Rapaz, e essa entortada que os Holy Ghost deram nesse hitzinho do Blood Orange, hein… Sinistro…
Dica do Danni (valeu!). Eles tocando o hit do Drake você ouviu, né?
Dodô ficou de cara com a sexta passada, quando transformamos a pistinha do Alberta em um éden de hits que foram para todos os lados – quem foi, sabe (quem não foi, contente-se com as fotos da Bárbara, abaixo). E nessa sexta toco em minha última Noite Trabalho Sujo do ano quando encaro a Babee prum duelo que não acontece há mais de ano! Vai ser incrível, vamo lá se despedir de 2013?
Que vídeo incrível esse novo do Metronomy…
Ah, e se esse disco vier nessa pegada…
“Novo” entre aspas porque é mais um disco que vasculha o baú do quarteto. Reunindo uma série de gravações em 1963 e lançado apenas via iTunes, a coletânea não chega perto do padrão beatle de qualidade como lançamento e parece ter sido ajambrada às pressas apenas para esticar a validade dos direitos autorais do grupo (o Bracin explica isso melhor).
Mas é Beatles, né? Não tem como ser ruim.
No final dos anos 60, o Pink Floyd ainda andava perdido após expulsar seu antigo Syd Barrett por motivos de excesso de psicodelia e seguia experimentando possibilidades sonoras em busca de sua própria voz. Até o lançamento de Atom Heart Mother, em 1970, Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason e Rick Wright oscilavam entre jam sessions explosivas e números acústicos bucólicos, sem saber exatamente onde ia chegar. É desta época que data a suíte The Man and the Journey, espetáculo ao vivo em que o grupo tentava achar uma coesão narrativa entre músicas que seriam lançadas oficialmente em discos posteriores (principalmente Ummagumma e a trilha sonora do filme More, quando ganharam novos títulos). Desta época também vem as experiências do grupo com efeitos sonoros – tanto usando instrumentos improváveis quanto sons pré-gravados – e com happenings ao vivo (em dado momento do show um roadie aparecia fantasiado de gorila no meio do público, em outra hora serviam chá para a banda durante a execução de uma música – “Teatime”, claro -, além de fumaça e canhões). O Dangerous Minds encontrou a gravação do espetáculo More Furious Madness from the Massed Gadgets of Auximenes no YouTube, um show que foi ensaiado para ser apresentado no Royal Festival Hall londrino, mas que pode ser ouvido abaixo no show que fizeram em Amsterdã, na Holanda, no dia 17 de setembro de 1969, no Concertgebouw, que foi transmitido por uma rádio local.
Abaixo, além das faixas tocadas no show (com seus nomes oficiais entre parênteses) também há um vídeo do ensaio para a apresentação no Royal Festival Hall. Enjoy:
No começo do ano, o Four Tet tocou num programa de rádio o que parecia ser um remix próprio para uma música da Grimes, mas ele logo esclareceu que não era um remix, apenas estava brincando com trechos do vocal da moça. E no início dessa semana, para comemorar seu 100.000° seguidor no Twitter, ele começou a distribuir músicas próprias de graça, via Sendspace. E entre elas tinha a versão completa do trato que deu na Grimes.
Mas recomendo você dar um pulo na conta do Kieran no Twitter e caçar o dia 16 de dezembro – e começou a abrir seus arquivos e desovar vááááááárias pérolas.
Ainda estou digerindo esse novo disco da Beyoncé – até porque ao lançá-lo de supetão no meio de dezembro, ela embaralhou listas de melhores discos de 2013 em formação além de comprometer algumas que já foram lançadas. Mas um disco lançado de uma hora pra outra pode parecer novidade, mas não é (o Radiohead fez isso duas vezes, em 2007 e 2011, e só esse ano David Bowie e My Bloody Valentine já fizeram isso). Ele sim consolida essa tendência e mostra pra um monte de artistas a importância de se trabalhar na surdina e não criar expectativa sobre um novo trabalho como fórmula oposta aos montes de teasers de álbum em MP3 ou no YouTube que estamos aos poucos nos acostumando.
Mas não é só isso: Beyoncé também é um “disco visual” em que todas as músicas têm clipe (além de algumas que só têm clipe e não estão apenas como canções na versão em áudio do disco) e assim ela começa a extrapolar para além da música – ela está fazendo Arte, com “a” maiúsculo, ao transformar seu disco em uma experiência audiovisual. O disco também consolida outra forte tendência – a dos blue beats que caracterizam o melhor R&B dos anos 10, de nomes como Weeknd, Frank Ocean, Drake e The Internet. Beyoncé não apenas canaliza esta variação pesada e triste de uma black music pouco festiva para as massas como chama alguns de seus protagonistas (Drake e Ocean) para dividir canções.
Não bastasse tudo isso, Beyoncé, o disco, é uma forte afirmação do feminismo do século 21 e até se dá ao luxo de samplear o TED da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adiche (“Todos nós deveríamos ser feministas“) numa música. Em todo caso, uma coisa é certa: Beyoncé não está mais no mesmo patamar que divas pop contemporâneas como Britney Spears, Rihanna, Alicia Keys, Mariah Carey ou Lady Gaga. Talvez ela tenha ultrapassado até o marido, Jay Z, e esteja se firmando como uma das artistas mais influentes deste século.
Não é exagero dizer que ela pode estar assumindo um papel parecido com o de Madonna no final dos anos 80/ começo dos anos 90. Só que com outras propostas, preocupações e provocações. Palmas pra ela.
Há alguns anos Joseph Gordon-Levitt vem ensaiando o momento para assumir o papel de novo protagonista em Hollywood – veio comendo pelas beiradas em filmes como (500) Dias com Ela, Inception e Looper (além de ter estreado na direção em 2013, com o elogiado Don Jon), aos poucos nos fazendo esquecer que ele era um dos alienígenas da série 3rd Rock from the Sun. E parece que ele vai dar o bote agora, ao anunciar que, além ser o protagonista da versão cinematográfica da série Sandman, de Neil Gaiman, também será o diretor do filme, cujo roteiro será escrito por David Goyer (que escreveu os três Batman de Christopher Nolan) e pelo próprio Gaiman. Quem confirmou foi o próprio Gordon-Levitt, via Twitter.
E agora?
Dylan reverencia um dos monumentos de Neil Young em dois momentos distintos em novembro de 2002: o primeiro no Madison Square Garden, dia 11…
…o segundo, dez dias depois, no Wilkes Barre, Pensilvânia.
De chorar.
Um dos segredos ainda bem guardados da música gravada no século 20, o quarteto Residents está prestes a ser apresentado de maneira didática para uma platéia novíssima disposta a absorver toda a obra ímpar desse coletivo de arte experimental disfarçado de banda de pop bizarro. O filme Theory of Obscurity já foi pago via crowdfunding (mas ainda recebe doações para quem quiser ganhar versões exclusivas do filme) e além de trazer para o grande pública uma história tão difícil de ser contada ainda funcionará como ponto de partida para recuperar a obra do grupo para o século 21, graças às restaurações de vídeos de época que os produtores do documentário encontraram pelo caminho da pesquisa.