Diminutivo só no título

, por Alexandre Matias

Apesar do título lúdico beirando o juvenil, o espetáculo Planeta Antiguinho, que Luli Mello e Leo Bergamini apresentaram nesta segunda-feira no Centro da Terra, apontava para um horizonte nada diminutivo, entre canções cheias de melancolia e reverência à tradição da canção brasileira. Tocando músicas próprias em quase toda a apresentação, os dois permaneceram sozinhos quase o tempo todo no palco, entrelaçando suas vozes – o tom grave de Luli envolve perfeitamente o timbre tenor de Leo – ao onipresente e delicado violão do vocalista, que por vezes era acompanhado do violão da cantora. Entre as canções, os dois recitaram textos que reforçavam o clima desiludido e existencialista da noite, que ainda contavam com as projeções vintage de Rosa Albergaria, que ajudou a deixar a noite ainda mais intimista e solta no tempo. Os dois ainda saíram de frente dos microfones por duas vezes para cantar sem amplificação na beira do palco e só saíram do repertório próprio quando arriscaram – lindamente – apenas a emocionante “Olhos nos Olhos”, de Chico Buarque. Só no final da noite que os dois tiveram companhias, primeiro com Miguel Marques assumindo o piano para acompanhar os dois violões e depois, quando Miguel assumiu a flauta, receberem o percussionista Rafael Sarmento e fecharem a bela apresentação com um frevo triste assinado por Leo. Foi tudo bem bonito, selando uma parceria que ainda vai render bastante…

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