Essa revelação que o poeta chileno Pablo Neruda não morreu de câncer e sim envenenado pela ditadura de Pinochet é revoltante e só reforça a noção do quanto regimes autoritários odeiam a arte e a cultura. Nunca mais!
Um assunto que eu e Dodô acalentamos desde o início do programa é uma viagem no tempo para a época da ditadura militar, quando éramos crianças e adolescentes. Portanto, nesta edição do DM, mergulhamos no passado para falar da esquerda de ontem e de hoje, o impacto da ditadura na cultura e no Brasil como um todo, o que também é gancho pro Dodô contar causos envolvendo João Gilberto, sua estreia no teatro ainda criança e a história de uma mala que veio da Bolívia.
Estamos, eu e minha mulher, desde o mês passado, cuidando das mídias sociais do documentário Democracia em Preto e Branco, de Pedro Asbeg. O filme conta a história da democracia corinthiana de Sócrates, Wladimir e Casagrande, que peitou a hegemonia de Vincente Matheus ao mudar a hierarquia de funcionamento da equipe. Mas o documentário não é só futebol e observa o que aconteceu no Corinthians no início dos anos 80 sob dois outros prismas: o político, quando a ditadura militar começava a perder forças, principalmente a partir do movimento Diretas Já, e o cultural, quando uma nova geração de bandas começa a questionar o autoritarismo dos dias de chumbo.
Narrado por Rita Lee e com uma das últimas entrevistas do grande Sócrates, o filme vai ser exibido apenas em sessões fechadas nesse fim de semana em algumas cidades (saiba mais como comprar seu ingresso pelo site oficial do documentário) e tem pré-estréia gratuita hoje, às 20h, no Museu do Futebol, ali no Estádio do Pacaembu. É só chegar uma horinha antes pra garantir seu ingresso de graça. Olha o trailer, que delírio:
Curta a página no Facebook do documentário aqui, aqui tem o Twitter, aqui o Instagram e aqui o canal do YouTube. E dá uma fuçada porque tem bastante conteúdo!
A atriz Fernanda Azevedo recebeu o prêmio Shell de melhor atriz pela peça Morro Como um País – Cenas sobre a Violência de Estado nesta semana e agradeceu à honraria com um curto discurso – uma estocada no fígado da empresa patrocinadora do prêmio, que também apoiou a ditadura no Brasil. Eis a íntegra do discurso:
Como esse prêmio tem patrocínio da Shell, eu gostaria de ler quatro linhas sobre essa empresa. O texto é de Eduardo Galeano: “No início de 1995, o gerente geral da Shell na Nigéria explicou assim o apoio de sua empresa à ditadura militar nesse país: ‘Para uma empresa comercial, que se propõe a realizar investimentos, é necessário um ambiente de estabilidade. As ditaduras oferecem isso'”.
Vi no Uol.
Bem foda essa foto que a Época antecipou da biografia da presidente.
No mesmo filme desse curta que a Helô indicou, tem esse outro curta, do Ken Loach, sobre o golpe que derrubou e matou Allende, no Chile, numa terça-feira, 11 de setembro – só que em 1973.
Os dois centavos do Latuff sobre essa história (vi no Ulisses). Cês tão acompanhando, né…?