A Galileu de dezembro chegou às bancas com uma votação que escolheu os 25 nomes mais influentes da internet brasileira, com perfis escritos pela Ana Freitas, Vinícius Félix, Tatiana de Mello Dias, Luciana Galastri e André Bernardo, que entrevistaram nomes como Bruno Torturra, Jovem Nerd, Sílvio Meira, Maurício Cid, Porta dos Fundos, Movimento Passe Livre, Laerte, Jean Wyllis e Dilma Bolada, entre outros. No Dossiê, Marco Zanni descreve o futuro dos carros inteligentes, que dirigem e até se consertam sozinhos. Tiago Cordeiro escreve sobre como a medicina está conseguindo “ressuscitar” pessoas mesmo horas após de suas mortes cerebrais, Guilherme Pavarin mostra gamers que jogam pelo prazer estético, Natália Rangel fala sobre a cultura brasileira da gambiarra (e o que isso tem a ver com criatividade e inovação) e ainda há uma tradução da New Scientist sobre quatro possíveis cenários para o clima no planeta no século 22. Também temos entrevistas com o neuroconomista Paul Zak, que discorre sobre o papel dos hormônios na sociedade, com Luis Von Ahn, que criou uma plataforma de tradução colaborativa, e Robert Greene, que desmistifica a genialidade em seu livro Maestria. A revista ainda traz um artigo sobre porque a violência deve ser tratada como doença contagiosa, os 40 anos de O Exorcista, uma bicicleta que gera energia para si mesma, a vida de um piloto de drone, como funciona a perna mecânica ligada ao sistema nervoso, as carreiras mais procuradas no Brasil, um aparelho que grava tudo que você fala (e pra que serve isso), religiões nos videogames, uma startup em prol da pesquisa científica, qual é a doença mais temida pelos brasileiros, o asfalto que “acende” à noite, uma mudança na prática das cobaias e a dúvida sobre a dormência nas pernas. Em suas colunas, Carlos Orsi fala sobre a estrela de Belém e Papai Noel (sério!) e Diogo Rodriguez explica a bancarrota de Eike Batista. Enfim, muito para ler, descobrir e aprender. Abaixo, a apresentação da edição, que marca meu primeiro ano no comando da revista.
CENAS ESPETACULARES: 2013 nos deu dias tensos e um despertar de consciência cidadã que rendeu imagens icônicas, como as já célebres sombras no Congresso Nacional
O futuro é que vai dizer como vamos lembrar de junho de 2013. Mas é certo que a distância temporal e a perspectiva histórica provam que aquele mês tenso e turbulento ficará para sempre na história do Brasil.
Por motivos bem diferentes que reivindicações políticas ou sociais, os protestos deste ano também mostraram por aqui o extraordinário poder de mobilização da internet. Em anos recentes, ela já tinha feito história no Oriente Médio e norte da África (com a Primavera Árabe no início de 2010); em Londres (nos tumultos de agosto de 2011) e em Nova York (com o movimento Occupy Wall Street, no mesmo mês). Junho de 2013 foi a nossa vez e coincidiu com o momento em que o uso da internet torna-se cada vez mais móvel.
O acesso via smartphones começa a mudar a forma como as pessoas encaram a rede. Se antes nos conectávamos a ela, hoje estamos online o tempo todo. Dizemos “vou entrar na internet” como mero resquício linguístico, da mesma forma que serviços de entrega ainda se chamam de “disque-alguma-coisa” numa época em que os telefones com discos desapareceram.
Estamos conectados o tempo todo, mesmo ao ar livre, longe do escritório e de notebooks e computadores de mesa. Em pouco tempo a internet vai deixar de ser tratada como um universo à parte, uma dimensão paralela, e todos viveremos online sem precisarmos fazer esta distinção.
Talvez esta seja a principal constatação da eleição que fizemos na matéria de capa desta edição. Diferentemente de anos passados, revelações da internet não precisam mais escrever livros, virar apresentadores de TV ou serem reconhecidos pela mídia tradicional para ter suas carreiras chanceladas para o grande público.
Ao reunir estes nomes num mesmo panorama, vemos como o século 21 brasileiro parece promissor. Pois são nomes que não esperam ajuda externa para fazer e acontecer e que servirão de inspiração para muita gente tentar o mesmo. Reunir tanto talento em algumas páginas pode fazer muita gente arregaçar as mangas e decidir mudar sua vida fazendo o que gosta. Assim esperamos.
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E esta é a 12ª GALILEU sob meu comando, o que quer dizer que completo meu primeiro ano como diretor de redação. Agradeço a paciência de todos — leitores e redação —, pois foi um ano de intenso aprendizado, em vários níveis. O novo site GALILEU, que estreia este mês, é o primeiro gostinho de 2014 que iremos sentir. E preparem-se, porque o ano que vem promete. Até lá!
Alexandre Matias
Diretor de Redação
matias@edglobo.com.br
Pintura de guerra e beats eletrônicos: sozinha, a curitibana Roseanne Machado distancia-se do folk indie do Rosie & Me e começa a traçar um novo rumo: Rosie Mankato explora suas origens russas e indígenas (sério) e o primeiro disco, Palomino, sai já no início de 2014. Esse é o primeiro single, chamado “Chino”.
Curti pacas.
Esse é o nível de música que os Arctic Monkeys deixaram de fora do disco novo… “You’re So Dark” foi lançada como lado B de “One for the Road” e é melhor do que muito single de trabalho de muita banda nova…
Tiramos o atraso de Noites Trabalho Sujo numa festa que só quem ficou até o fim tem idéia do que rolou – e continuamos nossa longa jornada sextas adentro com uma dupla da pesada na primeira Noite Trabalho Sujo de dezembro, quando Danilo Cabral recebe André Palugan em uma madrugada promissora. A festa comandada pelo jornalista e discotecário Alexandre Matias, seu anfitrião, voltou à ativa depois de mais de dois meses de Alberta #3 fechado e conta com a dupla afiadíssima para uma segunda noite memorável, que ultrapassa diferentes idiomas, estilos musicais e décadas para fazer todos se esbaldarem na pista. As coordenadas para a festa estão na página do evento no Facebook e, apesar do site do Alberta dizer o contrário, a casa está aberta desde a semana passada. Quem quiser mandar nome pra lista de desconto, é só mandar para o email noitestrabalhosujo@gmail.com até às 19h.
O clipe novo do Daft Punk, “Instant Crush”, atualiza o conto de fadas do soldadinho de chumbo para hoje em dia – e sem precisar forçar a barra, como acontece no caso da dancinha do Julian Casablancas, bem ridícula. Mas há quem goste, então tá bom…
E essa música é boa…
…e Ultraviolence é o nome de seu novo disco.
E seu média metragem Tropico, que estréia hoje, como ela mesma havia dito, é “Elvis, Jesus, Marilyn e extraterrestres numa coisa só”. Assista a seguir:
Semana que vem a lendária banda indie carioca PELVs volta à ativa para comemorar os 20 anos do LP Peter Greenway’s Surf, um dos marcos iniciais do indie rock brasileiro ao lado do Time Will Burn dos Pin Ups, o You do Second Come e o primeiro disco do Killing Chainsaw – discos que foram marcos basicamente por terem sido os primeiros discos daquele novo gênero musical que haviam conseguido se materializar. A volta da PELVs acontece no Da Leoni (o antigo Studio SP, na Augusta) e além do show em São Paulo, eles também tocam no Rio, na sexta antes do natal, no Solar de Botafogo.
Acompanho a banda desde estas priscas eras: o primeiro show que vi deles, no segundo Juntatribo, em Campinas, em setembro de 1994. Me perguntava, sem acreditar, como é que uma banda carioca com melodias do Pavement e do Teenage Fanclub e guitarras à Jesus & Mary Chain conseguia se encaixar num festival dominado por bandas cheias de testosterona como Os Cervejas, Virna Lisi, Relespública, Planet Hemp, Resist Control, Boi Mamão, Garage Fuzz e os Concreteness. Felizmente a escalação os colocou entre o Killing Chainsaw e a banda brasiliense Oz (a grande banda da geração Raimundos que não aconteceu) e os baianos do Bricando de Deus (outros pioneiros desse tal indie rock). Sou amigo de alguns dos integrantes e do Rodrigo Lariú, o mais perto de um Alan McGee que esta cena indie rock produziu no país, graças a seu heróico selo Midsummer Madness, e a proximidade entre eu a banda levou a PELVs a me convidar para discotecar antes de seu show – maior honra e responsa.
O ex-baterista Dodô há muito não toca com o grupo e irá participar dos shows de dezembro. E, antes de chegar ao primeiro ensaio com uma banda, meteu uma Gopro na testa e saiu em direção ao ensaio. E me disse:
“Bicho, no primeiro ensaio da PELVs em anos (no meu caso, 11), saí do meu apê em Laranjeiras filmando com a Gopro – moro a dois minutos a pé do estúdio que marcaram ensaio) e quando entrei na sala estavam tocando justamente a primeira música do Peter Greenaway’s Surf. Coisa de louco. É sério isso. Aí peguei o vídeo, pus as infos da turnê – tou indo pra Sampa junto, até porque não posso perder teu set, e pumba, tá aqui um teaser da tour.”
Ei-lo:
Sério: a história ainda não mediu a importância de Nelson Mandela, que morreu nesta quinta-feira, basicamente porque ele foi a pequena alavanca que começou, finalmente, a mover todo o continente africano. Quando a África se erguer novamente e mostrar toda sua desenvoltura para o resto do mundo, aí sim talvez tenhamos alguma noção do quanto ele foi importante para o século 20. E a África só vai se reerguer porque Nelson Mandela chegou a tempo de salvá-la. Ainda vai levar algum tempo, porque as coisas ainda estão num estágio bem inicial. Mas já começaram e a responsabilidade é de uma pessoa – que viveu 95 anos intensos, nos ensinando uma outra aplicação para o termo “força” – sem agressividade, sem raiva, sem rancor. Força plena.
Não vamos lamentar a morte deste líder, vamos celebrá-la: salve Nelson Mandela.
A foto acima é de Eli Weinberg e foi tirada em 1961.
Nesta quinta-feira, eu, Babee, Danilo e Pattoli vamos estrear no Anexo B, a casa nova que o pessoal do Beco 203 abriu na Augusta, no primeiro evento aberto ao público do SIM, a primeira Semana Internacional de Música. Além de nós quatro, a noite ainda tem apresentações do DJ Tudo, do alemão Stefan Carl e do colombiano El Reino del Mar. A festa começa às 21h e vai até altas (mais detalhes na página do evento no Facebook). Tenho cinco pares de ingressos para sortear aqui – para ir na festa, basta comentar que música você gostaria de ouvir nesta quinta-feira e por quê.
A melhor sexta de São Paulo voltou! E a Sol me acompanhou bonito nesse retorno, atirando para todos os lados e acertando em todos os alvos – a pista pirou, como dá pra ver nas fotos da Bárbara, abaixo. E nessa sexta o Danilo recebe o Palugan, mas antes disso tem festa quinta…