Destaque

Só fui pra ver o Sonic Youth, mas tá aí o show da tchurma do Mike Patton.

Esse vídeo aí embaixo, na verdade, é uma animação em time lapse montada a partir de milhares de fotos tiradas pela equipe da Estação Espacial Internacional (a ISS), em outubro desse ano.

Incrível. Vi no Merigo e rola uma bula com as imagens no site da Nasa.

Agora sim!

É isso aí: em abril do ano que vem, o principal grupo do pop brasileiro dos anos 00 se reúne mais uma vez para uma série de oito shows. Com a palavra, Bruno Medina:

É bem verdade que não será, assim, uma daquelas turnês muito extensas, com meses de duração, mas ao menos uma sequência considerável de apresentações, que nos darão a chance de mais uma vez estar no palco juntos, bem como de reencontrar o público de cidades queridas que já fazem parte de nossa história, algumas das quais há muito não visitávamos. Os shows vão ocorrer entre abril e maio e coincidirão com o 15o aniversário de formação da banda. Estamos realmente muito felizes por ter conseguido viabilizar essa turnê, sobretudo no ano em que comemoramos um evento tão significativo.

Mais informações na página da banda no Facebook.

Muitos já devem ter se ligado que, nos próximos dez anos, vamos começar a rever toda a mítica década de 60 em forma de documentários definitivos edição 50 anos. Talvez seja a última grande chance de presença que os protagonistas daqueles dez anos mágicos tem de voltar ao imaginário coletivo. E puxando essa tendência, inevitavelmente, vêm os Beatles, cuja primeira gravação cinquentenária volta às prateleiras de disco – as gravações que o grupo fez em Hamburgo, como banda de apoio do ilustre desconhecido Tony Sheridan. O disquinho tem pérolas com essas:

E isso é só o começo… Os anos 60 começam pra valer a partir de “Love Me Do”, que é do final de 62 (embora alguns localizem esse começo também na Inglaterra, mas no Profumo Affair e outros ainda, claro, no assassinato de Kennedy) – e aí aguente uma saraivada de documentários e caixas de discos e shows e sites especiais e perfis no Facebook e coleções deluxe e capas de discos e peças de teatro e exposições sobre cada um dos discos – compactos inclusive – dos Beatles, só pra começar…

Talvez o cinquentenário dos anos 60 venha ser o último suspiro da mídia física, da cultura enquanto produto táctil à venda – ou pelo menos nos parâmetros dos últimos 50 anos.

É sobre isso que o Matt Taibi escreve na Rolling Stone gringa – que talvez a importância do OccupyWallStreet esteja em iniciar um foda-se contra tudo o que está aí:

Occupy Wall Street was always about something much bigger than a movement against big banks and modern finance. It’s about providing a forum for people to show how tired they are not just of Wall Street, but everything. This is a visceral, impassioned, deep-seated rejection of the entire direction of our society, a refusal to take even one more step forward into the shallow commercial abyss of phoniness, short-term calculation, withered idealism and intellectual bankruptcy that American mass society has become. If there is such a thing as going on strike from one’s own culture, this is it. And by being so broad in scope and so elemental in its motivation, it’s flown over the heads of many on both the right and the left.

(…)

We were all playing the Rorschach-test game with OWS, trying to squint at it and see what we wanted to see in the movement. Viewed through the prism of our desire to make near-term, within-the-system changes, it was hard to see how skirmishing with cops in New York would help foreclosed-upon middle-class families in Jacksonville and San Diego.

What both sides missed is that OWS is tired of all of this. They don’t care what we think they’re about, or should be about. They just want something different.

We’re all born wanting the freedom to imagine a better and more beautiful future. But modern America has become a place so drearily confining and predictable that it chokes the life out of that built-in desire. Everything from our pop culture to our economy to our politics feels oppressive and unresponsive. We see 10 million commercials a day, and every day is the same life-killing chase for money, money and more money; the only thing that changes from minute to minute is that every tick of the clock brings with it another space-age vendor dreaming up some new way to try to sell you something or reach into your pocket. The relentless sameness of the two-party political system is beginning to feel like a Jacob’s Ladder nightmare with no end; we’re entering another turn on the four-year merry-go-round, and the thought of having to try to get excited about yet another minor quadrennial shift in the direction of one or the other pole of alienating corporate full-of-shitness is enough to make anyone want to smash his own hand flat with a hammer.

If you think of it this way, Occupy Wall Street takes on another meaning. There’s no better symbol of the gloom and psychological repression of modern America than the banking system, a huge heartless machine that attaches itself to you at an early age, and from which there is no escape. You fail to receive a few past-due notices about a $19 payment you missed on that TV you bought at Circuit City, and next thing you know a collector has filed a judgment against you for $3,000 in fees and interest. Or maybe you wake up one morning and your car is gone, legally repossessed by Vulture Inc., the debt-buying firm that bought your loan on the Internet from Chase for two cents on the dollar. This is why people hate Wall Street. They hate it because the banks have made life for ordinary people a vicious tightrope act; you slip anywhere along the way, it’s 10,000 feet down into a vat of razor blades that you can never climb out of.

That, to me, is what Occupy Wall Street is addressing. People don’t know exactly what they want, but as one friend of mine put it, they know one thing: FUCK THIS SHIT! We want something different: a different life, with different values, or at least a chance at different values.

De novo: se alguém traduzir o artigo, posto aqui. A íntegra tá no site da Rolling Stone.

A morte de Steve Jobs trouxe à tona seu apreço pelo ácido lisérgico, em frases como “tomar LSD foi uma das duas ou três coisas mais importantes que já fiz na vida” ou “Bill Gates seria um cara melhor se tivesse tomado ácido pelo menos uma vez”. Mas que tal essa carta que o próprio criador do LSD, o químico Albert Hoffman, escreveu para Jobs, em 2007, quando, ao completar 101 anos, achou que pudesse contar com o criador da Apple para difundir sua descoberta revolucionária?

E a transcrição:

Dear Mr. Steve Jobs,

Hello from Albert Hofmann. I understand from media accounts that you feel LSD helped you creatively in your development of Apple Computers and your personal spiritual quest. I’m interested in learning more about how LSD was useful to you.

I’m writing now, shortly after my 101st birthday, to request that you support Swiss psychiatrist Dr. Peter Gasser’s proposed study of LSD-assisted psychotherapy in subjects with anxiety associated with life-threatening illness. This will become the first LSD-assisted psychotherapy study in over 35 years, and will be sponsored by MAPS.

I hope you will help in the transformation of my problem child into a wonder child.

Sincerely
Albert Hofmann

Via The Fix.

Mais um projeto paralelo, mais uma banda que dura um só disco… Damon Albarn é uma espécie de Dangermouse avant-la-lettre, um artista e um ativista cultural ao mesmo tempo, parâmetro pra música do século 21. Olha esse projeto novo dele com o Flea e o Tony Allen:

Dica do Rafael, num comentário do Vida Fodona.

Muito foda. O cara não erra?

Vi o vídeo no Rockinpress.

Ele foi fazer uma palestra no dia do seu aniversário e só cantou “parabéns a você” pra Terra (wtf) em sua apresentação no SWU.

Peguei o vídeo num texto do Claudio Tognolli em que ele espinafra o conceito de sustentabilidade:

Um fantasma ronda o mundo: a farsa de que o superaquecimento global só ocorre por fatores endógenos, ou a emissão de poluentes na terra. No Brasil só há dois intelectuais que apontam a ideologia por detrás disso: Gildo Magalhães dos Santos Neto, da História, e Aziz Ab Saber, da Geografia, ambos da USP. Fatores extra-terra conduzem ao superaquecimento: como as fases de hiper-expansão do sol, a cada seis mil anos, como a que ora vivemos. Os vikings, antes de descerem Mar do Norte abaixo, paravam, para construir seus barcos, num local chamado Terra Verde, por acaso Groenlândia, que vem de “Green Land”. A natureza na Terra Verde era laboriosa em construir madeiras de primeira cepa. Mas ela se congelou. Uai: por que se congelou? A quem interessa dizer que a Terra pode acabar por superaquecimento gerado por fatores apenas “internos”? Interessa a uma elite neoliberal. Há 80 anos começaram a tramar a ideia de que oferecer um literal e figurativo fim do mundo pelo superaquecimento era a forma de congelar os futuros países desenvolvidos. Queriam, e ainda querem, que Brasil, Índia e China sejam eternos exportadores de matéria prima. Trata-se da mais nova-velha ideologia: fazer o povão engolir goela abaixo que o desenvolvimento já atingiu os seus limites. Querem ver na Amazonia um território “internacional”. Eis todo o babalaô do ex-vice dos EUA, Al Gore, com aquela cascata (comprada por ele de uma assessoria de imprensa), lastreado em seu “Uma verdade inconveniente”.

O festival SWU (“Starts with you” ou “Começa com você”), que movimentou milhões com inserções pagas, mas disfarçadas na mídia, é um subproduto desse tipo de golpe. Não é para menos que Neil Young abriu o cascatol cantando “parabéns” para a Terra. Querem tornar o rock algo passivo, com babacas defendendo a todo o custo a preservação da terra, e o conseqüente congelamento do desenvolvimento do parque industrial brazuca. Querem-nos eternos exportadores de grãos. Querem-nos enxergando que o superaquecimento global só se dá por fatores da terra e do homem. Isolam a Terra do resto do universo. Veja você: até James Lovelock, criador da famosa Hipótese Gaia (segundo a qual o ser humano é um dos “órgãos” do corpo que é a Mãe Terra), agora defende a energia nuclear. E expõe ao osso os babacas do Partido Verde (que usam em suas propagandas políticas os moinhos de vento eólicos). Saiba você: um moinho de vento eólico consome dez mil toneladas de concreto para ser construído. Em toda a sua existência, o moinho de vento eólico jamais produzirá energia limpa que compense a poluição gerada para poder produzir as milhares de toneladas de concreto que o erigiram…

E ele continua lá no Brasil 247.