, mas que só após o auge do período pandêmico, ela resolveu colocar para fora, depois de passar anos acompanhando artistas como Fernando Catatau e Bárbara Eugenia. São músicas que falam sobre este período intenso e mórbido que atravessamos muito a partir do ponto de vista do luto, da tragédia e da perda, daí ser batizado de Que Mágoa é Essa Que Me Chama? Junto com ela, Paola reúne uma banda que conta com Dustan Gallas (baixo e piano), Caio Chiarini (violão e guitarra), Rogério Roggi (percussões), Léo Carvalho (bateria) e Luciana Rosa (violoncelo), numa noite que pode verter lágrimas. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados neste link.

15 anos de Tatá Aeroplano: Step Psicodélico

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Começamos com o pop psicodélico sem letras discerníveis do Frito Sampler, passamos pelo encontro intimista ao lado de Bárbara Eugenia e depois fomos à outra galáxia guiado pela pista de dança espacial do Zeroum – e agora é hora de encerrarmos este primeiro mês de emoções ao lado de Tatá Aeroplano com seu disco mais recente ao vivo. O show do Step Psicodélico, que fecha a primeira temporada da minha curadoria no Cetro da Terra, conta com a presença dos mesmos Júnior Boca, Dustan Gallas, DJ Marco e Bruno Buarque que já acompanham Tatá há anos e ferve a segunda-feira com particiapações especiais do Peri Pane, Julia Valiengo e outras surpresas. Conversei com o Tatá sobre o show deste dia 27 e ele ainda fez um balanço do impacto desta temporada em sua carreira. Mais informações sobre o show de hoje (que começa pontualmente às 20h, não se atrase!) neste link. E já já eu digo quem assume o comando do Centro da Terra no mês de abril!

15 anos de Tatá Aeroplano: Como Tatá Aeroplano conheceu Júnior Boca, Dustan Gallas, Bruno Buarque e DJ Marco
https://soundcloud.com/trabalhosujo/15-anos-de-tata-aeroplano-como-tata-conheceu-junior-boca-dustan-gallas-bruno-buarque-e-dj-marco

15 anos de Tatá Aeroplano: Tatá Aeroplano fala sobre experiência de gravar com estes músicos há tanto tempo
https://soundcloud.com/trabalhosujo/15-anos-de-tata-aeroplano-tata-fala-sobre-experiencia-de-gravar-com-estes-musicos-ha-tanto-tempo

15 anos de Tatá Aeroplano: Tatá Aeroplano lembra desde quando ele não toca junto com estes mesmos músicos
https://soundcloud.com/trabalhosujo/15-anos-de-tata-aeroplano-tata-lembra-desde-quando-ele-nao-toca-junto-com-estes-mesmos-musicos

15 anos de Tatá Aeroplano: Tatá Aeroplano fala de um novo disco que ele já tem pronto para gravar com estes músicos
https://soundcloud.com/trabalhosujo/15-anos-de-tata-aeroplano-tata-fala-de-um-novo-disco-que-ele-ja-tem-pronto-para-gravar

15 anos de Tatá Aeroplano: Tatá Aeroplano fala sobre como estão as gravações de seu disco em dueto com Bárbara Eugenia
https://soundcloud.com/trabalhosujo/15-anos-de-tata-aeroplano-tata-fala-sobre-as-gravacoes-de-seu-disco-em-dueto-com-barbara-eugenia

15 anos de Tatá Aeroplano: O que pode-se esperar do último show da temporada no Centro da Terra
https://soundcloud.com/trabalhosujo/15-anos-de-tata-aeroplano-o-que-pode-se-esperar-do-ultimo-show-da-temporada-no-centro-da-terra

15 anos de Tatá Aeroplano: Um balanço sobre a temporada em março de 2017
https://soundcloud.com/trabalhosujo/15-anos-de-tata-aeroplano-um-balanco-sobre-a-temporada-em-marco-de-2017

As 10 músicas mais importantes do indie brasileiro para o Mancha

foradacasinha-2016

Neste domingo acontece a segunda edição do festival Fora da Casinha, que o compadre Mancha Leonel – o Mancha, da Casa do Mancha – levanta na raça e na unha, sem patrocínio e reunindo o filé da produção musical brasileira independente. Na edição do ano passado ele bateu na tecla do indie rock brasileiro, crucial em sua formação e na história da casinha. Na edição 2016, ele aponta para o perfil atual do estabelecimmento e seus passos futuros, incluindo ícones do rock independente nacional e novos sabores da atual cena pop brasileira, reunindo dez apresentações (Hurtmold, Jaloo, Mauricio Pereira, Cidadão Instigado, Anelis Assumpção & Dustan Gallas, Luiza Lian, Kiko Dinucci, Maglore, As Bahias e a Cozinha Mineira, Ventre e Juliana Perdigão) em três palcos a partir das quatro da tarde. Como no ano passado, eu, Luiz e Danilo representamos a SUSSA – Tardes Trabalho Sujo, tocando apenas música independente brasileira na área comum, que conta com área de alimentação, feirinha de publicações independentes, lançamento do livro Cena Musical Paulistana dos Anos 2010, do Thiago Galletta, e exibição do documentário Música ao Lado” sobre as pequenas casas de shows em São Paulo. O evento acontece na Unibes Cultural, do lado do metrô Sumaré (mais informações aqui), e eu pedi pro Mancha escolher as dez músicas do indie brasileiro que foram mais importante em sua formação. Sugiro dar play no vídeo e abaixar o volume para ouvir a música comentada ao fundo da explicação da escolha para cada faixa.

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Bonifrate – “Cantiga da Fumaça”

Pullovers – “Tudo Que Eu Sempre Sonhei”

PELVs – “Even if the sun goes down”

Astromato – “No Macio, No Gostoso”

Bazar Pamplona- “Faixa Bônus”

Thee Butchers Orchestra – “Sugar”

Motormama – “Coração Hardcore”

Wado e o Realismo Fantastico – “Tormenta”

Apanhador Só – “Não Se Precipite”

Superguidis – “Malevolosidade”

Caravana Sereia Bloom Remix

ceu

E o disco da Céu no ano passado começa a ser submetido à etapa do remix, começando com retrabalhos assinados por Pupilo e por Dustan Gallás. Ouve só:

Outros vêm aí!

Júpiter Maçã – “Modern Kid”

Flavio Basso aos poucos sai da gaiola. Depois de um disco catártico de exposição mínima (Bitter, composto e gravado com a parceira Bibmo) e um álbum lançado três anos depois de ter sido gravado (Uma Tarde na Fruteira), ele chegou a flertar com a MTV, mas logo vai deixando sua recente trip retrô em segundo plano, abraçando de novo a contemporaneidade pop. O primeiro fruto dessa nova fase é a canção “Modern Kid”, que mexe nos gens britpop de Júpiter e faz baixar um Jarvis Cocker mod no gaúcho, que agora conta com os teclados do Astronauta Pingüim, o baixo de Thunderbird e guitarra de Dustan Gallás. O Thunder o entrevistou em seu programa na rádio online do Centro Cultural São Paulo, quando ele deu uma geral em sua carreira e falou um pouco sobre a nova fase. Bem bom.


Júpiter Maçã – “Modern Kid