“Não dá para expulsar uma idéia que já está aí” é o título (traduzido coxalmente) do comunicado que os despejados do Zuccotti Park lançaram nessa terça. Segue a íntegra, em inglês:
A massive police force is presently evicting Liberty Square, home of Occupy Wall Street for the past two months and birthplace of the 99% movement that has spread across the country and around the world
The raid started just after 1:00am. Supporters and allies are mobilizing throughout the city, presently converging at Foley Square. Supporters are also planning public actions for the coming days, including occupation actions.
You can’t evict an idea whose time has come.Two months ago a few hundred New Yorkers set up an encampment at the doorstep of Wall Street. Since then, Occupy Wall Street has become a national and even international symbol — with similarly styled occupations popping up in cities and towns across America and around the world. A growing popular movement has significantly altered the national narrative about our economy, our democracy, and our future.
Americans are talking about the consolidation of wealth and power in our society, and the stranglehold that the top 1% have over our political system. More and more Americans are seeing the crises of our economy and our democracy as systemic problems, that require collective action to remedy. More and more Americans are identifying as part of the 99%, and saying “enough!”
This burgeoning movement is more than a protest, more than an occupation, and more than any tactic. The “us” in the movement is far broader than those who are able to participate in physical occupation. The movement is everyone who sends supplies, everyone who talks to their friends and families about the underlying issues, everyone who takes some form of action to get involved in this civic process.
This moment is nothing short of America rediscovering the strength we hold when we come together as citizens to take action to address crises that impact us all.
Such a movement cannot be evicted. Some politicians may physically remove us from public spaces — our spaces — and, physically, they may succeed. But we are engaged in a battle over ideas. Our idea is that our political structures should serve us, the people — all of us, not just those who have amassed great wealth and power. We believe that is a highly popular idea, and that is why so many people have come so quickly to identify with Occupy Wall Street and the 99% movement.
You cannot evict an idea whose time has come.
Rafael Grampá aproveitou que a Marvel liberou toda Strange Tales online pra publicar a íntegra de sua participação na revista, quando transformou Wolverine num lutador de rinha. Num post em seu blog, ele comenta como desenvolveu sua história com o mutante e traduz página a página de seu conto:
Comecei a pensar sobre o tal fator de cura, o principal poder mutante de Wolverine. Fui pesquisar como um ser humano normal se cura e a quantidade de substâncias que o organismo libera para aliviar a dor e cicatrizar uma ferida, pois eu não lembrava de mais nada do que eu havia aprendido na escola. Quando o corpo se fere, ele automaticamente libera endorfina e encefalina -entre outras substâncias- que são neurotransmissores, substâncias químicas produzidas e ultilizadas pelos neurônios na comunicação do sistema nervoso. Esses dois neurotransmissores, além de aliviarem a dor, também estão ligados as sensações de euforia e prazer. Um corte superficial pode levar uma semana para se curar e um mais profundo, um mês ou mais, dependendo das variáveis. Agora imaginem um organismo que pode curar uma ferida muito profunda em minutos. Imaginem a quantidade de endorfina e ecefalina que seus neurônios vão produzir. É como se você tomasse uma dose cavalar de morfina -que é uma substância natural extraída do ópio e que imita as funçõs desses neurotransmissores orgânicos- toda vez que houvesse um arranhão. Wolverine é um personagem que tem garras que saem do interior dos seus antebraços. Sempre que ele desembainha essas garras, ele provoca lesões em si mesmo, pois as garras rasgam as peles entre seus dedos -ou parte de cima das mãos- que logo cicatrizam. Imagino que se ele fizer isso uma vez por dia, em um mês seus neurônios estariam completamente viciados, pois esses neurotransmissores podem viciar os neurônios. E mais: assim que o organismo estivesse viciado, a atividade de se ferir estaria ligada ao prazer e isso também começaria a liberar dopamina, que é o neurotransmissor que a cocaína libera quando ingerida. Ou seja, não é a cocaína que vicia e sim a dopamina. Minha conclusão foi meio óbvia a partir disso: Depois de anos e anos se ferindo e se curando, o organismo de Wolverine estaria completamente viciado nesse processo e necessitaria de algo para curar o tempo inteiro. Seu “instinto selvagem” na verdade seria apenas abstinência e isso o levaria a procurar confusão por qualquer motivo -o que é uma grande característica do personagem- só para se machucar. Isso também explicaria a razão de um sujeito truculento como Logan ter decidido entrar para os X-men, por exemplo. Para um viciado em cocaína, não importa que tipo de festa ele vai, nem a roupa que vai precisar usar para entrar, só importa se vai ter a droga. Para Logan, a mesma coisa. Ele viu naquele grupo de moleques irritantes a oportunidade de poder se machucar bastante, enfrentando vilões que estariam afim de matá-lo o tempo todo, mesmo tendo que aguentá-los e ter que usar aquele uniforme amarelo. Gente querendo matá-lo+ferimentos gravíssimos=prazer sem limites. Mais um detalhe: esse vício daria a Logan o cacoete de estar o tempo todo desembainhando suas garras quando não tivesse mais nada para machucá-lo.
Culpa do Facebook, que agora tem uma página em homenagem ao clássico festival campineiro. Um resumo bem 3 x 4 na matéria abaixo, da EPTV.
Traduzindo: foi o início do rock alternativo no Brasil de fato, quando o movimento paralelo às gravadoras e rádios começou a se tornar nacional a partir de um festival realizado fora de uma grande capital. O Junta foi imaginado pelo Marcelão, que na época tocava com o Waterball, e executado pela dupla Sérgio Vanalli e Thiago Mello, que editavam o fanzine Broken Strings. O festival teve duas edições, ambas na Unicamp: na primeira, em 93, mais guitar e hardcore, a principal revelação foi os Raimundos, mas a banda de Brasília já estava no radar do jornalismo musical brasileiro há alguns meses e o show no Juntatribo (marcado em cima da hora) foi quase que a explosão de uma banda relógio. A principal atração da primeira edição foi reunir a primeiríssima geração daquele novo rock independente brasileiro (que cantava em inglês e existia basicamente entre o Rio e São Paulo) num mesmo evento: Mickey Junkies, Killing Chainsaw, Pin Ups, Second Come, Safari Hamburgers e Low Dream (a outra representante de Brasília). Os Raimundos funcionaram quase como um brinde para o festival. Assisti à maioria dos shows sem nenhum distanciamento crítico: era apenas estudante da Unicamp e a realização de um festival daqueles, feito na raça por pessoas que eu conhecia pessoalmente, era exatamente o que eu esperava da vida na universidade.
No ano seguinte, já estava trabalhando em jornal (no Diário do Povo) e ajudei a pensar a edição especial que cobriria a segunda edição do evento, que já ampliou seu leque musical e cuja principal atração era um grupo de rap novíssimo do Rio de Janeiro, um certo Planet Hemp. A edição de 94 foi marcada pela desorganização em alta escala, uma vez que a popularidade posterior do primeiro Junta trouxe dezenas de carros cheios de malucos da capital e de todo o interior de São Paulo para o festival. Já no primeiro dia, o palco desabou. O que transformou o segundo dia em uma maratona que começou ao meio-dia e terminou às cinco da manhã do dia seguinte, algumas horas antes dos shows do último dia começarem.
Foi um festival importante pra muita gente, que passou a aprender o que era rock alternativo, cultura independente e a lógica do faça-você-mesmo na prática e que cultivou sementes que brotariam no decorrer da década e que até hoje estão aí. E isso num tempo sem internet, sem MP3, sem blog, sem rede social, sem podcast, sem YouTube. Era tudo na base da carta, do xerox, do VHS, da fita cassete e do flyer. Parece que se passaram uns cinquenta anos.
A página do Feice do festival é essa. Curte lá.
O saxofonista Thiago França é um dos músicos mais ativos na São Paulo de 2011. Toca com o Criolo, com o Kiko Dinucci, com os Marginals, no Metá Metá e com o Rômulo Fróes – e com todos eles lançou discos responsa, todos esse ano (além de participar do disco do Gui Amabis). Agora é a vez de seu próprio projeto, o Sambanzo, que começa a ver a luz do dia. Porque a da noite, já conhecia faz um tempo:
E além dos shows, quem vem por aí é o próprio disco do grupo, que ainda conta com o Kiko na guitarra, o baixista Marcelo Cabral (também produtor do disco do Criolo, junto com o Ganjaman), Pimpa na batera e Samba Sam na percussa. França explicou o conceito por trás de Sambanzo: Etiópia, o primeiro CD, em entrevista ao Radiola Urbana. O disco só aparece de fato em 2012 – mas que já teve uma palhinha disposta online:
O Sambanzo é o meu projeto solo, criei pra tocar as minhas músicas. Partiu da vontade que eu tinha de fazer uma gafieira universal (isso não é uma citação à Banda Black Rio!!!). No geral, a gafieira está ligada só ao samba, mas outros gêneros próximos são tocados com a mesma intenção, o carimbó, o forró, a guitarrada… Eu sempre achei que tudo isso cabia no mesmo balaio. Tecnicamente, é possível entender o trabalho assim: são composições simples, melodias intuitivas, rudimentares, compostas num esquema básico de “pergunta e resposta”; harmonias com dois acordes, geralmente tônica e dominante, ou até mesmo músicas com um único acorde, que o caso de “Etiópia”. E, por trás disso, muito suingue, muito veneno. Estruturas elásticas, descompromissadas, pra fazer um belo baile. Além disso, o encontro dos cinco — eu, Marcelo Cabral (baixo), Kiko Dinucci (guitarra), Samba Sam (percussão) e Pimpa (bateria) — gerou uma sonoridade única, todo mundo tem personalidades musicais muito fortes. Além das minhas composições, eu inclui no repertório duas adaptações de pontos de umbanda, que dão a pista da espiritualidade presente nas músicas. Cada show é um ritual.
E o próximo acontece sexta-feira, na Afro Blitz, festa do Ramiro na Serralheira. Boa pedida.
Duas fotos (uma oficial, do Marcus Hermes, e outra da cobertura da Soma, da Caroline Bittencourt)…
…e uma pergunta: e agora?
Fui ao SWU só pra assistir ao show do Sonic Youth (os vídeos tão subindo, hehe). Entrei na muvuca quando eles começaram a segunda música e zarpei fora ouvindo o Primus tocando ao fundo. Havia o boato, ainda não confirmado, de que aquele seria o último show da banda. Não importava – era um show do Sonic Youth, vê-los era uma obrigação.
O que ninguém soube responder foi se aquela, de fato, era a última apresentação do grupo – afinal, seu casal central, Thurston Moore e Kim Gordon, não é mais um casal (há quem culpe a banda da filha deles, mas acho que é maldade). Mas não parecia um último show. O nível de catarse e despojamento instrumental foi característico de outras apresentações da banda. Não houve sinal de despedida definitiva, no máximo o “nos vemos em breve” dito por Thurston Moore no final, que não decifra nada – ele podia estar falando de sua carreira solo. Houve quem sentisse uma tensão no palco entre os dois e quem notasse que Kim ainda estava usando aliança. Tive a impressão de estar vendo um show normal dos caras e tenho a sensação de que eles não fariam sua última apresentação longe de casa, em Nova York.
Mas isso sou eu. Alguém sabe de mais algo?
Na veia, como antigamente. Tão na veia que o Vaticano já exigiu a remoção da foto com o Papa dando um malho no líder muçulmano Ahmed Mohamed el-Tayeb.
O movimento OccupyWallStreet está armando, para essa quinta-feira, um mega protesto pacífico em Nova York, depois de ter sido expulso do Zuccotti Park. O protesto de hoje consiste, primeiro, em fechar a região de Wall Street para depois ocupar todo o metrô e, finalmente, estacionar na Foley Square, em frente à prefeitura da cidade. Nesses três turnos, usarão o jogral microfone-humano (quando um fala e todos repetem, de forma que todos ouçam) para contar para as pessoas sobre o que estão protestando.
A quinta-feira também marca o aniversário de dois meses do protesto.
Pai e filha de Freitas, em um lindo encontro filmado no Rio de Janeiro para a série Petite Planètes, do olho por trás do Blogothèque.
Imagine só:
If I were president the first thing I would do is probably get sat down by the Pentagon and the powers that be who would say, “No, you’re probably not going to get done the things that you—we saw your one sheet and you’re not going to get it.”
I think a lot of presidents go in with a big to-do list and someone sits them down and says “That’s really not how the game is played, son. You’re going to have to learn: this is the beltway. We do things a certain way. You had high hopes and you’ll get a few of these things done, watered down, neutered and relatively meaningless by the time they crawl through the Senate, but as it is now these big burly strong changes, no.” So I would probably be told that because my first day in office I would have lost Don’t Ask, Don’t Tell. I would have reestablished Glass-Steagall. I would have demanded that the Bush tax cuts—they would have sun-setted, they would have gone away. There would have been some pain. The middleclass would have been hard up against it, but we would be in a much different position than we are now.
So I would have gone in reacting to eight years of George W. Bush, two useless wars that make America hemorrhage life and treasure. I would immediately start repairing the perception of America in the world, like our president did by speaking out in Cairo to basically Islam. So I would do things like that, realizing my first four years in office would be to repair and somehow neutralize the eight years that came before me, so maybe in my next term I could go slowly up field to a noticeable degree, and that would be my legacy. The first four years, clean up the storm, clean up the wreckage, make nice with the world, demilitarize as far as American military presence in the world. I would get my military force out of the, like, 141 countries that we’re in plus all the black bases we have off the record. I would bring these people home.
Via Big Think.