On the run #174: Chemical Brothers – Radio Chemical – Episode 1: Dub Mix

E esse mix de dub que os Chemical Brothers fizeram no mês passado. Eles fizeram uma parceria com a rádio Sonos, serviço de streaming da marca que fabrica amplificadores, e começaram sua Radio Chemical dissecando esta técnica jamaicana que inventou o conceito de remix entre os anos 60 e os anos 70, ampliando ainda mais o conceito de psicodelia, enfileirando papas da criação como King Tubby, Sly & Robbie, Dennis Bovell e Augustus Pablo com bambas deste século como Culture e Scientist – e muito mais…

Saca só.  

Mezzanine dub version

mezzanine

E se eu te dissesse que, além de relançar seu terceiro disco, Mezzanine, em vinil, o Massive Attack deve também desenterrar o remix da íntegra do álbum feito pelo Mad Professor à época do lançamento. O papa do dub já havia desconstruído o segundo disco da banda – Protection – através das vibrações em câmera lenta vindas da Jamaica (no excelente No Protection, que por vezes ultrapassa o original). A versão dub de Mezzanine foi redescoberta por Robert Del Naja, o 3D, enquanto ele pesquisava para seu livro 3D and the Art of Massive Attack, ele esbarrou com o trabalho inteirinho feito em 1998 – e arquivado. “Nós nunca fizemos nada com ele”, disse em entrevista à Clash Music, “é bem divertido! Mas esteve parado ali por 15 anos. Doido”. O remix dub que ele lançou para o single “Teardrop” do mesmo disco dá bem a medida do que pode vir…

Quando o Trabalho Sujo era uma central de caderno de jornal

Não resisti e resgatei umas edições velhas do Trabalho Sujo impresso, tirei umas fotos e redimensionei pra colocar aqui no site. As fotos estão com cores diferentes não por conta da idade do papel, mas porque parte delas eu fiz de dia (as mais brancas) e a outra de noite (as amareladas). Dá uma sacada como era…


Nesta edição, dois segundos discos: o do Planet Hemp e o do Supergrass.


Nesta eu falei do Panthalassa, disco de remix que o Bill Laswell fez com a obra de Miles Davis, o segundo disco do Garbage, entrevista com Virgulóides, disco de caridade organizado pelo Neil Young e uma explicação sobre um novo gênero chamado… big beat.


Entrevistei os três integrantes do Fellini (Jair, Thomas e Cadão) para contar a história da banda, numa época em que eles nem pensavam em voltar de verdade (depois disso, eles já voltaram e terminaram a bandas umas três vezes). Também tem a história do Black Sabbath, uma entrevista que eu fiz com o Afrika Bambaataa e o comentário sobre a demo de uma banda nova que tinha surgido no Rio, chamada Autoramas.


Disco de remix do Blur, disco póstumo do 2Pac, Curve e entrevista com Paula Toller.


Discos novos da Björk, dos Stones, do Faith No More e do Brian Eno.


Discos novos do Wilco (Summerteeth), Mestre Ambrósio, coletâneas de música eletrônica (da Ninja Tune, da Wall of Sound – só… big beat – e de disco music francesa), resenha da demo da banda campineira Astromato e entrevista com o Rumbora.


Resenha do Fantasma, do Cornelius, do Long Beach Dub All-Stars (o resto do Sublime), do Ringo e do show dos Smashing Pumpkins em São Paulo, com a entrevista que fiz com a D’Arcy.


Vanishing Point do Primal Scream, disco-tributo ao Keroauc, Coolio e a separação dos irmãos da Cavalera.


Reedição do Loaded do Velvet Underground, Being There do Wilco e o show em tributo á causa tibetana.


Especial Bob Dylan, sobre a fase elétrica do sujeito no meio dos anos 60, com direito à entrevista com o Dylan na época, que consegui através da gravadora e um texto de Marcelo Nova escrito especialmente para o Sujo: Quem é Bob Dylan?


30 anos de Sgt. Pepper’s e o boato da morte de Paul McCartney.


Terror Twilight do Pavement, Wiseguys (big beat!), o disco de dub do Cidade Negra (sério, rolou isso), a demo do 4-Track Valsa (da Cecilia Giannetti) e entrevista com o Rodrigo do Grenade.


Pulp, Nação Zumbi, Ian Brown e Seahorses, uma coletânea de clipes ingleses e entrevista com Roger Eno, irmão do Brian.


30 anos de Álbum Branco, show do Man or Astroman? no Brasil, primeiro disco do Asian Dub Foundation, entrevista com a Isabel do Drugstore e demo do Crush Hi-Fi, de Piracicaba.


Os melhores discos de 1997: 1 – OK Computer, 2 – Vanishing Point, 3 – When I Was Born for the 7th Time, 4 – Homogenic, 5 – O Dia em que Faremos Contato, 6 – Dig Your Own Hole, 7 – Sobrevivendo no Inferno, 8 – I Can Hear the Heart Beating as One, 9 – Dig Me Out, 10 – Brighten the Corners… e por aí seguia.


20 anos de Paul’s Boutique, do Beastie Boys, disco do Moby, demo do Gasolines e entrevista com Humberto Gessinger.


Rancid, Superchunk e entrevista com o Mac McCaughan (do Superchunk), Deftones e Farofa Carioca (a banda do Seu Jorge).


Simpsons lançando disco e a lista dos 50 melhores do pop segundo Matt Groening, segundo disco do Dr. Dre, entrevista com Júpiter Maçã que então lançava seu primeiro disco.


A coletânea Nuggets virou uma caixa da Rhino, a cena hip hop brasileira depois de Sobrevivendo no Inferno, disco dos Walverdes e entrevista com Henry Rollins.


Sleater-Kinney, Fun Lovin’ Criminals, Little Quail, demo do MQN e entrevista com o Mark Jones, da gravadora Wall of Sound (o lar do… big beat).


25 anos de Berlin do Lou Reed, disco novo do Pin Ups, disco do Money Mark e entrevista com Chuck D, que estava lançando um livro na época.


Especial soul: a história da Motown e da Stax (lembre-se que não existia Wikipedia na época) e caixas de CDs do Al Green e da Aretha Franklin.


Retrospectiva 1998: comemorando um ano que trouxe artistas novos para a década…


…e os melhores discos de 1998: 1 – Hello Nasty, 2 – Mezzanine, 3 – Fantasma, 4 – Jurassic 5 EP, 5 – Carnaval na Obra, 6 – Deserter’s Songs, 7 – This is Hardcore, 8 – Mutations, 9 – The Miseducation of Lauryn Hill, 10 – Samba pra Burro. Em minha defesa: só fui ouvir o In the Aeroplane Over the Sea em 1999. Não tente entender visualmente, era um método muito complexo de classificação dos discos, um dia eu escaneio e mostro direito.


Beastie Boys, Scott Weiland e Boi Mamão.


A história do Kraftwerk (que vinha fazer seu primeiro show no Brasil), o acústico dos Titãs, Propellerheads (big beat!) e entrevista com Ian Brown.


Segundo disco do Black Grape, coletânea de 10 anos da Matador e entrevista com o dono da gravadora, Gerard Cosloy.


A carreira de Yoko Ono, disco novo do Ween, coletânea de Bauhaus, John Mayall e Steve Ray Vaughan e a trilha sonora de O Santo (cheia de… big beat).


Stereolab, Racionais, Metallica e 3rd Eye Blind (?!).


Disco de remixes do Primal Scream, caixa do Jam, entrevista com DJ Hum, Sugar Ray e disco solo do James Iha.


Cornershop, show à causa tibetana vira disco, Bob Dylan, Jane’s Addiction, Verve e entrevista com Lenine.


Disco de remixes do Cornelius, Sebadoh, Los Djangos, Silver Jews, entrevista com o Lariú e demo do Los Hermanos.


Disco de remixes da Björk e o novo do Guided by Voices.


Disco novo do Sonic Youth, reedição dos discos do Pussy Galore e entrevista com Edgard Scandurra.


Cobertura dos shows do Superchunk no Brasil, Pólux (a banda que reunia a Bianca ex-Leela que hoje é do Brollies & Apples e a Maryeva Madame Mim), Prince e Maxwell, coletânea da Atlantic e entrevista com os Ostras.


…e na cobertura dos shows do Superchunk eu ainda consegui que a banda segurasse o nome do Trabalho Sujo para servir de logo na página.

Editei o Sujo impresso entre 1995 e 2000. Durante esse período, ele teve vários formatos. Começou como uma coluna na contracapa do caderno de cultura de segunda e em 1996 virou uma coluna bissemanal ocupando 1/6 da página 2 do mesmo caderno. No mesmo ano, voltou a ter uma página inteira, nas edições de sábado e entre 1997 e 1999 ocupou a central do caderno de domingo. Neste último ano, voltou a ter apenas uma página, nas edições de sábado. Na época em que eu fazia o Sujo impresso, eu era editor de arte do Diário do Povo e, por este motivo, participei da criação do site do jornal em 1996 – e garanti que o Sujo tivesse uma versão online desde seu segundo ano. Foi o suficiente para que ele começasse a ser lido fora de Campinas (onde já tinha um pequeno séquito de leitores, que compravam o Diário apenas para ler a coluna) e ganhasse algum princípio de moral online, que carrego até hoje.

Na época, eu dividia o gostinho de fazer a coluna com dois outros compadres – o Serjão, que era editor de fotografia do jornal e que hoje está no Agora SP, e o Roni, um dos melhores ilustradores que conheço. Os dois são amigos com quem lamento não manter contato firme, mas são daquelas pessoas que, se encontro amanhã, parece que não vi desde ontem. Juntos, éramos uma minirredação dentro da redação – tínhamos reunião de pauta, discussões sobre o layout da página e trocávamos comentários sobre os discos que eu trazia para resenhar. No fim, eu fazia tudo sozinho na página (como faço até hoje), da decisão sobre o que entra ao texto, passando pela diagramação. Sérgio e Roni entravam com fotos e ilustras, mas, principalmente, com o feedback pra eu saber se não estava viajando demais ou de menos. Nós também começamos a discotecar juntos, mais um quarto compadre, o William, e, em 97, inauguramos o Quarteto Funkástico apenas para tocar black music e groovezeiras ilimitadas, em CD ou em vinil. Não era só eu quem escrevia no Sujo (eu sempre convidava conhecidos, amigos e alguns figurões), mas Roni e Serjão, por menos que tenham escrito, fizeram muito mais parte dessa história do que qualquer um que tenha escrito algo com mais de cinco palavras.

No ano 2000 eu fui chamado pelo editor-chefe do jornal concorrente, o Correio Popular, maior jornal de Campinas, para editar seu caderno de cultura, o Caderno C, cargo que ocupei durante um ano, antes de me mudar para São Paulo. Neste ano, para evitar confusões entre os dois jornais sobre quem era o dono da coluna (e não correr o risco de assistir a alguém depredar o nome que criei no jornal que comecei a trabalhar), decidi tirar o Sujo do papel e deixá-lo apenas online. Criei minha página no Geocities para despejar os textos que publicava em outra coluna dominical, no novo jornal, chamada Termômetro. Mas, online, seguia o Trabalho Sujo -até que, do Geocities fui para o Gardenal, e isso é ooooutra história.

Um dia eu organizo tudo bonitinho, isso é só pra fazer uma graça – e matar a minha saudade.

Walverdes Dub

E por falar no Mini, vale linkar a demo Demasiada Seqüela, em que os Walverdes (a banda dele, pra quem ainda não sabe) gravaram em 2002 – e que foi posta para download há pouco pelo ótimo Hominis Canidae. Baixa .

Mos Dub

O título já entrega tudo: bases reggae para Mos Def cantar. E é uma invenção do mesmo Max Tannone que colocou aquele Jaydiohead no ar. Mas esse ficou melhor, saca só.


Max Tannone – “Ms. Vampire Booty

Dubzêra matinal

Começando a manhã em câmera lenta, num ritual que envolve espantar o frio e trazer o sol, pelo menos pra dentro da cabeça. Pra isso, conjurei ninguém menos que Bob Marley, que vem instrumental e espacial numa versão dub de seu maior disco, Exodus. Nas mãos de um produtor jamaicano chamado Chalawa, Exodus Dub faz com que o “movement of Jah people” caminhe anos-luzes sem necessariamente ter que mover um dedo. Cascudo.


Chalawa – “Natural Mystic


Chalawa – “Exodus


Chalawa – “Jamming

Still dub…

Aproveitando o clima e a névoa, segue uma dica do Mumu: You and Me on a Jamboree, blog brasileiro dedicado à sonoridade da ilha que produz a música caribenha mais popular do planeta. Surrupiei esse Star Wars Dub só pela curiosidade mesmo – aproveitando a moda lançada pelo filme de George Lucas, Phil Pratt nem pensou duas vezes e lançou ele mesmo sua própria versão dub para a saga de Luke Skywalker. Mas o único parentesco com a história dos Jedi é o título e a capa – o que se ouve é dub cascagrossa, repetitivo e viajandão. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário.


Phil Pratt – “Star Wars

Ainda em câmera lenta…

Percebendo a tendência ao efeito especial desta segunda-feira, o Cristiano, do Baile Curinga, me linkou seu Yakissoba da semana passada – pra quem não acompanha, Yakissoba é a seção de mixtapes do site da festa carioca -, um setzinho de dub classudo, assinado pelo Gianluigi Ciminelli, do coletivo GangaDub All Stars. Na mistura, clássicos da arqueologia tradicional jamaicana se encontram com novos discípulos barra pesada. Coisa fina.

Yakisoba # 10 – “Strictly Rub-A-Dub” (MP3)

Dub Specialist – “Banana Walk”
Tommy McCook and The Upsetters – “Rude Walking”
In Crowd – “Mango Walk”
The Circles – “Mammy Blue”
Bob Andy & Mad Professor – “You Know It Dub”
Rockers All-stars – “Clean Sweep”
Junior Murvin – “Police and Thieves”
Ethiopians & Gladiators – “Prepared Dub”
King Tubby – “African Roots”
Scientist – “Invaders”
King Jammy meets Dry & Heavy – “Radical Dubber”
Augustus Pablo – “Ark Dub”

Dub oral

Se liga nesse beatbox:

Incrível.

Sgt. Pepper’s in dub

Depois de jogar o Dark Side of the Moon e o OK Computer na terra dos baixos pesados, ecos de percussão e névoa branca do dub, é a vez do Easy Star All-Stars se dedicarem a verter o disco clássico dos Beatles para estas paragens. À primeira audição, Easy Star All-Stars – Easy Stars Lonely Hearts Dub Band é OK, mas piora bem quando lembramos que isso é uma fórmula. Vários outros hits online também são, mas compare o trabalho que o Inri Christo tem pra fazer paródias cantadas por suas discípulas ou o de internautas anônimos ao regravar uma música transformando sua letra de forma a fazer paródia do clipe com o de produzir um disco inteiro… Tá na hora dos caras repensarem sua idéia, senão, em vez de soarem repetitivos, vão simplesmente ser esquecidos. Fora que, aqui pensando, que outro álbum merece esse tipo de homenagem?


Easy Star All-Stars – “A Day In The Life (com Michael Rose e Menny More)