Dedicado a todas as crianças hiperativas do Brasil e da Argentina

, por Alexandre Matias

Acompanho à distância o trabalho do jovem lóki Rafael Castro – já ouvi quase todos seus disquinhos, mas nunca fui a um show -, sempre intrigado com a feliz colisão de psicodelia iê-iê-iê e brasileirismo foda-se que parece fruto de uma cruza do Júpiter Maçã com o Tatá Aeroplano num programa dos Trapalhões. À frente dos Monumentais, ele pertence a uma cena paulistana ainda sem rumo, posterior à cena de rock garagem da virada do século (Butchers’, Skywalkers, Sala Especial, Momento 68) e paralela à cena Sumaré (a MPB pós-Céu) que, de tanto gravar e fazer show (o cara não para), encontra os próprios trilhos na marra. Mesmo que os caminhos do seu tropicalismo aloprado sejam continuamente improvisados – o oposto do conceito de “trilho”. E depois de seis meses sem lançar nada, ele volta com o clipe de “Ultrapassa, Pai”, descrito como “videoclipe que revela o amadurecimento da banda ao longo dos anos de trabalho, evidenciando a solidariedade para com o descontrole emocional dos jovens latino-americanos”. Parece ironia.

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