O Set que Paola Ribeiro armou nesta terça-feira no Centro da Terra fez os espectadores seguir o rumo que os artistas propunham no palco, abrindo um caminho para que a consciência possa perder-se em si mesma. A noite começou com Paola, sozinha, fora do palco, atrás do público, filmando sua boca que era projetada por Laysa Elias na performance “Ah!”, em que estendia a vogal entre a fala e o canto até ela tornar-se tão abstrata quanto a boca sem rosco que aparecia em frente à plateia. Depois, no palco, juntaram-se a ela, primeiro Douglas Leal e depois Panamby que, passeando por instrumentos, acompanharam a voz de Paola que, por sua vez, desconstruía um berimbau, ora tocando-o apenas como instrumento de corda, ora apenas como instrumeto de percussão. O transe abstrato tomou conta do público, que assistiu calado aos sentimentos crus expostos em sua frente – tudo isso iluminado pela luz discreta e intensa de Charlie Ho, que trabalhou apenas com as cores primárias, para preservar a aura elemental da noite.
E encerramos a programação de música do Centro da Terra em agosto nesta terça-feira com uma apresentação solo de uma das mais promissoras cantoras em ascensão na cena musical paulistana. Paola Ribeiro apresenta o espetáculo Set, que divide em quatro momentos: um solo, dois em duos e um em trio. A apresentação começa com a performance de “AH!” que faz em parceria com Laysa Elias na parte audiovisual. Os dois duos vêm em seguida, quando ela divide o palco com Douglas Leal e depois com Elton Panamby divindindo vocais, sopros, percussão e cordas, para finalmente reunir-se com os três na parte final da noite – que tem a iluminação a cargo de Charlie Ho. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados na bilheteria ou no site do Centro da Terra.
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Mais uma segunda-feira atordoante dentro da temporada Curadoria do Medo que a dupla Test está fazendo no Centro da Terra – e se na primeira noite, João e Barata passearam sua avalanche de ruído acompanhada da surra de imagens aleatórias proposta pela VJ Carol Costa, na segunda sessão foi hora de transitar entre a iluminação, por vezes etérea e difusa e por outras frnética e energizante, conduzida por Mau Schramm e pelos ruídos manipulados por Douglas Leal, que começou a noite com gravações da própria banda antes mesmo de ela subir no palco, para depois misturar e remixar outros ruídos emitidos pela dupla enquanto os dois tocavam, funcionando como um eco de outra dimensão. Foi intenso.
Baita prazer receber no palco do Centro da Terra o Test, projeto musical que já transcendeu os limites do grindcore e do death metal para abraçar a plenitude do barulho extremo, tratando os limites do ruído como fronteiras a serem desbravadas por sua vanguarda noise. A dupla formada por João e Barata toma conta das segundas-feiras de junho em uma temporada chamada de Curadoria do Medo, em que, a cada nova apresentação traz diferentes formatos a partir de seu disco mais recente, o Disco Normal. Na primeira segunda, dia 3, recebem a videoartista Carol Costa, que traduz em imagens a sonoridade do grupo. Na segunda, dia 10, recebem a iluminadora Mau Schramm, o vocalista Carlos James e Douglas Leal, que dispara efeitos e recombina o som, para manipular o ruído da dupla em tempo real. No dia 17, a terceira segunda, eles destróem as paredes do barulho numa noite que contará com uma orquestra noise formada por Leandro Conejo, Rayra Pereira, André Damião e Fabio Gianelli. A última segunda do mês é dedicada ao elemento mais livre de sua música, quase free jazz, quando recebem os músicos Miazzo, Bernardo Pacheco, Sarine, Flavio Lazzarin, Tomas Moreira, Alex Dias e Chris Justtino. As apreentações comeeçam sempre pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.
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Imensa satisfação em receber o trompetista e arquiteto sonoro Romulo Alexis como o dono das segundas-feiras de maio no Centro da Terra, quando ele apresenta a temporada Cosmofonias, dedicada ao improviso coletivo a partir de quatro recortes diferentes. A temporada começa nesta segunda-feira 6, quando Romulo recebe, como Rádio Diáspora, ao lado de seu chapa Wagner Ramos, as performers Ester Lopes e Belle Delmondes numa noite chamada Fenda, em que trabalham música e corpo investigando as fronteiras do legado afrodiaspórico. Na outra terça, dia 13, ele chama a Nigra Experimenta Arkestra ao reunir To Bernado (trombone), Gui Braz (cordas e flauta), Salloma (kalimba, voz e flauta), Karine Viana (vilolino e voz), Laura Santos (clarinete e voz), Manoel Trindade e Lerito Rocha (percussões), Lua Bernardo (contrabaixo acústico, voz e flauta), Du Kiddy (guitarra), Henrique Kehde (bateria), Stefani Souza (saxofone), além do próprio Romulo. Depois, ele reúne-se à produtora Leviatã (Amanda Obara, Iago Mati e Natasha Xavier) para convidar o artista sonoro Edbras Brasil, a vocalista Inès Terra, a cellista (que também toca didjiridou) Thayná Oliveira, o percussionista Sarine e o flautista Douglas Leal. E na última segunda-feira, dia 27, ele cria, mais uma vez ao lado de Wagner Ramos, o Rádio Diáspora Ensemble Cachaça 2024, quando reúne-se ao trombonista Allan Abbadia, à contrabaixista Clara Bastos, à vocalista e percussionista Paola Ribeiro e ao sax de Steafani Souza para uma noite de criação coletiva espontânea. As apresentações começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados no site e na bilheteria do Centro da Terra.
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